Usina de Letras
Usina de Letras
148 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13262)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50612)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A PRAÇA DO TEMPO -- 01/01/2004 - 03:53 (Fernando Tanajura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A PRAÇA DO TEMPO



Numa terra onde se diz que tempo é dinheiro, não é de se admirar que exista uma praça com o nome em homenagem ao Tempo. É uma praça irregular, quase triangular, sem jardins, sem bancos, sem árvores, sem flores. As pessoas e os carros passam por ela dia e noite, durante todo o ano, apressados, sem demonstrar querer perder tempo.



Ela era chamada Longacre Square até 1904, quando o jornal The New York Times estabeleceu seus escritórios na área e mudou seu nome para Times Square. Neste mesmo ano, numa festa de Ano Novo dos empregados do jornal, no terraço do edifício, alguém resolveu, de improviso, soltar alguns fogos de artifícios. Isso chamou a atenção dos que por ali transitavam naquela noite de frio inverno. Assim nasceu a tradição de as pessoas se reunirem na praça para ver a passagem do ano e que se repetiu pela centésima vez neste ano de 2003 quando, mais que nunca, chamou atenção do mundo inteiro.



Não foram as ameaças de terrorismo nem o frio que conseguiram desencorajar cerca de setecentas e cinqüenta mil pessoas que se aglomeram na praça para ver o tempo passar. Esse espetáculo foi visto por cerca de um bilhão de pessoas no mundo inteiro em suas pequenas caixas televisivas. Os esforços não foram poucos para que essa façanha se concretizasse mais uma vez. O maior e mais caro esquema de segurança já montado em New York em todos os tempos: remoção de caixas de coletas de lixo e de cartas, aparato policial ostensivo, cães farejadores, alerta de terrorismo elevado, isolamento da área desde as quatro horas da tarde, detector de metais, aparelhos de raio X, inspeção de veículos, helicópteros de vigilância com suas câmeras ultra-sensíveis a sobrevoar a área desde as sete horas da manhã e tudo mais que se possa imaginar foi usado para assegurar a continuidade da tradição.



Mais um ano que se passa e Times Square, frenética e indiferente, continua a ver o tempo passar. Ali ninguém é sucesso, a praça é que brilha. Os teatros estão aglomerados oferecendo o pão de alguns e o circo de muitos, os outdoors, diuturnamente piscam suas luzes num marketing agressivo e incessante; os restaurantes, as delicatessens, as carrocinhas de cachorro quente e os cafés estão sempre disponíveis com algo para matar a fome ou a sede. Os bares, os clubes, os escritórios, os hotéis, os edifícios residenciais se aglutinam num verdadeiro simbolismo de um processo autofágico na briga pela conquista de todo e qualquer mínimo espaço que o ser humano possa ocupar. Quem por ali transita confirma as palavras já cantadas pelo poeta: “o tempo não pára...”.





© Fernando Tanajura Menezes

(n. 1943 - )

http://tanajura.cjb.net





















































Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui