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Cartas-->Carta a Antonio Morales -- 10/01/2012 - 13:27 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Morales,

Há dois tipos de pessoas que defendem os terroristas comunistas derrotados pelos militares brasileiros: os idiotas úteis e os patifes assumidos. Em que categoria você se encontra? Terium non datur!
A propósito, dê uma olhada no Memorial do Comunismo, uma coletânea de textos sobre a Peste Vermelha que eu coloquei na Internet (alguns de minha autoria), para você aprender um pouco sobre História e não ficar escrevendo besteira. Cfr. emhttp://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=11579&cat=Ensaios&vinda=S

 




Você, como todo esquerdista, não se cansa de enaltecer terroristas sanguinários como Che Guevara e Carlos Marighela. “Louco de fúria eu tingirei meu rifle de vermelho ao matar o inimigo que cai em minhas mãos! Minhas narinas se dilatam ao sentir o odor acre de pólvora e sangue. Matando meus inimigos eu preparo meu ser para a luta sagrada e me junto ao triunfante proletariado com um uivo infernal”(Che in Diários de Motocicleta- obviamente omitido no filme hagiógrafo da dupla pauleira Robert Redford, produtor, e Walter Salles, diretor). Esses facínoras não tem biógrafos, apenas hagiógrafos, já que são tratados como santos. Santo Ernesto Guevara de la Serna Y Lynch, orai pela América Latrina. São Carlos Marighela, orai pela América Latrina. Santa Dilma Rousseff, orai pela América Latrina. São José Dirceu, orai pela América Latrina. Santo Franklin Martins, orai pela América Latrina. São Carlos Lamarca, orai pela América Latrina. Santa Beth Mendes, orai pela América Latrina. A ladainha da igreja esquerda petralha não tem fim.

F. Maier


From: antonio_morales@uol.com.br
To: brasil-politica@googlegroups.com
CC: euclideslopes@ig.com.br; ttacitus@hotmail.com; secretarianacional@pdt.org.br; cristovam@senador.gov.br
Subject: RES: [Brasil-Política] O que tem a dizer sobre sua defesa da ditadura militar terrorista BRASILEIRA? (Sic)
Date: Tue, 10 Jan 2012 10:45:24 -0200


Continua se apegando a pretextos espúrios para justificar

seu apoio à ditadura militar e seu terrorismo de Estado.

 

"ditadura.jpg"

 

De:brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] Em nome de Gerhard Erich Boehme
Enviada em: terça-feira, 10 de janeiro de 2012 00:11
Para: brasil-politica@googlegroups.com; antonio_morales@uol.com.br
Cc: euclideslopes@ig.com.br; ttacitus@hotmail.com; secretarianacional@pdt.org.br; cristovam@senador.gov.br
Assunto: [Brasil-Política] O que tem a dizer sobre sua defesa da ditadura militar terrorista BRASILEIRA? (Sic)
Prioridade: Alta

 

 

Caro Morales,

 

Inicialmente temos que corrigir o que escreveu, pois a falta de uma vírgula e algumas palavras faz muita diferença.

 

Você escreveu: “ O que tem a dizer sobre sua defesa da ditadura militar terrorista BRASILEIRA?”

 

O correto é:

 

 O que tem a dizer sobre sua defesa do regime militar, em defesa dos militares e contra terroristas e uma potencial ditadura terrorista que queriam implantar no Brasil?

 

Não me venha a desqualificar, já lhe escrevi sobre o que penso em relação ao regime militar e sobre os fatos e dados por mim analisados.

 

Infelizmente você  é uma pessoa que consegue tirar qualquer um do sério. Eu apenas entendo o regime de exceção em que vivemos, mas isso não significa que tenha apoiado o regime militar. Há um enorme diferença entre as posições. Sou contra qualquer tipo de regime de exceção e como liberal defendo a liberdade e a defesa intransigente da democracia pautada no princípio da subsidiariedade. Mas dada a conjuntura da época, os militares acertaram. Foi não apenas legítima a atuação, como o fato de enfrentarem com violência e rigor às ações de terror.

 

Tivemos o regime  militar, mas o que seria pior? Que ele não tivesse ocorrido? Se assim fosse o Brasil estaria talvez até hoje dividido e teríamos que amargar mais de centenas de milhares ou até mesmo alguns milhões de mortos. Isso sem contar a diáspora que se seguiria. Acaso foi diferente onde forças de esquerda quiseram de forma "democrática" conquistar o pode e assim impor ao país sua "democracia"? Veja o caso cubano, execuções sumárias, os paredóns, a diáspora, as prisões e hospitais políticos e o inferno da travessia do Atlântico. A realidade dos balseros.

 

Analiso a contrarrevolução de 1964 sob a realidade da época, não sob a realidade atual.

 

Mas se quiser afirmar que apoiei a ditadura militar, que o faça. Embora tenha sido criança na época. E quando jovem, ainda cursando engenharia na UFRJ, ter ido receber o Geraldo Vandré e alguns outro exilados no Galeão. Como todo jovem de então tínhamos esperança que saberiam ser líderes e dar o exemplo a sociedade.

 

Tirando Vandré e poucos outros, somente souberam exercitar o que há de pior no ser humano.

 

A realidade é que ou se aliaram a bicheiros e traficantes, ou eles mesmos passaram a cometer seus crimes. Sem exceções.

 

 

Entendo que o cidadão brasileiro, por conta do que ele defende, é penalizado no mínimo oito vezes:

 

1. paga impostos para ter serviços públicos de segurança pública e justiça, aqui incluídos os seus primeiros passos dados pela polícia judiciária (Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Técnica ou Polícia Técnico-científica) e lá a prevenção ao crime que não pode realizar ou não é desejável que faça, onde o Estado deve atuar subsidiariamente³;

2. aloca recursos próprios na segurança pessoal, familiar e patrimonial, a segurança que pode realizar ou está ao seu alcance, como equipar sua residência, adquirir uma arma e se capacitar a usá-la, contratar empresas privadas que lhe farão a vigilância, proteção de executivos ou a escolta – prevenção ao crime que é desejável que o faça em respeito ao princípio da subsidiariedade³;

3. aloca recursos ampliando ou dotando sua residência e outros imóveis com muros e cercas, encarecendo o custo das construções em quase um terço, bem como retirando a harmonia ambiental de um paisagismo mais humano;

4. sofre os resultados (prejuízos materiais, morais, físicos, sem contar as vidas humanas que são imensuráveis) da violência e a impunidade devido a falta de justiça;

5. sofre o aumento do custo de vida resultante dos custos em toda cadeia de produção e de prestação de serviços devido a violência, custos que são incorporados aos produtos e serviços, como a necessidade de escolta privada no transporte de mercadorias pelas auto-estradas brasileiras, custo devido abusivos valores de seguro, custos com as perda produtos devido a furtos e roubos, pirataria, descaminho, etc. e custos que inibem o investimento no Brasil por parte de empresas nacionais e multinacionais, limitando assim o mercado e o fornecimento de melhores produtos e serviços;

6. tem que se contentar ao ver os policiais propositalmente mal remunerados para que estes tenham necessidade de complementar a renda vendendo proteção privada a "cafetões" e agenciadores – a maioria formada por políticos como o proprietário do castelo de Neuschwanstein brasileiro -  para que possam ter um mínimo de dignidade, quando não eles mesmos se tornam criminosos formando milícias - ver as forças que atuam na prevenção sendo privatizadas em benefícios de poucos através das empresas de vigilância, escolta, proteção a executivos e autoridades, etc. que assim cooptam policiais para a dupla ou tripla jornada de trabalho;

7. vê a impunidade crescendo no Brasil devido a polícia judiciária ser administrada politicamente - com falta de recursos, isto é, ela não ser de fato uma função do Estado como o é o Ministério Público ou o Judiciário, muito embora desempenhe funções ligadas à justiça, aos seus primeiros passos na esfera criminal;

8.  E o que é pior, ver nossas autoridades subjugando o Brasil aos ditames do Foro San Pablo, entidade que abriga grupos de narco traficantes e dá sustentação a "presidentes" de países vizinhos que são identificados como "cocoleros" e que tornaram o Brasil seu principal mercado consumidor.

 

O resultado é o custo de vida crescente, piores condições de qualidade de vida e a sonegação, a corrupção e falta de transparência nas contas públicas: a injustiça.

 

Não podemos e não devemos administrar o Brasil com a lanterna na popa ou olhando pelo espelho retrovisor, assim como também não podemos ficar indecisos entre a causa e o efeito, pois  estamos nos concentrando em apontar os efeitos como causas, ou o que é pior, perpetuando a cultura da lombada, apresentando soluções para os efeitos.

 

"A liberdade é, na filosofia, a razão; na arte, a inspiração; na política, o direito." (Victor Hugo –Victor-Marie Hugo)

 

 

No dia de hoje serão mais de 530 os brasileiros que irão perder a vida devido a violência, muitos com requintes de crueldade jamais vistos em todo o mundo, igualmente serão mas de 15 mil os torturados, muitos serão os torturados nas filas ou por falta de atendimento nos hospitais. Quando não devido a péssima qualidade dos serviços públicos.

 

 

“Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência.” (Gerhard Erich Boehme)

 

 

 

Esta é a realidade que temos que mudar, e não criar privilégios para aqueles que lutaram contra o Brasil, que queriam aqui implantar uma “ditadura do proletariado”, como chamam as ditaduras que promovem e sustentam as "nomenklaturas" e realizam suas diásporas, como ocorreu em Cuba, na DDR (República Democrática da Alemanha), etc.. Quando não visam promover e dar publicidade a autores da mentira, com seus livros, filmes, documentários etc. E o mais grave, induzem as pessoas a analisarem os fatos passados sob o cenário atual, desconsiderando a realidade de então, de um mundo dividido e em vias de um conflito mundial.

 

No mais recomendo que leia:

http://pt.scribd.com/doc/43854365/A-Revolucao-de-31-de-Marco-de-1964-Gen-Div-Ulisses-Perazzo-Lannes

 

Com os comentários:

 

Revisão da Anistia ou a Paz Social

http://xa.yimg.com/kq/groups/14203410/190343498/name/Revisão+da+Anistia+ou+a+Paz+Social.pdf

 

Comissão da verdade ou da mentira

http://xa.yimg.com/kq/groups/6603531/884034652/name/Comissao+Nacional+da+Verdade+ou+da+Mentira.pdf

 

Em um mundo polarizado entre uma esquerda violenta e irracional e uma direita subjugada a um poder econômico, mas sem liberdade de mercado, os militares asseguraram ao Brasil a liberdade e a condução do país à democracia. Infelizmente falharam, falharam muito, pois nos legaram o dono do Brasil, Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa e seus sucessores: Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o pior deles, cria do General Golbery, da CNBB e da USP, que é hoje o dono da consciência dos brasileiros, o Sr. Luiz I. da Silva.

 

Seguramente durante o regime militar houve erros, mas o resultado foi o melhor para o nosso país, caso os militares deixassem que as direitas (lideradas pelos que também foram cassados, mas não é dito pela esquerda, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda e suas milícias) e as esquerdas (terroristas e bolsistas de Havana e Moscou) se enfrentassem. Livraram o Brasil de uma potencial divisão e milhões de mortos e perseguidos políticos. Mas nem tudo foram acertos, dentre os inúmeros erros que os militares cometeram, um deles foi o de agravar as diferenças entre os nossos coeficientes eleitorais, que os esquerdistas, por ignorância ou por serem atoleimados, não denunciam. Outro foi, e igualmente ainda hoje é, é o caso dos vereadores.

 

Seria interessante sabermos a respostas deles para a questão: Qual a razão deles também não denunciarem este grave erro dos militares e o que é pior, darem sustentação ao mesmo?

 

Tirante os municípios de capitais e os que tinham mais de 100 mil habitantes, determinava a Constituição de 1967, em sua versão original, gratuidade no exercício da vereança.

 

Ao estabelecer que, conforme limites e critérios de lei municipal, teriam os Vereadores direito à remuneração, a Emenda Constitucional nº 4, de 1975, na prática, rompe com a falta de retribuição pecuniária para todo e qualquer Vereador.

 

No dizer de Ivan Barbosa Rigolin, até a edição do sobredito regramento: a) não se falava em subsídio, mas apenas em remuneração dos Vereadores; b) é antiga, mais que quarentenária, a preocupação com dividir faixas populacionais para efeito de remuneração de Vereadores; c) também conta mais de quarenta anos a preocupação legal em limitar a despesa anual do Município com relação àquela despesa de remuneração parlamentar, e d) tem a mesma idade a regra tanto da anterioridade (fixação em uma legislatura para vigorar na seguinte) quanto a da irreajustabilidade, dentro de cada legislatura, da remuneração estabelecida na anterior ......" (*)

 

A partir de então, várias outras leis complementares alteraram o modo de pagar o Edil; no entanto, não mais se regressou àquele estado de gratuidade e exercício de cidadania.

 

 

"Um dos grandes erros dos militares, durante o Regime Militar, foi o instituir um salário aos vereadores. Antes disso era como em qualquer país livre e democrático, um exercício de cidadania. Agora forma-se políticos que, já no início de suas carreiras, estarão acostumados a se locupletarem do Estado, melhor, do bolso do contribuinte." (Gerhard Erich Boehme)

 

 

O site Adote um Vereador foi idealizado pelo Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia, inspirado em desafio lançado pelo jornalista Milton Jung da rádio CBN, em seu programa CBN São Paulo, convidando seus ouvintes a adotar um vereador da capital paulista.

 

 

Inicialmente, o objetivo era levar o ouvinte a acompanhar o trabalho de um vereador de sua simpatia e a acioná-lo com propostas para serem apresentadas à Câmara Municipal. Em pouco tempo, porém, os ouvintes – e depois internautas – “desvirtuaram” a ideia e passaram a escolher o vereador de que eles menos gostam, para fiscalizá-lo de perto, acompanhar seu comportamento, verificar quanto gastam para manter o gabinete e se comparecem à Câmara ou participam das comissões permanentes.

 

O site foi montado no começo de janeiro sobre uma plataforma wiki, que vem sendo mantida, de forma voluntária, seguindo os princípios da Wikimedia Brasil. Desde então, o Adote já conquistou a adoção de mais de 80% dos vereadores paulistanos e expandiu-se para outras cidades. Em Taboão da Serra (SP), por exemplo, todos os vereadores já foram adotados.

 

 

No mais recomendo a leitura atenta aos artigos “A escolha errada dos brasileiros”:

http://xa.yimg.com/kq/groups/13772711/1262354662/name/Um+artigo+que+trata+das+escolhas+erradas+dos+brasileiros.pdf

 

“A verdadeira riqueza das nações”:

http://saudedilma.files.wordpress.com/2011/04/a-verdadeira-riqueza-das-nac3a7c3b5es.pdf

 

“Drogas e violência: Um debate sem respostas”

http://xa.yimg.com/kq/groups/9567009/320864600/name/Drogas+e+a+violência+%C2%96+Um+debate+sem+respostas.pdf

 

 

Mas se podemos citar erros, seguramente os dois maiores erros cometidos durante o Regime Militar foram quanto ao coeficiente eleitoral, pois ampliaram a grave distorção republicana e ampliaram a representatividade dos chamados “Currais eleitorais”, bem como talvez o mais grave, o de não seguirem o exemplo chileno no que se refere à condução de sua economia, e felizmente não a seguiram quanto a repreensão. Hoje por conta da condução da economia chilena de forma acertada, o Chile é um dos países que conquistou o melhor desenvolvimento econômico e social, mas para isso é necessário entender os princípios da liberdade. Leia “IDH – A verdadeira riqueza das nações”:

http://saudedilma.files.wordpress.com/2011/04/a-verdadeira-riqueza-das-nac3a7c3b5es.pdf

 

Com as devidas atualizações feitas pelo Professor Ricardo Bergamini para o ano de 2011:

http://www.ricardobergamini.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=321:indice-de-desenvolvimento-humano-idh-do-brasil--fonte-onu-base-ano-de-2011&catid=36:indice-de-desenvolvimento-humano-idh-do-brasil&Itemid=41

 

Temos perguntas que merecem a reflexão de todos os brasileiros:

 

a) Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos seus resultados?

b) Em que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizado? E qual é o papel de cada poder?

c) Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente e não sejam retirados ou desviados por políticos e sindicalistas os recursos que deveriam ser destinados aos bens e serviços públicos?

 

 

“Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência.” (Gerhard Erich Boehme)

 

 

 

Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br
+55 (41) 8877-6354

Skype: gerhardboehme

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80530-970 Curitiba PR

Brasil

 

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From:brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] On Behalf Of Antonio Morales
Sent: Monday, January 09, 2012 8:03 PM
To: brasil-politica@googlegroups.com
Cc: euclideslopes@ig.com.br; ttacitus@hotmail.com; secretarianacional@pdt.org.br; cristovam@senador.gov.br
Subject: RES: [Brasil-Política] Sobre o "Preâmbulo da Constituição da China". Vamos analisar as declarações do Sr. Lopes do PDT e do MRLB ...

 

 O que tem a dizer sobre sua defesa da ditadura militar terrorista BRASILEIRA?

não é surpresa ver você defendendo um regime totalitário no Brasil e outros

na América Latina, como por exemplo Pinochet e seus comparsas e os generais

Argentinos que estão sendo condenados por seus crimes?

Sua mentalidade é pervertida, pois diz que é um liberal.

 

De:brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] Em nome de Gerhard Erich Boehme
Enviada em: segunda-feira, 9 de janeiro de 2012 19:55
Para: brasil-politica@googlegroups.com
Cc: euclideslopes@ig.com.br; euclideslopes@ig.com.br; ttacitus@hotmail.com; secretarianacional@pdt.org.br; cristovam@senador.gov.br
Assunto: [Brasil-Política] Sobre o "Preâmbulo da Constituição da China". Vamos analisar as declarações do Sr. Lopes do PDT e do MRLB ...
Prioridade: Alta

 

Caro Euclides,

 

Não é surpresa ver você defendendo um regime totalitário, sua mentalidade é pervertida. E vale lembrar que perverter tem o significado de fazer algo contrário às leis da natureza  - como o direito à vida, à liberdade e à propriedade - e da vida moral – como a defesa do livre-mercado e do princípio da subsidiariedade, este que tanto falta aos brasileiros.  É próprio dos pervertidos mudar o bem em mal, em corromper ou se deixar corromper.

 

A República Popular da China é um Estado ainda totalitário, multinacional, onde o poder central comanda mais de 50 povos, retirando deles a cultura, tradição e a possibilidade de se expressarem em seu próprio idioma. Isso sem contar que dá sustentação a um dos regimes mais tiranos da atualidade. Ela lidera o processo de manutenção do regime da Coréia do Norte. Nem é provável que a China queira ter um papel auxiliar. Pequim vê o status quo como sendo de seu interesse. Acima de tudo, é provável que a China queira enfatizar a estabilidade, apesar de que poderá muito bem tentar influenciar no processo de sucessão fora da vista do público.

 

A República Popular da China embora tenha hoje sua economia globalizada, ter tido um avanço significativo com a  liberdade econômica, ainda é um país onde a liberdade se não se faz presente.

 

A República Popular da China se encontra até mesmo abaixo do Brasil, ela ocupa a 135ª posição. Mas tem muito a aprender com os próprios chineses, pois Hong Kong continua a liderar o ranking da liberdade. Macau está na 5ª posição e Taiwan na 7ª. Não é de se estranhar a qualidade de vida, o desenvolvimento e todos os inúmeros indicadores sociais.

 

http://www.heritage.org/index/country/China

 

Pouca coisa mudou na China, na sua China, lá as forças de segurança continuam a inviabilizar qualquer manifestação por mais legítima e democrática que seja.

 

Pouca coisa mudou passados mais de 20 anos depois do  massacre da praça Tian'anmen, ou Praça da Paz Celestial como é conhecida por nós. Se você soubesse o que vem a ser a defesa dos direitos humanos seguramente iria reconhecer que a repressão do governo contra os dissidentes é rotineira.  Mas pessoas com sua mentalidade esquerdizante, repito, pervertida, nacional-socialista frente aos princípios que defende e como se comporta, e internacional-socialista que diz defender, não reconhecem a importância da liberdade, tanto a liberdade individual quanto a liberdade econômica. São pessoas que desconsideram indicadores como o da Cato, Heritage, etc..

 

http://www.heritage.org

 

Estamos passando por um período interessante, um período em que muitas ditaduras têm sido questionadas, em especial no mundo árabe. Espero que logo seja a vez da China e da América Latina tomada sob as rédeas do Foro San Pablo e seus narcotraficantes.

 

Sua perversão não o deixa ver que há hoje centenas de ativistas, advogados e escritores de blogs têm sido sistematicamente interrogados, muitos são detidos sem garantia de sua liberdade e seus direitos.  Alguns simplesmente desaparecem.

 

Bao Tong, ex-assessor do falecido e liberal Zhao Ziyang, secretário do Partido Comunista, foi levado junto com a esposa para um local desconhecido por membros das forças de segurança de acordo com os Defensores Chineses dos Direitos Humanos, um grupo que divulga informações sobre dissidentes do governo do país. Bao foi preso depois do massacre, enquanto Zhao, seu ex-chefe, foi deposto por simpatizar com os manifestantes.

 

Ding Zilin, que criou um grupo para pessoas cujas crianças foram assassinadas no massacre, foi colocado em prisão domiciliar enquanto vários ativistas que participaram dos protestos de 1989 foram retirados de suas casas e enviados para locais desconhecidos.

 

Chen Ziming, criador de um instituto liberal que mediava conversas entre os estudantes e os líderes do Partido Comunista na época, foi intimado a não sair de casa, de acordo com o Centro de Informações para Direitos Humanos e Democracia, entidade baseada em Hong Kong.

 

Vários outros foram intimados a não deixar suas casas, emitir comunicados ou falar com a imprensa.

 

Sua perversão não o faz lembrar dos eventos de 22 anos atrás.

 

Talvez você até concorde com o governo chinês, pois igualmente não fala sobre o assunto. Seguramente deve concordar e achar normal que é mantido  desconhecido do povo e que nunca tenha divulgado o que fato ocorreu quando carros de combate militar esmagou os manifestantes na praça Tian'anmen.

 

Mas eu lhe refresco a memória: Centenas, possivelmente milhares de pessoas foram mortas na noite do dia 3 para o dia 4 de junho de 1989.

 

Em Hong Kong, que voltou à tutela chinesa em 1997, mas que mantém seu sistema legal e monetário de herança britânica, milhares de pessoas acenderam velas para marcar o aniversário, em um grande parque da cidade. Lá ativistas pela democracia depositam coroas de flores num memorial improvisado e curvaram-se três vezes, como manda a tradição chinesa do luto.

 

Multidões assistiram mensagens gravadas em vídeo por Ding Zilin e Wang Dan, dois dos líderes do movimento na época.

 

Em Taiwan, ilha que a China reivindica como seu território, felizmente conseguiu manter sua liberdade e preserva os direito humanos.

 

Que tal se você, como parece-me gostar tanto da China, não se junta também aos milhões ao redor do mundo que exigem que a China  respeite direitos, tanto humanos como econômicos, institua reformas políticas e liberte dissidentes aprisionados.

 

E vale sempre lembrar que os protestos da praça Tian'anmen renderam uma das imagens mais lembradas do fim do século 20, século marcado pelas mortes que os socialistas, nas suas duas vertentes impuseram ao mundo, tanto seu nacional-socialismo, defendido e que tanto serviu de inspiração a Vargas e a Lula, como o internacional-socialismo que ainda impera na China, com um jovem solitário e desarmado enfrentando uma fileira de tanques de guerra.

 

Lá os protestos começaram com a morte do dirigente comunista reformista Hu Yaobang. Mais de 100 mil estudantes, trabalhadores e intelectuais se uniram em marchas pacíficas pelas ruas de Pequim.

 

Além de liberdade e reformas democráticas, os manifestantes também protestavam contra a corrupção e a inflação resultante da abertura econômica.

 

O governo chinês chamou os pedidos do povo de conspiração revolucionária para derrubar o regime comunista e reprimiu violentamente os protestos. Na noite de 3 de junho, o exército foi enviado à Praça da Paz Celestial, resultando na morte de centenas civis e deixando milhares de feridos.

 

Liberdade, é decididamente algo que você não conhece e não respeita, mas o que esperar de uma raposa-velha do PTB ainda presente no PDT.

 

Lamento profundamente que suas mensagens se façam presente neste grupo que visa debater a politica. Mas de modo sério, em respeito à liberdade e a vida. Só espero que também não venha em defesa da visita de outro tirano à América Latina, este conspirando contra o pouco que temos de liberdade e democracia. Cito a vista de Mahmoud Ahmadinejad ( محموداحمدینژاد) à sua Venezuela, ou melhor, a sua pobre e cada vez menos democrática República Bolivariana da Venezuela igualmente subjugada aos ditames do Foro San Pablo, com a ideologia que tanto defende. Só espero que não esteja aliado aos narcotraficantes que lá encontram tamanho apoio político, como o presidente da Bolívia.

 

Recomendo que reflita sobre a relação do PDT com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, que assim fizeram para obter apoio político e financeiro. É uma triste página de nossa história. Mas me questiono se ela ainda não continua.

 

Leia: Drogas e violência – Um debate sem respostas

 

E aguardo ainda respostas a mensagem que lhe encaminhei anteriormente sobre seus loas à China e seu regime tirano, assim como a sua afirmação de ser adepto de Máo Zédōng, ou como escreve, Mao Tse-Tung.

 

Como não pode deixar de ser, lhe recomendo a leitura de um dos grandes nomes do liberalismo mundial que milita na China.  Cito o francês Guy Sorman, ele que milita em favor da defesa dos direitos humanos,  especialmente na China, e está empenhado em apoiar a democracia em muitos países, entre os quais a Turquia, Egito, Irã, Chile, Polônia e Argentina. Entre eles destaco o livro: A Solução liberal -1989.

 

http://www.erealizacoes.com.br/autores/autores_GuySorman.asp

 

E vale lembrar que a China além de alimentar o nosso atraso, principalmente pelo erro grave de nosso ex-presimente tê-la reconhecida como economia de mercado. Retirou e continua a retirar de nos significativa participação no mercado mundial de produtos brasileiros com valor agregado, os que são efetivamente geradores de emprego, riqueza e renda, ao contrário das commodities que são concentradoras de riqueza e renda e geram poucos empregos. E vale sempre lembrar que commodities não são a salvação do Brasil, são produtos que não se vendem, mas é uma forma indireta de se vender o Brasil.

 

Com a crise mundial, agravada pela irresponsabilidade dos socialistas europeus alimentando seu “Estado de Bem Estar Social”, agora o impacto será direto sobre o Brasil e os brasileiros, se dará sobre as exportações de commodities. Somente as exportações de soja em grão e minério de ferro correspondem a quase 60% do total exportado pelo Brasil para a China. Juntando-se o petróleo bruto, chega-se a dois terços de nossas exportações. Produtos semimanufaturados, como óleo de soja e celulose, correspondem a outros quase 10% das exportações brasileiras para a China. Há, portanto, pouco de produtos manufaturados e muitos seriam levados a concluir que o efeito da desaceleração chinesa não afetaria muito nossas exportações desse tipo de produtos.

 

O problema é que a China é também grande exportador de manufaturados. Com a prevista desaceleração do crescimento nos países desenvolvidos — notadamente nos EUA, principal mercado para as exportações chinesas — a expectativa, o que já está correndo,  é de que esse país direcione suas exportações de manufaturados para mercados onde estamos presentes, a preços mais competitivos.

 

Em decorrência, ou teremos que baixar os preços de nossos produtos nesses mercados ou perder parte de nossa fatia de mercado. Com as politicas erradas de Brasília, a perspectiva não é nada animadora, especialmente em um momento em que a economia brasileira também dá mostras de desaceleração e há aumento de seu endividamento para fazer frente ao assistencialismo de Estado, a demagogia e ao clientelismo político, com seu capitalismo sem mercado, mas de comparsas, e seu socialismo, sem compromisso com a educação fundamental e os serviços públicos de qualidade, mas de privilegiados.

 

 

Abraços,

 

 

Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br
+55 (41) 8877-6354

Skype: gerhardboehme

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Retransmitindo...

From:Gerhard Erich Boehme [mailto:gerhard@boehme.com.br]
Sent: Wednesday, December 14, 2011 10:13 AM
To: Grupo de Debates Mente Estratégica (menteestrategica@grupos.com.br)
Cc: 'Euclides Lopes'
Subject: Vamos analisar as declarações do Sr. Lopes, são ou não impressionantes? E o seu MRLB e PDT?

 

 

 

Caros do Grupo,

 

Vamos analisar as declarações do Sr. Lopes do PDT e do MRLB, são ou não impressionantes?

 

1. Marenga. Eu sou adepto de Mao Tse-Tung, reunir forças e contra-atacar.

 

Se confessa adepto de Máo Zédōng, mas quem foi Mao senão aquele que na revolução socialista na China, com um exército revolucionário de mais de um milhão de soldados passou a controlar militar e politicamente mais de noventa milhões de chineses, além das mortes que produziu contra os nacionalistas e a revolução interna, teve também a dominação de outros povos, como o tibetano, mas o mais grave: foi responsável por mais de 50 milhões de mortes, principalmente por fome,ao impor a pureza ideológica com  seu "socialismo", com o "Grande Salto para a Frente".  

 

Em resumo:É adepto de um dos principais responsáveis pelo maior genocídio já ocorrida em todo o mundo por conta de uma ideologia. E vale lembrar que a ideologia do PTB de outrora, do PDT e o que vemos hoje na China em nada difere do nacional-socialismo, pois como Ludwig von Mises mesmo argumentou, por exemplo: “O governo diz a estes supostos empreendedores o que e como produzir, a quais preços e de quem comprar, a quais preços e a quem vender … Cria empresas estatais ou as mantém. A autoridade, não os consumidores como no livre mercado, são políticos ou burocratas quem direcionam a produção … todos os cidadãos não são nada mais que funcionários públicos. Isto é socialismo com a aparência externa de capitalismo”. O próprio líder do nacional-socialismo de então chegou a afirmar, em um de seus discursos, que o nacional-socialismo era socialista não na forma tradicional de socialismo, mas sim interpretando o socialismo como “exaltação do social”.

 

2. . Eles com a sua revolução comunista, uniu a China, expulsaram os estrangeiros e os chineses que os apoiava (Chaik-Kai-Chek) que foram prá Formosa e Construiram a China Comunista que agora está se tornando potência.

 

Felizmente tivemos Taiwan para mostrar ao mundo a supremacia de uma economia livre, onde mesmo em condições adversas, em uma ilha e com uma população reduzida, Taiwan se encontra entre os 25 países mais livres do mundo, atrás de Hong-Kong e Macau, que possuem administrações econômicas independentes. Veja: http://www.heritage.org/Index/Country/Taiwan O Brasil ocupa uma vergonhosa posição, muito se deve às ideologias de esquerda e a falta de observação do princípio da subsidiariedade "Descrição:, que é uma das características o PDT e no passado foi do PTB.

