A Globo News apresentou, na noite de 31 de maio, o depoimento do terrorista Carlos Eugênio da Paz, conhecido também como Clemente, autor confesso do sequestro de dois embaixadores,
Nesta ocasião ele relatou o "justiçamento" de várias pessoas, inclusive de um companheiro da Aliança que, segundo ele, estaria discordando do programa de ações do grupo e comprometendo a segurança dos demais. Além disto ainda assumiu ter "eliminado" um barman porque este avisara à polícia da presença de militantes que eram procurados pelas autoridades.
Friamente, justificou as mortes alegando que "guerra é guerra". Mas como acreditar na sua insistente afirmativa de que era animado exclusivamente pelo elevado objetivo de combater a ditadura militar se mantinha estreitas ligações com o regime comunista de Cuba que, segundo ele, lhe havia oferecido até tropas treinadas para participar da guerrilha? Como podia ele se achar no direito de programar atentados e cometê-los friamente, sem sentir o menor remorso ? .
Uma das suas incríveis facetas foi a sua preparação usando o próprio quartel, onde se alistou e recebeu treinamento militar anti guerrilha, que o habilitou a agir contra o sistema.
Em nenhum momento ele demonstrou arrependimento ou lamentou por suas vítimas, demonstrando uma frieza impressionante diante dos crimes que cometeu e que só não foram ainda mais graves e numerosos devido a incidentes ou à eficiência do serviço de inteligência militar.
E como ousa ele ainda cobrar o julgamento daqueles que o combateram, enquanto nunca cumpriu pena e está gozando de generosas indenizações concedidas a título de anistia?
Pedro Paulo Rocha
