Correm os carros,
Correm a perder de vista as limitações da liberdade.
Correm...
Os semáforos, os sinais das placas e as faixas apenas, em nosso tempo, adornam as pistas.
A velocidade em par com a consciência humana segue inconsequentemente impune a vitimar, a vitimar...
É a pressa...É a pressa de chegar.;
É a pressa dessa vida urbana a submeter a vida ao absurdo.
Correm os carros na avenida Pedro Álvares Cabral...
Correm...
E passam as horas.
Terça-feira de um certo dezembro, na periferia do Telégrafo...
Um ruído, em momentos,atropelo anônimo, pessoas correndo, correndo, se esbarrando aflitas, se amontoando, se amontoando ao redor...
Ao redor da agonia de um último suspiro, que na esquina da rua úmida, estreita, sob as luzes acesas, sob a chuva fina, envolto em sangue, já no sono eterno, adormece o homem menino. Meu amigo!
O corpo morto pari aos olhos do povo tamanha tristeza, que desamordaça feito ferida acesa.;
Que ladeia e contagia em gritos doidos, em lágrimas presas na garganta, quando mãe de sonhos dilacerados, nos braços ainda cativos, preme contra os seios sofridos, o seu único filho em pleno natal.
Por fim brada voz num solo vazio, em si... lêncio já esmaecido. Um rogo aos céus, um clamor de desespero dessa dor que dói no peito e não há como remediar.
Meu filho diz a mãe.
Meu filho!
Nosso amigo adeus! |