 

 

Quanto ao desenvolvimento chinês, foi inegável após a visita de Nixon e abertura econômica. Mas temos que concordar, não é nenhum paraíso, a começar pelas condições de trabalho e ambientais.

 

Em resumo: Apoia o domínio e a tirania de uma etnia sobre mais de 50 outras etnias e povos. E o que é pior, não reconhece que o desenvolvimento na China se fez muito em função do livre mercado, onde Hong Kong e Macau são referenciais. Pior é que que não reconhece e não sabe utilizar e interpretar os indicadores de liberdade.

 

3. E nós destruimos o projeto Trabalhista Nacionalista e Desenvolvimentistas de Getulio, Jango e Brizola não íamos ter derramamento de sangue, e seguiríamos à frente da China e da India. Com o advento do golpe de 1º de abril de 1964, (O golpe foi tão nefasto que caiu no dia da mentira, e até hoje eles estão querendo se legitimar e o povo dá de ombros), fomos de ré e deu no que deu. Vox populis vox dei (a voz do povo é a voz de Deus).

 

Se não fossem os militares, seguramente o Brasil estaria hoje dividido, ou quando muito teríamos uma configuração similar à da Colômbia. Mas quantas mortes teríamos aqui? Centenas, milhares, centenas de milhares, milhões? Seria infantil acreditarmos que os Estados Unidos e demais países do mundo livre iriam permitir que se instalasse no cone Sul um país socialista e que aqui o povo fosse subjugado a uma nomenklatura, a uma ditadura teleguiada por Moscou. E é sempre importante lembrar: tínhamos uma direita fortemente armada, felizmente os militares também cassaram Adhemar de Barros e Carlos Lacerda e dominaram o aparelho militar que possuíam. Veja o caso de Angola e Moçambique, até hoje não se conseguiram recuperar da triste experiência socialista, mesmo com a ajuda cubana. Angola ainda vive os resultados da revolução interna e da corrupção. Veja: http://www.heritage.org/Index/Country/Angola

 

Em resumo:Lamenta uma das boas coisas que tivemos no Brasil, infelizmente os militares no campo econômico não foram tão competentes como os militares chilenos, os quais precisamos reconhecer, em nada se diferenciavam de inúmeros outros déspotas e tiranos como Fidel Castro, Máo Zédōng ou Josef Stalin. Basta ver que nem mesmo tiveram a alternância do poder no período de exceção. Mas no campo econômico foram felizes. O resultado está ai presente, mesmo a socialista Verónica Michelle Bachelet Jeria não ousou mudar a rota.

 

4. Marengão. Eu não sou burguês como você pensa eu sou trabalhista, que quer dizer trabalhador, acredito na força do trabalho, não no acúmulo do capital que é usurpação.

 

Eu sou burguês, como escrevi. É uma pena, pois como Marenga mesmo disse, burguês são os que trabalham e duro. Trabalhista é uma espécie disfarçada de socialista que cobiça o resultado do esforço alheio. Atua no efeito, preserva a cultura da lombada, não atua na causa, nas que levam à geração de emprego, riqueza e renda, que tem como causa principal a liberdade.

 

Qual seria o futuro do Brasil com os trabalhistas?Se considerarmos a intolerância dos trabalhistas com o individualismo e a forma com que lidam contra o princípio da subsidiariedade "Descrição:, que, no meu modo de ver, seguiria o caminho que levou aos horrores dos campos de concentração nazistas e soviéticos, do nacional-socialismo e do internacional-socialismo. O futuro do Brasil teria sido triste, sem contar a diáspora que se seguiria.

 

Como exemplo, podemos imputar aos "trabalhistas" o fato de termos hoje mais de 50% dos trabalhadores na informalidade.Isso é ou não uma loucura, infelizmente os militares não mudaram esta triste herança trabalhista, pois continuamos com este triste entrave ao nosso desenvolvimento, ele diz respeito à legislação trabalhista e à forma de solução dos conflitos trabalhistas. O ônus imposto aos empregadores do mercado de trabalho formal desestimula novas contratações. A evolução tecnológica e das relações interpessoais tornou obsoleta a legislação fascista brasileira, imposta ainda durante a ditadura Vargas. Nem ela, nem a Justiça do Trabalho, criada na mesma ocasião, atendem às necessidades de arranjos mais flexíveis entre patrões e empregados, em que todas as partes sairiam ganhando. Os milhões de processos trabalhistas que se arrastam por anos também representam um custo injustificável, tanto para a União – o bolso do contribuinte, que tem a obrigação de manter essa onerosa estrutura, como para os empregadores. O resultado é que mais da metade da população brasileira trabalha hoje na informalidade, sem contar os excessos como o trabalho escravo, que é ainda verificado no Brasil, até mesmo na cidade de São Paulo, com o trabalho ilegal de imigrantes bolivianos e asiáticos e o pior deles, a pressão para a prostituição, inclusive a infantil. Sem perspectivas de emprego centenas de milhares de jovens são empurrados para a criminalidade e prostituição, inclusive em outros países. Onde o termo brasileira adquiriu o mesmo significado de francesinha do final do século XIX.

 

Em resumo:Lhe faltam, convenhamos, argumentos para apresentar algo de positivo deste “trabalhismo”.  E isso sem falar do tal "Socialismo do Século XXI" que deseja impor a nós a partir de Caracas e de outro déspota que idolatra: Hugo Chávez, a maior autoridade em “Socialismo do Século XXI”.

 

Quanto ao PDT e o trabalhismo, seus partidários sempre cultuaram valores que acreditavam ser éticos e patrióticos. Mas nunca fizeram uma autocrítica, de quanto se afastaram da defesa da liberdade do cidadão. O trabalhismo e o nacionalismo, marcas do PDT, ligam-se à Revolução de 1930, que nos levou a um segundo momento de exceção em nossa e história, tivemos o patriotismo e a dignidade dos paulistas com a Revolução Constitucionalista,  e esta, por sua vez, liga-se aos republicanos positivistas que fizeram a República no Brasil, outra enganação, começou com uma quartelada que chamam hoje de “Proclamação da República” e que tirou o Brasil da rota do desenvolvimento. Infelizmente na nossa história muito se  reverenciou esses movimentos políticos e deu-lhes um lugar especial em nossa formação. O presidente Getúlio Vargas esteve no poder por quase 20 anos, foi contemporâneo de outros tantos déspotas com seus regimes totalitários. Jango felizmente é página virada em nossa história. Era outro cachaceiro.

 

Leonel Brizola se aliou ao que existe de pior no mundo do crime na cena carioca. A criminalidade e as milícias no Rio de Janeiro muito se devem a ele.

 

E o que vemos agora? Felizmente Lupi foi demitido. Esta situação em que se envolveu o Ministério do Trabalho veio nos esclarecer por que a direção do PDT procurou desorganizar e desestruturar o partido. Vejamos o quadro em que nos encontramos: nos últimos seis anos, o Diretório Nacional reuniu-se apenas duas vezes: para aprovar o apoio e participação no governo Lula e para dizer que queria continuar no Ministério do Trabalho no governo Dilma. O partido somente dispõe de 9 diretórios estaduais, o mínimo necessário para sua existência legal. Nos demais estados, adota comissões provisórias por 90 dias, sempre renovadas através dos anos, tornando os dirigentes locais dependentes da direção nacional. O mesmo procedimento adota em todos os estados em relação aos municípios. No Rio de Janeiro, por exemplo, existiam apenas 6 diretórios municipais até pouco tempo, nos demais municípios, comissões provisórias, em muitos nem isto, o partido está sem existência legal. O Conselho Político foi dissolvido. O movimento sindical foi dissolvido. O PDT é responsável pelo Ministério do Trabalho e extinguiu seu movimento sindical, que existia desde a criação do partido!

 

Por que desestruturar e desorganizar tanto assim o PDT? Agora, está ficando claro: o partido organizado, com seus departamentos funcionando, seus quadros e militantes atuantes, pressionaria e procuraria influenciar as ações políticas e administrativas do ministério. Mantendo o partido desorganizado, o ministério ficaria livre da influência dos quadros e militantes partidários. O ministro poderia tocar o ministério como lhe aprouvesse, valendo-se de pessoas de seu círculo pessoal e não dos quadros partidários já testados na luta política, que certamente o partido funcionando regularmente lhe imporia.

 

Há uma outra questão: há uma grande distorção ao envolver o Ministério do Trabalho com formação de mão de obra. A razão de ser e o destino do Ministério do Trabalho é trabalhar as relações de emprego no país, aperfeiçoá-las e, acima de tudo, procurar avançar nos direitos dos trabalhadores. A formação de mão de obra deve ficar a cargo do sistema educacional do país. São as universidades e os grandes colégios que deveriam cuidar da formação de mão de obra, utilizando os espaços e horários ociosos, pois diz respeito ao sistema escolar. Aliás, são as deficiências do sistema educacional que geram a necessidade de formação suplementar das pessoas para o mercado de trabalho. A fiscalização do funcionamento dos cursos ficaria a cargo do Ministério da Educação e das secretarias estaduais e municipais de Educação.

 

E quanto ao movimento que lidera, o MRTLB - Movimento de Resistência Leonel Brizola?  Infelizmente vemos que a idiotia e o descaso com a história toma conta de nosso Brasil, como as tais propostas e comentários deste chamado "Movimento de Resistência Leonel Brizola", que traz consigo o termo "movimento", algo muito mais associado à oclocracia que a democracia e como se isso não bastasse ainda faz homenagem a um dos piores políticos brasileiros, um dos principais responsáveis pela escalada da violência no Rio de Janeiro por conta de sua leniência ou mesmo envolvimento com o tráfico de drogas e principalmente pela sua incompetência em não saber avaliar a conjuntura internacional e o crescimento do tráfico internacional enquanto governava um dos mais importantes estados do Brasil.

 

"Descrição:

 

Recomendo que leiam:

 

1. A diferença entre a democracia e a oclocracia pregada pelo MRLB

http://saudedilma.files.wordpress.com/2011/04/democracia-ou-oclocracia.pdf

2. O impacto econômico da violência no Brasil

http://www.sjtresidencia.com.br/invivo/?p=15254

http://saudedilma.wordpress.com/2011/04/13/o-impacto-economico-da-violencia-no-brasil/

 

Brizola foi incompetente, não soube conduzir o processo de transição, muito menos entender as razões que levavam a derrota do internacional-socialismo e que resultaram no fim das restrições de liberdade que eram impostas a uma parte expressiva dos alemães, ainda sob o jugo do internacional-socialismo, do então regime da DDR e que se estendia por detrás da "Cortina de Ferro". Felizmente o muro caiu. Mas no Brasil temos as viúvas de Lênin. Euclides Lopes é uma delas, viúva de Brizola.

