Menores Numerosos
Nessa República “Vice-Presidencialista”,
Onde Política é sinônimo de conquista,
Muita coisa me entristece,
O que tenho a dizer,
Anoitece,
Tente compreender,
Acontece,
Tão jovens e andam por aí,
Meros nomes, muitos inventados por ali,
Chega a fome não há o que fazer,
Nas noites. Alerta! Há gangues das ruas,
Cada um tem sua pele, ninguém cuida das suas,
Nas noites frias, o cobertor é o vento,
Dormir significa estar atento,
Esporte significa correr,
Para a polícia não bater,
Agüentar, nas costas, o peso,
Dos cacetetes e outros mais,
Tarefa é tentar sair ileso,
De tantos e outros tais.
O menor abandonado cresce,
Em número e em tamanho,
A nossa tristeza também cresce,
Ele não é um ente estranho,
Desde o princípio,
Ele vê a marginalidade,
Desde o início,
Fica às margens da sociedade,
Se entrega ao vício,
Pois nunca viu piedade.
Matar fome é cheirar cola,
Educação não veio da escola,
Neste mundo só quem nele viveu,
Pode enxergar,
O que acontece sempre aconteceu,
Pode olhar,
O pior e piores sempre apareceu,
O ignorado sempre conviveu,
Com o inesperado que sempre viveu,
Nas vidas, um caminho insólito,
No horizonte, um abismo cruel,
Na essência, um ser melancólico,
Na causa, um Estado infiel,
Na mente, a tristeza que sente,
Na fúria, causada pela injúria,
Na vida, mais desprezo,
Nos atos, seqüência sem culpa,
Nas promessas, só há desculpa,
No cotidiano, mais selvageria,
Nos caminhos, muita estrada,
Nos carinhos, levar pancada,
Na minha esperança, tudo seria,
Mais resolução e caridade,
Um trabalho honesto com humildade,
Para observar a importância da fraternidade. . .
Léo Teixeira |