http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/dilma-perdoou-divida-de-paises-africanos-de-olho-em-2014
Governo
Dilma perdoou dívida de países africanos de olho em 2014
Reportagem de VEJA desta semana mostra que, por trás de presente de US$ 840 milhões, está a necessidade de ajudar empreiteiras amigas do governo
Otávio Cabral
Dilma entre os governantes africanos: dívida de 840 milhões de dólares perdoada (Roberto Stuckert Filho)
Na comemoração dos cinquenta anos da fudação da União Africana, realizada na semana passada na Etiópia, a presidente Dilma Rousseff deu aos anfitriões um presentão de 840 milhões de dólares. O valor equivale ao total da dívida que doze países do continente haviam contraído com o Brasil e que a partir de agora não terão mais de se preocupar em pagar. O governo brasileiro os perdoou.
Foi o pragmatismo eleitoral, mais do que a solidariedade aos povos sofredores, que orientou a decisão da presidente Dilma de perdoar a dívida dos países africanos. A questão é que empreiteiras, mineradoras e produtoras agrícolas que querem atuar nesses países com financiamento do BNDES (o órgão acaba de aprovar a criação de um escritório de representação na África do Sul). Ocorre que a legislação impede a concessão de benefícios a nações com dívidas atrasadas junto ao Brasil. Ao abrir mão da cobrança dos débitos, medida que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, o governo pretende remover essa barreira – e deixar o caminho livre para as empresas amigas.
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Outros destaques de VEJA desta semana
Dilma perdoa dívida de países africanos
Medida facilitará a busca por crédito e fortalecerá o crescimento das nações
Por Marcos Piva
Países do Bric são os maiores parceiros comerciais dos africanos (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom /ABr)
Semana passada, na Etiópia, a presidenta Dilma Roussef perdoou ou facilitou o pagamento de US$ 897,7 milhões de dívidas de doze países africanos com o Brasil. É a mesma situação daquele cartão de crédito ou financiamento das Casas Bahia que você fez e não conseguiu pagar. Seu nome foi para o Serasa e ficou “sujo”.
Sem essa medida, a dúzia de nações africanas não conseguiria obter novos empréstimos e as empresas estariam impedidas de investir. Em uma frase: a decisão beneficia os países africanos, mas ajuda, sobretudo, as empresas brasileiras interessadas em investir com segurança naquele continente.
Para se ter uma ideia, seis países africanos estão na lista dos dez com maior crescimento econômico registrado nos últimos anos no mundo. As nações dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são agora os principais parceiros comerciais da África e formam o novo grupo de maiores investidores no continente.
O comércio entre os Brics e a África deve exceder US$ 500 bilhões até 2015, de acordo com o Standard Bank. Talvez a notícia não agrade os “urubólogos” da grande mídia, que devem achar isso um desperdício de dinheiro público, o que não é totalmente verdade porque empresas fizeram o serviço e receberam por isso. Mas é por meio desse tipo de atitude generosa, que estimula economias emergentes a negociar e investir entre si, que se pode construir um novo modelo de desenvolvimento econômico para superar a atual crise mundial.
Tags: África, Brasil, BRICS, China, Dilma Roussef, dívida, Índia, política internacional, PT, Rússia
Obs.: Na verdade, a medida criminosa de Dilminha Bang Bang não irá facilitar "a busca por crédito", nem fortalecer "o crescimento das nações", como afirma o texto sem noção da Revista Fórum, acima. A jogada da presidente é simples, como denunciou a revista Veja: perdoando as tais dívidas, as construtoras brasileiras terão mais facilidades para firmar contratos com os tais países países africanos, governados por déspotas que já desviaram bilhões de dólares para contas em paraíso fiscais (além de um deles possuir uma grande frota de carros de luxo), ao mesmo tempo em que essas construtoras irão drenar milhões de reais para a campanha presidencial pela reeleição. Simples assim! (F. Maier)