 

Brizola não soube se aproximar de forma competente com os militares e fazer uma boa gestão com suas polícias, tanto a que é subsidiaria ao cidadão, que trata da prevenção e tem igualmente funções de ordem pública, a polícia militar, quanto a polícia judiciária, que dá os primeiros passos no que se refere a justiça.

 

Foi igualmente em seu governo que estas instituição passaram a assustar a população dada a corrupção de que foi alvo. Foi durante seu governo que se iniciou todo um emaranhado entre facções criminosas com diversos interesses, que somada à corrupção policial e falhas em políticas de segurança pública no Estado agravaram a questão. Mas não de todo estava errado, ele trouxe com seu governo transparência para esta questão, mas não soube desenvolver políticas públicas que viessem a eliminar a principal forma de discriminação que se tem no Brasil, a discriminação espacial. Na sua incompetência não soube dar direito de propriedade aos moradores de áreas não regularizadas, agravando um velho problema que temos no Brasil, o pobre tem a propriedade, faz uso dela, mas não tem direito econômico sobre ela, ficando assim impossibilitado de tratá-la no mercado imobiliário, o qual poderia fazer pressão para uma melhor urbanização.

 

Na sua incompetência desconsiderou o pouco que se tinha de organização no Estado quanto aos planos diretores. E ele tinha como um dos principais aliados o Engenheiro e Arquiteto Jaime Lerner, que inclusive chegou a tomar parte de seu governo.  http://www.tvcultura.com.br/rodaviva/programa/PGM0289

 

Mas não podemos de todo apontá-lo como o máximo de incompetência, pois apontar o ex-governador Leonel Brizola como responsável pelo desenvolvimento do tráfico ou pelo surgimento do Comando Vermelho (facção criminosa majoritária no tráfico de drogas no período) é ter uma visão limitada sobre o que aconteceu. As falhas ocorridas na política de segurança de Brizola foram tão graves quanto as de seus sucessores, sendo que ele foi o primeiro a lidar com o fenômeno do tráfico em proporções internacionais. Infelizmente ele nadou no mar de incompetência, o que ocorre até hoje no Governo do Estado do Rio de Janeiro.

 

De Brizola e de sua ideologia temos o pior legado, pois foi de Vargas, Jango, Brizola e tantos outros o principal fator que concorre para colocar na informalidade mais da metade dos trabalhadores brasileiros. É cria deles a atual legislação trabalhista e a forma de solução dos conflitos trabalhistas, como apresentei acima.    

 

Para conhecer melhor o que significou Brizola, recomendo a leitura do texto abaixo: "Brizola, o último dos maragatos", no qual Félix Maier nos mostra os erros dentro do cenário da época, permitindo assim uma melhor interpretação, pois nada mais falso do que interpretar o passado com os olhos de hoje.

 

Mas vamos às críticas a esse tal MRLB:

 

Citavam que "a origem da crise era a errada militarização dos bombeiros que visa exclusivamente a manter o conjunto de trabalhadores permanentemente mobilizados, sempre à disposição, sem lhes conceder os direitos trabalhistas inerentes à periculosidade das tarefas e salários compatíveis com a importância e a nobreza da função. É uma categoria pública especial e, como tal, tem que ser tratada."

 

Nada mais falso, pois os corpos de bombeiros exigem o máximo do profissionalismo, que com a militarização se obtém a disciplina e a ordem, além de trazer consigo os melhores valores para que possamos ter um serviço público digno, desempenhado por profissionais igualmente dignos.

 

Quanto aos direitos, estes devem ser avaliados, a começar pela jornada de trabalho que constitucionalmente foi definida como de 36h semanais para turnos de revezamento, cabendo ainda o pagamento que todo policial deve fazer jus, o adicional de periculosidade, além do aplicado ao regime de revezamento de turnos, tal qual fazem jus os petroleiros e petroquímicos.

 

Quanto ao salário, este retrata a incompetência de nossos governadores, os quais não remuneram adequadamente seus policiais. Mas este resultado é fruto da forma como está organizada a estrutura policial, vinculada ao executivo, sendo o quadro mais grave o caso da polícia judiciária (Polícias Civis e Polícias Técnico-científicas nos Estados e a Polícia Federal junto ao Governo Federal) administradas politicamente, mais grave, pois são atribuições essencialmente públicas ao contrário da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, que são subsidiárias ao cidadão. E para entender a questão da subsidiariedade é fundamental entender este que é um dos princípios fundamentais para uma sociedade virtuosa: O princípio da subsidiariedade "Descrição:.

 

A segunda informação é falsa, pois assim leva a nossa sociedade a de desresponsabilizar, não elegendo e exigindo destes uma boa gestão. E mais grave ainda é o fato de que assim não se questiona o que de fato deve ser público e o que deve ser privado.

 

 

"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de  deficiência física ou mental, incluindo as  advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência." (Gerhard Erich Boehme)

 

 

Mas no todo a afirmativa não está errada: "Os responsáveis pela atual situação são, exclusivamente, os governantes, especialmente o governador Sergio Cabral, autoritários e insensíveis para com a justeza das reivindicações da laboriosa e altruísta categoria profissional. O Rio de Janeiro é o segundo estado com maior arrecadação e paga a esses profissionais o pior salário do país".

 

Outro absurdo é colocar nomes de covardes e vendilhões ao internacional-socialismo ou heróis de fantasia com verdadeiros heróis. Eu vejo como uma imbecilidade sem tamanho a reverência ao "herói" Zumbi dos Palmares, cuja critica foi brilhantemente feita por Leandro Narlock em seu livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. Neste sentido recomendo a leitura do texto abaixo.  Tivemos pessoas brilhantes como o Engenheiro André Pinto Rebuças, este sim pode ser apontado como um dos mais dignos brasileiros, no seu tempo, ainda no Império era brasileiro, hoje seria citado como afrodescendente. Recomendo que leiam os livros citados no texto: www.boehme.com.br/andrereboucas.pdf

 

E para fechar este assunto, nada mais recomendado que lerem o artigo anexo de Gastão Reis  (Tel. (24) 9272-8586 www.gastaoreis.com.br, cujo artigo foi publicado na Tribuna de Petrópolis, em 28/05/2011, intitulado OBAMA E O BARÃO DE COTEJIPE.

 

Trata-se de um fato histórico da maior relevância em boa parte desconhecido pela opinião pública brasileira. Principalmente aos idiotas que hoje criticam um dos períodos mais brilhantes da história brasileira que foi o II Império.

 

Mas o tal MRLB não erra no todo, acertam quanto às críticas ao Governador carioca, quando este menciona o termo vândalos, o qual foi senão o principal responsável por esta crise, foi seguramente o que mais contribui para que chegasse a este impasse. Esqueceu ele que estava lidando com homens.

 

Outro erro é citar a contrarrevolução de 1964, quando deveria citar os erros do Estado Novo, que juntamente com o nosso pior período de exceção nos levaram a graves crises internas. O pior, tanto em termos de mortes quanto a diáspora que se seguiu foi o período que seguiu a quartelada que chamam de “Proclamação da República”.

 

No mais é acertada a iniciativa de se conclamar a população para apoiar a imediata libertação dos bombeiros injustamente presos. E igualmente é acertada a afirmativa: "Se ainda houver um pingo de bom senso e sentimento de humanidade em nossos governantes, os bombeiros presos serão imediatamente libertados, conforme exige a sociedade civil e se instalará uma negociação séria."

 

Se tivermos um pouco de bom senso e inteligência vemos que são inúmeros os erros de como são tratadas as questões da justiça e da segurança pública, que, como sabemos, exige de todos uma compreensão clara das limitações, em especial o descaso com que entidades públicas gerenciam a questão neste nosso vasto Brasil. A começar pela confusão entre a justiça e a prevenção, muitos de forma irresponsável se posicionando pela unificação das polícias, pela desmilitarização das organizações militares policiais e o que é mais grave, propondo ações de combate aos criminosos ou à criminalidade.

 

Entendo como irresponsável por diversas razões, dentre elas destaco:

 

i. A unificação irá promover a centralização do poder e a consequente corrupção dela decorrente – não podemos desconsiderar o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente, bem como que as polícias são instrumentos do poder de coerção do Estado, assim como a tributação, e portanto são muitas vezes mal vistas quando não são disponibilizados recursos adequados, o que inclui profissionais capacitados;

 

ii. O risco com desmilitarização das Brigadas ou Polícias Militares, ou mesmos das Guardas Municipais, quando se pode ter a perda dos valores que lhe são próprias, em especial a ordem, disciplina e eficácia - valores que são fundamentais aos profissionais que diariamente estão em contato com o que há de pior em nossa sociedade;

 

iii. Com a integração das polícias deixamos de ter a pluralidade dos órgãos policiais voltados à segurança, pois a pluralidade retira sua força de pressão interna, já que, como temos, separadas se estabelece um sistema de vasos comunicantes que permite um melhor sigilo das investigações e uma barreira eficaz à corrupção, sempre possível e temível num serviço policial;

 

iv. Evita-se a sobreposição de processos voltados à justiça - os realizados pela polícia judiciária - com os processos de ordem pública e de prevenção, que são ¹subsidiários ao cidadão e à iniciativa privada.

 

v. O desarmamento não visa desarmar a população, mas sim desarmar as pessoas de bem.

 

“O controle das armas com a população não tem como objetivo o controle das armas, mas sim o controle da população” (Gerhard Erich Boehme)

 

A prevenção ao crime está no campo em que o Estado entra com o papel ¹subsidiário, pois a prevenção ao crime é de atribuição inicial do cidadão – começa com ele colocando a tranca na porta de casa, educando seus filhos de forma exemplar, adquirindo e se capacitando em usar uma arma, etc. e a prevenção tem sua atuação mais forte no campo privado, como junto às famílias e empresas, onde temos a atuação das entidades de segurança patrimonial, vigilância comunitária, escolta, proteção a executivos, etc. E na impossibilidade destes agentes atuarem ou quando não é interessante que a iniciativa privada atue, deve entrar o Estado, o que deve ocorrer ¹subsidiariamente, com destaque a participação comunitária através dos chamados CONSEG - Conselhos Comunitários de Segurança, para os quais, no meu entender, deveria contemplar um Guia para sua formação, implementação e manutenção e assim os CONSEGs serem certificados segundo a conformidade com os requisitos da ABNT NBR ISO 9001:2008.

