Usina de Letras
Usina de Letras
164 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62266 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10379)

Erótico (13571)

Frases (50658)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4776)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6203)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->O Brasil perdeu porque jogou sem o Felipão -- 26/07/2001 - 18:22 (Maurilio Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O BRASIL PERDEU PORQUE JOGOU SEM FELIPÃO


Parece mentira mas li ou ouvi em algum lugar que a nossa seleção havia perdido para o inexpressivo time de Honduras porque o felipão estava suspenso e desfalcaria em muito a nossa seleção. Na hora pensei que havia algum jogador desses novatos chamado Felipe mas logo acordei e me lembrei que Felipão era o Técnico. Ué! Mas desde quando técnico joga? Acho que tenho de rever os meus conceitos pois sou da época em que o técnico ficava no fosso assistindo o jogo esperando o intervalo para fazer uma preleção e com isso arrumar a equipe para o segundo tempo. Nos áureos tempos do Santos de Pelé, o técnico Feola passava o jogo inteiro cochilando no fosso do campo, sendo acordado constantemente com os gritos de gol de sua torcida. Atualmente com a queda na qualidade de nossos atletas os técnicos foram autorizados a ficar numa área na beira do campo para poderem participar mais efetivamente da partida. O jogador pega na bola e o técnico começa a berrar o que deve ser feito. Eu não consigo imaginar um técnico berrando com um Gerson Canhotinha de Ouro , Um Pelé, um Didi ou um Garrincha tentando lhes ensinar o que fazer com a "Maricota".
Outra coisa inaceitável era um jogador envergando a camisa da seleção brasileira, dar um chutão inconsequente para o alto, estilo bumba meu boi, ou matar uma bola na canela. Quem cometesse uma bravata desses podia dar adeus à seleção. Era algo como cometer um sacrilégio ou um crime inafiançável. Certa ocasião, um ponta esquerda voluntarioso por nome Paraná, que jogava no São Paulo, ao bater um escanteio num jogo da seleção no Maracanã, chutou a bandeirinha do corner junto com a bola. Por esse ato infeliz, Paraná foi estigmatizado pela torcida até o final de sua carreira.
Cobrança de faltas a favor da seleção brasileira era quase penalty. Se fosse nas proximidades da grande área, Pelé, Gerson, Zico ou Rivelino colocavam a redonda lá na forquilha, cabendo ao goleiro adversário apenas o consolo de acompanhar com um giro de cabeça e o risco em potencial de adquirir um forte torcicolo.
Nas faltas de longa distància, Didi, Pepe , Nelinho ou Rivelino detonavam verdadeiros mísseis com endereço certo: o fundo das redes. Agora o brasileiro está aplaudindo os gols de falta do Sérvio Petkovsky, já que brasileiro nenhum consegue mais bater na bola com aquele estilo rosqueado.
O Rivelino se aposentou e não passou para ninguém a técnica do elástico, com a qual abria qualquer defesa retrancada. Didi faleceu e levou para o céu a receita da folha seca. Ademir da Guia parou de jogar com o mérito de não ter maltratado a bola uma vez sequer durante sua longa e brilhante carreira. foi uma relação de amor, técnica, sutileza e carinho. Sua calma e elegància eram "irritantes". Seus gols eram feitos com toques sutis do tipo goleiro num canto, bola no outro. Nos tempo áureos de nosso futebol quando enfrentávamos Bolívia, Paraguai, Chile, Equador ou Colómbia, a única incerteza era sobre com quantos gols venceríamos a partida.
O certo é que já fizemos a alegria de muitos países. Hoje jogamos para alegrar o país adversário. É festa nas ruas de Honduras, da Argentina, da Austrália, de Gana, do Uruguai e nas nossas apenas tristeza. Para fecharmos o ciclo, só falta agora perder para as Ilhas Samoa, aquela que entrou para o Guinness Book depois da goleada de 32 a zero para a Austrália. Em matéria de futebol, chegamos ao fundo do poço. Resta apenas saber se não estamos com uma pedra atada ao pescoço também.
O problema é sério e tem de ser atacado o mais rápido possível. Falta garra, fibra, auto-estima e até mesmo civismo, porém sobra muito vedetismo, mercantilismo e narcisismo.

Maurilio Silva silmaster@yahoo.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui