Usina de Letras

O rabo preso

        

O que de pior  pode acontecer a um administrador   público é  o “rabo preso”. A pessoa fica imobilizada  funcionalmente, não pode  atuar, cobrar, exigir e nem trabalhar direito, falta-lhe moral, falta-lhe autoridade. O caos administrativo se instala. Existem sintomas  desse fato: desorganização, ineficiência, desunião, brigas de bastidores, escândalos, demissões  e o mais grave, a omissão conveniente. É aquela história da funcionária inepta  que sabe os podres da patroa  infiel e pede aumento. O aumento sai. O Brasil  transformou-se num grande reduto de "rabos presos", apodrecidos. É tanto “rabo preso” que a moral pública nacional está em frangalhos, sem  vergonha, sem  escrúpulos. Numa escala tipo Richter para medir o grau de intensidade dos “rabos presos”, de zero a dez, certamente a nota brasileira seria máxima. O terremoto moral já se instalou, o tsunami  está chegando  e todos se afogarão num mar de lama. 

     

Como aqui existe jeitinho para tudo, “rabo preso” virou até  comunidade. Seus  membros se apoiam, se protegem e  quando denunciados escoram-se na  impunidade, saboreando na geladeira os benefícios auferidos pela conduta  que os levou  àquela famigerada situação. Alguns  são até elogiados publicamente pelos correligionários. Quem paga a conta é  a nação, quem sofre é o povo, nada acontece, nada se resolve, e a confraria da putridão segue o seu caminho. Vai ser difícil e doloroso consertar o estrago. 
                                                                                 

Haroldo Amorim - Coronel R/1

http://mujahdincucaracha.blogspot.com/2012/07/porque-estamos-assim.html

O nome de Carlinhos Cachoeira ganhou repercussão nacional em 2004 após a divulgação de vídeo gravado por ele onde Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, lhe faz pedido de propina para arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro. Em troca, Diniz prometia ajudar Carlinhos Cachoeira numa concorrência pública carioca. A divulgação do vídeo se transformou no primeiro grande escândalo de corrupção do governo Lula^[3][4]