 

A prevenção, esta realizada pela Brigada Militar ou Polícia Militar, além da ordem pública, também deve realizar o policiamento ostensivo e assim assegurar a proteção ao cidadão, a sua vida, liberdade e seu patrimônio.

A atuação do Estado através das Guardas Municipais e da Brigada ou Polícia Militar é ¹subsidiária e assim deve ser, mas cabe a sociedade atuar em todas as frentes não contra o crime, mas na prevenção ao crime e neste ponto passa a ser fundamental entendermos as falhas, os erros e vícios de nossa sociedade que estão concorrendo para a escalada da violência, que assim leva o Brasil a ocupar as primeiras posições no mundo como um dos países mais violentos, sem contar a perda de recursos, que segundo o IPEA, isto subestimado, representa 5% do PIB, segundo o Banco Mundial 7,5% e eu estimo seguramente em mais de 10% do PIB. Uma prova disso é como a violência afasta o turista de um Brasil com enorme potencial, o que inclui a geração de empregos, riqueza e renda.

Uma delas é a perda do direito de defesa, que retira responsabilidades do cidadão e as transfere ao Estado, que infelizmente se mostra incompetente, pois não consegue desarmar os bandidos e o que é pior, dá sustentação a déspotas e ingênuos que buscam desarmar as pessoas de bem.

 

As principais causas da violência são decorrentes:

 

1. da discriminação espacial (A primeira favella e a discriminação espacial como causa da violência);

2. do baixo investimento, baixa qualidade e falhas na gestão pública da educação fundamental;

3. da pouca valorização da família dentro da sociedade brasileira – em muitos Estados brasileiros a grande maioria tem hoje as famílias sustentadas por mulheres, sendo a Bahia o caso mais triste, pois supera 60% dos lares – desconsidera-se lá a paternidade responsável, uma sociedade formada por homens que não honram as calças que vestem;

4. da condução política-ideológica de nossa política externa que privilegiou o narcotráfico, estas decorrentes do apoio e submissão do Brasil ao Foro San Pablo (Veja as perguntas que deveríamos ter feito aos candidatos);

5. vulgarização da violência, em especial junto à mídia devido a programas policiais ou documentários fora do horário e os desenhos animados e programas infantis que apresentam normalmente a violência como tema central, os quais funcionam no Brasil como babá eletrônica (A falta de ética da mídia no caso do Realengo);

6. da falta do entendimento, valorização e recursos às polícias judiciárias e àquelas que se dedicam à prevenção ao crime e a ordem pública, a remuneração de seus profissionais em especial.

 

E é bom que se diga que a escalada da violência não tem como causa a pobreza ou as diferenças de classes como querem nos fazer acreditar, os ideologicamente estressados em especial, pois assim dito justifica tão somente a desresponsabilização por parte do poder público, ou melhor, de toda a sociedade e passa a atribuir aos mais pobres a perda de valores, o que é obviamente falso. Assim nos afastamos das causas que levam a violência, a discriminação espacial principalmente.

 

Esta argumentação acima seguramente não invalida a questão de que os mais pobres ficam mais vulneráveis frente à violência, principalmente devido à discriminação espacial, o que é uma verdade. Neste ponto é importante a leitura dos textos em anexo, em especial para entendermos a questão da discriminação espacial, esta sim que se faz presente em nossa sociedade e necessita ser combatida.

 

Tivemos um presidente que foi irresponsável dividindo a sociedade segundo o sabor das etnias da qual descendemos, o fez buscando apoio político, mas deixou um triste legado, um legado que desconsidera o Engenheiro André Pinto Rebouças, ele que foi um dos mais dignos brasileiros, hoje seria apenas considerado um afrodescendente.

Outra questão é o crime cometido ou sendo articulado, quando se requer a atuação do Estado, no sentido de se fazer justiça, quando se pune também para servir de referencial, o que muitas vezes é deixado de lado devido a “Síndrome do coitadinho” que é própria do brasileiro. A polícia judiciária (Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Técnica) deve exercer seu papel de forma exemplar, e esta é uma questão então pública, pois não cabe e nem se pode deixar que o cidadão venha a querer fazer justiça. Neste campo se requer a atuação forte e exemplar do Estado.

Isso não quer dizer que a justiça criminal também não possa ser privada, mas a questão é que estamos muito longe disso, a nossa sociedade teria que se livrar dos ranços ideológicos e ter muita maturidade para abraçar propostas como a de Bruce L. Benson apresentadas em seu livro “To serve and protect” (http://www.institutoliberal.org.br/revista.asp?cds=113) . Entendo que estamos muito longe disso, ainda mais quando, passados mais de 30 anos, ainda encontramos pessoas doutrinadas berrando “Abaixo a Ditadura!” e assim tomando parte de uma “democracia” que na realidade é uma oclocracia e não se dão conta disso.

 

As Guardas Municipais, a Polícia Militar ou Brigada Militar, estas atuam ¹subsidiariamente no campo da prevenção e devem observar o princípio da subsidiariedade "Descrição:  para sua melhor atuação. A policia judiciária (Polícia Civil, Polícia Técnica e Polícia Federal) atua no campo da justiça. Este campo é privativo da justiça, que é pública. É um bem público e assim deve ser entendido por todos nós. E neste ponto poderíamos ter uma solução similar a que foi dada ao Ministério Público, quando este saiu da esfera dos executivos estaduais e Federal, que normalmente relegam funções de Estado e privilegiam o clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas e seu socialismo de privilegiados, longe das leis de mercado e do compromissos com os bens e serviços públicos.

 

"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência." (Gerhard Erich Boehme)

 

E para entenderem a questão da discriminação espacial, recomendo que leiam com atenção ao texto “A primeira favella e a discriminação espacial como causa da violência”: A discriminação espacial   "Descrição:

 

Abraços,

 

Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br

(41) 8877-6354

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80530-970 Curitiba - PR

 

"Sempre que criamos algo novo isto requer nosso sincero comprometimento."  (Artur Fischer - O maior inventor de todos os tempos)

 

 

 

Brizola, o último dos maragatos


Félix Maier

ttacitus@hotmail.com

http://www.usinadeletras.com.br

 

 

Pessoas importantes, ou que se julgam como tais, dão um jeito de morrer em uma data especial. Foi assim que ocorreu com o imperador Constantino, que se converteu ao cristianismo e possibilitou a rápida expansão da nova religião por todo o Império Romano: deu um jeito de morrer num glorioso dia de Páscoa. Com Tancredo Neves não foi diferente: marcou encontro com São Pedro justo no dia 21 de abril, data da morte de seu conterrâneo mais famoso, Tiradentes. Dizem que Tancredo já havia morrido dias antes, apenas se escolheu uma data cívica melhor para avisar a imprensa mas isso é outra história. O certo é que Tancredo virou santo sem precisar apresentar milagres, como Santa Paulina, romarias levam as massas a seu túmulo em São João del Rey a cada feriado da Inconfidência. Já Leonel Brizola, o último dos maragatos, não escolheu nenhuma data significativa para ser levado pela Senhora da Gadanha. Foi acariciado pelas parcas, de supetão, no dia 21 de junho deste ano. Do jeito que imaginava, ainda em atividade política, pois havia profetizado serei como um cavalo inglês: só vou morrer na cancha. O certo é que, se tivesse que escolher uma data para chegar às canhadas do purgatório, Brizola ficaria em dúvida - 7 de setembro ou 15 de novembro? -, pois, mais nacionalista do que ele, impossível.

 

Quem foi, afinal, Leonel Brizola, por quem muitos brasileiros, com um lenço vermelho no pescoço, bem à moda maragata, verteram compungidas lágrimas durante o velório e promoveram uma vaia fenomenal ao traidor Lula da Silva quando este tentou se aproximar do defunto no Rio de Janeiro?

 

Antes de mais nada, Brizola simbolizava como ninguém o protótipo do anarquista espanhol, Don Pepe, que vagueia na trilogia O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo: se há governo, sou contra!. Prova disso foi o seu rápido afastamento de Lula quando este, enfim, se tornou presidente do Brasil. Não havia ninguém que fazia críticas tão ácidas quanto Brizola. Mas, afinal, o que queria o último dos maragatos? O que queria o maior de todos os nossos carbonários? Enfim, qual era o tipo de Brasil que existia na imaginação do ultranacionalista Leonel de Moura Brizola, o antiamericano número um do continente?

 

Brizola teve uma carreira política meteórica. Nasceu em 22 de janeiro de 1922 com o nome de Itagiba, no povoado de Cruzinha, RS, que pertenceu a Passo Fundo até 1931, quando passou à jurisdição de Carazinho. Adotou o nome do chefe maragato Leonel Rocha, passando a ser conhecido como Leonel Brizola. Em 1939, formou-se técnico agrícola no Instituto Agrícola de Viamão, próximo de Porto Alegre. Em 1945 começa a estudar engenharia civil na Universidade do Rio Grande do Sul, formando-se em 1949. Ainda em 1945, fundou o primeiro núcleo gaúcho do PTB. Um ano depois, foi eleito deputado estadual . Em 1950, Brizola foi reeleito deputado estadual do Rio Grande, e no dia 1º de março do mesmo ano casou-se com Neusa Goulart, irmã do então deputado estadual João Goulart, que viria mais tarde a ser presidente do Brasil. O padrinho foi Getúlio Vargas, que seria eleito presidente do País no dia 3 de outubro do mesmo ano. Em março de 1951, Brizola se torna líder do PTB na Assembleia Legislativa e se candidata a prefeito de Porto Alegre, porém perde por um diferença de apenas 1%, no pleito de 1º de novembro. Em 1952, foi secretário estadual de Obras Públicas do governo Ernesto Dornelles (PTB) e em 1954 elegeu-se deputado federal, com a maior votação da história gaúcha até então. Em 1955 foi eleito prefeito de Porto Alegre e, em 1958, governador do Rio Grande do Sul.

 

No período de 1959 a 1963, Brizola governa o Rio Grande do Sul, época em que começa a desempenhar um papel nacionalista de repercussão nacional. Empossado em janeiro de 1959, criou a Caixa Econômica Estadual e adquiriu o controle acionário do Banco do Rio Grande do Sul. Criou a Aços Finos Piratini e a Companhia Riograndense de Telecomunicações e pressionou o governo federal a instalar uma refinaria no Estado. Encampou a Companhia Telefônica Rio-Grandense, uma subsidiária da ITT. No setor de educação, construiu 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios e escolas normais (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u61836.shtml).

