Para não tombar no mesmo
Leito onde a expressão
Por herança e tradição
Torna a forma tão banal
No chão entreguei-me a esmo
Com a alma em exaustão
Aos lábios da solidão
De corpo intenso e total.
Inteligente animal
A remorder a saudade
Face à crua realidade
Dum ventre amante sem mim
Senti que a carne não vale
Uma unha de prazer
Se o amor para viver
Tiver de penar ao fim.
Tivesse eu ficado enfim
Sem memória definida
Preso ao desejo da vida
Em suspensão permanente
Tal e qual um querubim
Que sonho mas não existe
Nesta loucura que insiste
Dar-me à luz em toda a gente!