U-zine: "Nem sempre tão macabro, mas muitas vezes mais macabro ainda". [Valeu, Saramago!]
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Sem adivinhar quão certeiramente suas palavras hoje se aplicariam a este site [na vigência do dialeto Ujeca, o site finalmente virou sítio, como jamais ousara propor o audaz tripeiro], o dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmantt uma vez afirmou:
"A tragédia hoje é impossível,
mas a tragicomédia é quase inevitável."
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Minitragicomédia em duas falas:
Milene: "O leproso foi citado e, imediatamente, mostrou as chagas fétidas... Uiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!"
Torre da Guia: "Tem cuidado. Estás a fazer do Quadro de Avisos uma sanita."
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Olhaí, Aulow, saí na frente. "Sanita" bem que poderia ter sido a palavra do dia.
Por falar em "sanita", vê se não esqueces de puxar o autoclismo, ó pá!
Em todo caso, dia desses o Viniguima espalhou um rolo inteiro de papel higiênico amarelo-ira, borrado por uma miríade de suspeitíssimas pintinhas azuis, nos QAs. Já estava a fazer deles uma sanita ao menos muito da asseada.
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Ainda não li "O sequestro", obra de fôlego do nosso lírico maior Edmar Guedes Corrêa (há que lançar as obras completas deste moço!). Só não me fisgou a isca publicada nos QAs, porque minha imaginação é uma bisca, indo além, muito além deste nosso jardim de rosas pinga-pingando orvalho por entre adejantes borboletrinhas inzoneiras. Pois vejam uma cena que certamente lá não está:
Qual Zarah Leander, trancada num cubículo, torturada com a audição estridentemente incessante de seu sucesso "Lili Marlene", o sr. Waldomiro, ainda morenaço da estada em Búzios, seria crudelissimamente maltratado pela audição das sobras completas do sr. Guedes (dia sim) e da sra. Arder (dia não). Todos os poemas, pois não, devidamente gravados em sotaque Ujeca, na voz de, bem, fico entre Clésio Boeira da Silva e Domingos Oliveira Medeiros. Do alto do teto de amianto do cubículo infecto escolhido pelos sequestradores, uma rosa é uma rosa é uma rosa estaria continuamente a pinga-pingar gotículas de orvalho. Seria ou não seria (não daria mesmo para evitar a rima) do caralho?
Numa versão especial só para os Estados do Nordeste, os poemas poderiam dar lugar a cordéis dos nossos mais inspirados Patativas de apartamento. Não, não vou citar nomes. Não quero ser injusto. São todos mesmo de um chiquê fora-de-série! Põe telúrico nisso!
O U-zine termina com uma reflexão muito séria, a saber, sobre a justificativa apresentada por dona Shirlei Purpurina para não apenas tornar-se pagante como ainda aplicar seu dinheirinho, literalmente suado, a fundo perdido, numa dessas coletâneas cuja capa fica pronta antes mesmo de haver quem e o que nelas se publique. Punge ou não punge uma pergunta como:
"Não seria talvez
a ocasião
para deixar
a rua?"
[Com eco, é claro: "rua, ua, ua, ua, ua".]
No caso, vai trocar uma esquina por outra, com uma imensa desvantagem: a esquina da usina ficou intransitável, depois de nela ter-se instalado um monumento estranho, que não cessa de produzir editoriais caudalosamente indignados com o tema em pauta, não importa qual seja.
Faltou conferir o que a galera achou daquela velhinha que ilustrava uma certamente instigante publicação da nossa terna Milene. Tudo o que consegui imaginar foi que ela estava masturbando, em frenesi, torres gêmeas imaginárias, ali, aos olhos dos milhares e milhares de leitores, logo na página de entrada.
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O quê? Se eu li a resposta? Que resposta? Ué, mas se eu não fiz pergunta nenhuma...
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