 

O presidente Jânio Quadros havia entrado em atrito com os chefes militares, ao conceder a Medalha do Cruzeiro do Sul a Ernesto Che Guevara, em solenidade na capital brasileira. A divisão nas Forças Armadas aumentou após a renúncia de Jânio, em 1961, pois muitas autoridades militares não aceitavam a posse do vice, João Goulart, o Jango, visto como comunista. Na ocasião, Jango estava em viagem à China comunista, acompanhado de líderes trabalhistas, convocados para observação e estudo das comunas populares daquele país (AUGUSTO, 2001: 70). Na China, Jango fez um pronunciamento radical, em que revelou sua intenção de estabelecer também no Brasil uma república popular, acrescentando que, para tanto, seria necessário contar com as praças para esmagar o quadro de oficiais reacionários (AUGUSTO, 2001: 71) prenúncio da Revolta dos Sargentos, em Brasília, em 1963, e da Revolta dos Marinheiros, no Rio de Janeiro, em 1964.

 

Em manifesto à nação, os ministros militares afirmaram o perigo que representaria um governo chefiado por Goulart: As próprias Forças Armadas, infiltradas e domesticadas, transformar-se-iam, como tem acontecido noutros países, em simples milícias comunistas (TAVARES, 1977: 65). Porém, o Marechal Henrique Teixeira Lott, candidato derrotado à presidência da República, tendo Goulart como companheiro de chapa, lançou um manifesto exigindo que a presidência fosse assegurada ao vice-presidente eleito, conforme previa a Constituição (AUGUSTO, 2001: 71). A candidatura Lott havia surgido da Novembrada (11/11/1956), durante o Governo Juscelino Kubitschek, quando o vice João Goulart entregou uma espada de ouro ao Marechal Lott, em uma homenagem que seria, aparentemente, o de promover um grande movimento de caráter populista de solidariedade ao Exército, embora com o propósito oculto de sensibilizar, apenas, uma parte dele (TAVARES, 1977: 31). Ou seja, criar a figura do general do povo, que durante o Governo Goulart teve outros adeptos fervorosos.

 

Para defender a posse de João Goulart, Brizola criou a Rede da Legalidade. No Rio Grande do Sul, o Governador Leonel Brizola, cunhado de Goulart, mobilizou a Brigada Militar, ganhou o apoio do comandante do III Exército, General Machado Lopes, e lançou um movimento legalista pela posse de Jango, que se estendeu a todo o País (AUGUSTO, 2001: 71). Como recentemente se pôde observar, tanto nos jornais como na TV, durante os funerais de Brizola, comentaristas consideram essa ação do maragato como o de mais alto prestígio em toda sua carreira política.

 

A solução encontrada para o impasse foi o parlamentarismo, aceito por Jango. Porém, o seu Partido Trabalhista, com a força de Leonel Brizola e a mobilização do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e do Partido Comunista Brasileiro (PCB), consegue reverter a situação, e a 6 de janeiro de 1963 é restabelecido, por plebiscito popular, o sistema presidencialista.

 

Um mês após a posse de Jango, que ocorreu no dia 7 de setembro de 1961, Leonel Brizola e Mauro Borges, governador de Goiás, lançam a Frente de Libertação Nacional (FLN). A Frente enfatizava a ação exploradora dos capitais estrangeiros e a necessidade de nacionalização de empresas e efetivação da reforma agrária. Nacionalista, o Manifesto de Goiânia proclamava que não seremos colônia dos EUA, nem satélite da URSS. Compareceram ao ato o Prefeito de Recife, Miguel Arraes, os deputados Francisco Julião, Barbosa Lima Sobrinho e outros esquerdistas. Brizola, com anseios de se tornar o Fidel Castro sul-americano, pretendia criar um grupo armado, o que levou o jornal New York Time a considerá-lo a maior ameaça aos interesses dos EUA depois da Revolução Cubana. Com o major do Exército (cassado), Joaquim Pires Cerveira, durante o período de governo militar, a Frente agregou remanescentes do Movimento Revolucionário 26 de Março (MR-26) - que viria a ser extinto em 1969 -, promovendo ações terroristas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, em conjunto com a Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighela, e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lamarca. A Frente brizolista foi extinta em 1970, com a prisão de Cerveira.

 

Durante sua gestão no Rio Grande do Sul, além do nacionalismo xenófobo demonstrado na encampação da ITT americana, Brizola investe no populismo a la Getúlio Vargas, vergastando as elites rurais e endossando as ações do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Master), criado por Rui Ramos - uma aclimatação das Ligas Camponesas de Francisco Julião nos pampas gaúchos.

 

O general do povo Osvimo Ferreira Alves, comandante do I Exército, é simpático ao PCB e às idéias nacionalistas de Brizola. Este, populista de feições caudilhescas, encorajado pelo abrigo à sombra do quepe do general, reúne-se com 150 sargentos e realiza uma mobilização popular para fechar o Congresso; Goulart seria afastado, caso se opusesse. O presidente, porém, consegue evitar o golpe do carbonário gaúcho, que sonhava ser o Fidel Castro brasileiro, e começa o desmonte do esquema dos militares ligados a Brizola.

 

Como se pode comprovar, o legalista de véspera, que havia defendido a posse de Jango, deixou de sê-lo repentinamente, para se converter em um fanático golpista pronto a derrubar o próprio cunhado. (Cunhado não é parente era um dos muitos motes repetidos por Brizola.)

 

Eram tumultuados aqueles anos em que o carbonário Leonel Don Pepe Brizola se especializou em apagar incêndios com gasolina. Os agora chamados anos de chumbo dos governos militares foram precedidos por uma febril convulsão política e social. Em 24 de novembro de 1961, são restabelecidas relações diplomáticas com a URSS. Há uma aproximação de Jango com os comunistas, e o PCB conquista a presidência da poderosa Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI). Vale a pena lembrar o que ocorreu em 1963 e 1964, antes de os militares darem um fim à dupla baderneira Jango-Brizola.

 

Com o restabelecimento do presidencialismo, em 1963, cresce a subversão comunista no Brasil, com a infiltração de militantes nos ministérios. Há propaganda soviética generalizada nos jornais e livrarias. As invasões de terra aumentam no Brasil, fomentadas pelas Ligas Camponesas, que abatem gado e incendeiam canaviais em Pernambuco, com o apoio tácito do Governador Miguel Arraes. Greves políticas começam a pipocar por todos os cantos, há desabastecimento de gêneros de primeira necessidade, agravado por uma terrível seca. Míngua a entrada de capital estrangeiro no País. O Comando dos Trabalhadores Intelectuais congrega nomes da cultura nacional, como Barbosa Lima Sobrinho, Dias Gomes, Enio Silveira, Jorge Amado.

 

Em fevereiro de 1963, cerca de 6.000 sargentos, cabos e soldados realizam passeata em São Paulo, em apoio à posse dos companheiros de farda eleitos. Em março, é realizado em Niterói, RJ, o Encontro de Solidariedade a Cuba, pois o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda, havia proibido o encontro no seu Estado, antigo Distrito Federal.

 

O Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), dominado por intelectuais marxistas, atrai subtenentes e sargentos, apresentando cursos e palestras de doutrinação comunista. ... o trabalho de aliciamento nas Forças Armadas se concentraria sobre os graduados, por serem em maior número e, na sua maioria, menos preparados para resistir ao assédio dos profissionais do Partido Comunista. (...) O jornal esquerdista O Semanário dava cobertura a essas atividades, vinculando os subtenentes e sargentos à campanha nacionalista (AUGUSTO, 2001: 103).

 

Em julho de 1963, nas comemorações do aniversário do general Osvino, então comandante do III Exército, reuniram-se em Porto Alegre cerca de 800 subtenentes e sargentos das Forças Armadas e da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, para fazer afagos ao velho general do povo.

 

Em 6 de março de 1963, houve uma passeata de militares em São Paulo, exigindo a posse dos sargentos eleitos. Militares da Aeronáutica e da Força Pública compareceram fardados. À mesa diretora sentaram-se os comunistas Rio Branco Paranhos, Geraldo Rodrigues dos Santos, José da Rocha Mendes Filho, Mário Schemberg, Luiz Tenório de Lima, Oswaldo Lourenço e o General reformado Gonzaga Leite, um dos organizadores do Congresso Continental de Solidariedade a Cuba (AUGUSTO, 2001: 104).

 

As críticas e reivindicações populares dos militares de baixa patente aumentam de tom. Em Fortaleza, o sargento-deputado Garcia Filho afirmou que, se não houvesse uma decisão favorável à posse dos eleitos, a Justiça Eleitoral seria fechada. Pregou o enforcamento dos responsáveis pela tirania dos poderes econômicos e rotulou a instituição militar de nazista (AUGUSTO, 2001: 105).

 

A 12 de setembro de 1963, há uma rebelião de sargentos em Brasília: sargentos da Marinha e da Força Aérea, liderados pelo sargento da Força Aérea, Antonio Prestes de Paula, apossam-se sucessivamente do Ministério da Marinha, da Base Aérea, da Área Alfa (da Companhia de Fuzileiros Navais), do Aeroporto Civil, da Estação Rodoviária e da Rádio Nacional (AUGUSTO, 2001: 106). Os revoltosos prenderam um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara Federal. Na tentativa de invasão do Ministério da Aeronáutica, um marinheiro foi morto a tiro. À tarde os revoltosos já haviam sido presos.

 

No dia 4 de outubro de 1963, Castello Branco, Chefe do Estado-Maior do Exército (EME), enviou documento ao Ministro da Guerra, assinalando a necessidade de providências sobre a ação ilegal, inclusive subversiva, do Comando Geral dos Trabalhadores, a agitação insurrecional promovida pelo Deputado Leonel Brizola, a conexão de atividades de políticos com o motim de Brasília e os abusos do poder econômico (TAVARES, 1977: 76). Na mesma ocasião, Castello mostrou-se contrário ao Estado de Sítio pleiteado por Goulart, para implantação de suas reformas de base.

 

Sua experiência no Comando do Exército no Nordeste onde teve atritos com o governador Miguel Arraes deu a Castello visão segura de como as injustiças sociais, crônicas e chocantes, eram premeditadamente agravadas para fins políticos. Em vez de medidas construtivas, para proteger os interesses dos homens da lavoura contra a exploração dos senhores de engenho, o caminho adotado foi de mobilizá-los como agentes da subversão, alguns treinados em Cuba, para a agitação na área rural, a depredação de propriedades e os incêndios de canaviais. (...) Em Anápolis (Goiás) já funcionava, a essas alturas, um centro de treinamento para guerrilhas rurais (TAVARES, 1977: 80).

