É uma cidade.;
Uma berlinda no altar da desigualdade, mas é felicidade.
Já a partir das quatro horas da manhã a vida surge lá com grande assiduidade. As vozes invadem não importa o calão,não importa a idade, diz mais a lição...
São tantas histórias e versões.
É Chuchu.; Goiaba e aquelas garrafadas.;
É Urucúm, Abricó e aquelas macaxeiras.;
Tucupí, açai e aquela maniçoba.;
Taperebá, Muruci, a Pupunha e o Ajurú.;
Pimenta Malagueta, Taumatá e aquele Pirarucú .;
Farinha d água, de Tapioca e aquela brisa mansa.;
Gaiola, Piriquito e aquele canto do Sabiá.
Ali quem não passou por lá?...
Temos o feirante com a Política na boca, o artesão e o pescador com sua persuasão.;
Urubu de vento em polpa e tantas embarcações.
O cheiro no ar é de peixe fresco, de defumação de mulata e tem também uma cachaça.
Quem está lá, ainda que em miséria, não vai embora. E quem entra jamais pensa em sair. É uma verdadeira família,sobre as ondas do Guajará, uma obra a Waldemar Henrique e Rui Barata. Uma saga, Odisséia pra Homero ou Camões jamais duvidar.
É a feira bela. Tantas vezes mal falada, tantas vezes querida. Mas com certeza, ainda que pelo sim ou pelo não de quem já esteve na ocasião, jamais será esquecida.
Vêr-o-Peso de Pinduca, Verequete, Carimbó ou Siriá não se pode jamais deixar de lado essa moda antiga que é o Pará. |