 

O lado subversivo tinha uma frente bastante ampla para subversão das massas, além do PCB e da dupla Jango-Brizola: a Ação Popular (AP) atuava por meio do Movimento de Educação de Base (MEB); a União Nacional de Estudantes (UNE), por meio de seu Centro Popular de Cultura; a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB), com atuação em vários Estados; e o próprio Ministério da Educação e Cultura (MEC), com as Secretarias de Educação dos Estados, por intermédio da Comissão de Cultura Popular.

 

Para a formação do homem novo, a história também deve ser nova. A Coleção História Nova surgiu durante o governo Goulart, na Campanha de assistência ao estudante, do MEC, em que os livros tradicionais de história foram reformulados e os fatos interpretados sob a ótica marxista. O MEC editou também a cartilha Viver é lutar, reconhecida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para a alfabetização rural ou seja, alfabetização marxista. A Rádio Ministério da Educação (Rádio da Verdade) era utilizada para propaganda comunista. Nada mais que o Pravda (Verdade, em russo) em ação.

 

Além dessas organizações, havia a disseminação no Brasil dos chamados folhetos cubanos, distribuídos pelo Movimento de Educação Popular (MEP), que serviam de inspiração às ações revolucionárias das Ligas Camponesas, de Francisco Julião, e aos Grupos dos Onze, de Brizola. Em tudo havia o dedo de Fidel Castro e sua Revolução Cubana: As tentativas revolucionárias de inspiração cubana em vários países da América Latina contrárias à linha política do PCB , iniciadas na década de 1960 em Honduras, Guatemala, Nicarágua, Venezuela, Peru, Colômbia, Argentina e Equador, se haviam esgotado no nascedouro ou estavam derrotadas no final de 1963 (AUGUSTO, 2001: 121). Com exceção, sabe-se hoje, da Colômbia, onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) já atuam por mais de 40 anos e acarretaram a morte de dezenas de milhares de patrícios.

 

A reação ao estado de desordem que prosperava no País, com a complacência do presidente da República, começou a surgir de todos os lados. O apoio à democracia era exigido pela imprensa: os principais jornais do Brasil pediam o fim dos movimentos baderneiros, como os Diários Associados, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Tribuna da Imprensa, O Globo, Jornal do Brasil. Organizações civis, encabeçadas por empresários e intelectuais, passaram a promover encontros, desde o final do Governo Kubitschek, para combater a infiltração comunista, que pregava propaganda esquerdista e a estatização da economia. Assim, no final de 1961, foi criado o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES). Têm ainda grande influência na reação à progressão comunista o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), formado também por empresários e intelectuais, e a Campanha da Mulher pela Democracia (CAMDE), que surge no Rio de Janeiro em 1962, reunindo donas de casa e esposas de líderes sindicais, funcionários públicos e militares. Essas organizações produziam literatura própria e tinham ramificações em várias cidades do País. A cruzada democrática se amplia: no movimento sindical, com a atuação do Movimento Sindical Democrático (MSD); no campo, com o Serviço de Orientação Rural de Pernambuco (SORPE) que, junto com o IBAD, atuava naquela área, contrapondo-se ao método de alfabetização de Paulo Freire (AUGUSTO, 2001: 118).

 

O IPES, o IBAD, a CAMDE e as Forças Armadas formaram a base quadrangular decisiva para o desencadeamento da Contra-revolução de 31 de março de 1964, contra Jango e Brizola, em sua política de implantar a República Sindicalista no Brasil.

 

Em janeiro de 1964, Luiz Carlos Prestes viajou a Moscou para prestar contas dos últimos trabalhos do PCB, desenvolvidos à luz da estratégia traçada por ele e Kruschev em novembro de 1961. Nesse encontro, participaram, além de Kruschev, Mikhail Suslov (ideólogo de Kruschev), Leonid Brejnev (Secretário do Comitê Central do Partido), Iuri Andropov e Boris Ponomariov (Chefe do Departamento de Relações Internacionais). Naquela ocasião, Prestes afirmou: A escalada pacífica dos comunistas no Brasil para o poder abrindo a possibilidade de um novo caminho para a América Latina. (...) ... oficiais nacionalistas e comunistas dispostos a garantir pela força, se necessário, um governo nacionalista e antiimperialista. Implantaremos um capitalismo de Estado, nacional e progressista, que será a ante-sala do socialismo. (...) ... uma vez a cavaleiro do aparelho do estado, converter rapidamente, a exemplo de Cuba de Fidel, ou do Egito de Nasser, a revolução nacional-democrática em socialista (AUGUSTO, 2001: 121-2).

 

Em fevereiro de 1964, foi realizada em Belo Horizonte a Marcha do Terço, pelos padres Peyton e Botelho e por várias organizações femininas patrocinadas pelo IPES. A Marcha condenou Leonel Brizola publicamente como Anticristo. Também havia condenado o Governo de João Goulart e pedido uma intervenção militar.

 

No dia 13 de março de 1964, há um comício das esquerdas na Praça da República, ao lado da estação ferroviária da Central do Brasil e do próprio Ministério da Guerra. Como se sabe, a capital da República havia sido transferida para Brasília, em 1960, porém muitos ministérios ainda permaneciam na antiga capital, Rio de Janeiro. Esse o motivo, também, dos vários comícios das esquerdas no Rio, com a presença do presidente Goulart e do deputado Brizola. Dezenas de faixas e cartazes conclamavam às reformas, à legalização do Partido Comunista e à entrega ao povo de armas para a luta. No palanque, ao lado dos principais líderes sindicais e comunistas, alguns deles membros do Comitê Central do PCB, alinhavam-se Jango, Arraes e Brizola. Emissoras de rádio e televisão transmitiam para todo o País os inflamados discursos que se sucediam, preparatórios da fala do presidente (AUGUSTO, 2001: 125-6).

 

A 25 de março, ocorre a rebelião dos marinheiros no Rio de Janeiro, que foi a gota dágua que congregou os militares e os levou à decisão de partirem para a ação (AUGUSTO, 2001: 128). Na mesma data, ocorre a reunião festiva do 2º aniversário da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), uma entidade criada à revelia dos regulamentos militares. O marinheiro Anselmo critica as autoridades navais e conclama o povo a derrubar a estrutura anacrônica do País, onde apenas os grupos privilegiados absorvem a riqueza que por direito pertence ao povo (AUGUSTO, 2001: 128-9). Na mesma ocasião, foi aprovada uma proposta para que todos permanecessem no local até que fossem canceladas punições disciplinares contra militares e que os almirantes gorilas fossem substituídos por almirantes do povo. A indisciplina chegou ao ápice quando os marinheiros amotinados, desuniformizados, exibindo faixas de apoio do CGT, da Liga Feminina e dos Trabalhadores Intelectuais, saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas até a Igreja da Candelária, levando nos ombros os almirantes Aragão e Suzano.

 

No dia 30 de março, ocorre uma reunião na sede do Automóvel Clube, em comemoração do aniversário da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A reunião contou com a presença de centenas de sargentos da polícia e também de graduados recrutados nas Forças Armadas. Compareceram ainda diversos oficiais e ministros, entre eles o Almirante Paulo Mário, recém-empossado como Ministro da Marinha. Dezenas de comunistas confraternizaram-se com os militares. A manifestação atingiu o seu clímax no momento em que se abraçaram, sob os aplausos gerais, o Almirante Aragão e o cabo Anselmo (AUGUSTO, 2001: 132). Jango, falando em nome do povo e das Forças Armadas e incentivado pelos constantes aplausos, fez um dos discursos mais inflamados de sua vida pública (AUGUSTO, 2001: 132) na verdade, o último como presidente da República. Segundo Luís Mir, em A Revolução Impossível, a exemplo de 1935, a revolução deveria começar, novamente, pelos quartéis. (cfr. AUGUSTO, 2001: 121).

 

No dia 31 de março, as Forças Armadas brasileiras, com o Exército à frente, colocaram uma pá de cal no sonho dos comunistas de implantar uma ditadura do proletariado no País. A Contra-revolução teria cinco generais-presidentes e se estendeu até 1985, quando o senador José Sarney assumiu a presidência da República devido à morte de Tancredo Neves, eleito presidente em eleição indireta.

 

Com altos e baixos, o governo dos militares tirou o País da 48ª posição e o colocou entre as 8 primeiras economias do mundo. (Em 20 anos de Nova República, porém, caímos para a 15ª posição, e a Rússia deverá nos ultrapassar em 2005. Caímos três posições somente nos 12 meses de governo Lula da Silva e seu propalado espetáculo do crescimento). O milagre brasileiro foi detido pelas crises do petróleo de 1973 e 1979. Se não houvesse o monopólio da Petrobrás, fruto de nacionalismo estúpido, quem sabe, àquela época já seríamos auto-suficientes, como a Argentina havia se tornado em apenas 5 anos, e a história econômica brasileira poderia ter tomado outro rumo. Outra grande obra dos militares foi a erradicação dos grupos terroristas que infernizavam o Brasil, os quais tinham orientação e apoio financeiro de Havana, Moscou e Pequim. Não fosse a enérgica ação das Forças Armadas, quem sabe, ainda hoje estaríamos, como a Colômbia, combatendo as Forças Armadas Revolucionárias Brasileiras (FARB) nas matas de Xambioá.

 

Os erros básicos dos militares foram: o gigantismo estatal; a tomada de dinheiro no exterior a juros flutuantes; o descuido com a educação básica o que não ocorreu com os tigres asiáticos, como Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Malásia -; a Lei da Reserva de Informática, que atrasou o ingresso brasileiro no mundo digital em pelo menos 20 anos; a não assinatura do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) nem fabricamos a bomba, nem recebemos o supercomputador dos yankees ; enfim, o nosso eterno nacionalismo burro e a xenofobia obsessiva atrasaram a entrada efetiva de nosso País no processo de globalização, iniciado tardiamente no governo Collor de Melo.

 

Mas esse é outro assunto, para os economistas dissecarem, não para a análise da trajetória de Don Pepe que estamos fazendo neste trabalho. Voltemos, pois, ao maragato dos pampas. Vimos acima o resumo daqueles loucos anos pré-1964, em que a dupla Jango-Brizola se sentia tão bem no caldo anarquista como pato dentro da água. Interessante é que hoje não se lê nos jornais, depois da viagem sem volta do maragato para o purgatório, alguns fatos marcantes de Brizola, como a criação dos G-11 e a acusação de que teria desviado 200 mil dólares enviados por Fidel Castro para promover um movimento guerrilheiro no Brasil. Por que será? Falta de informação? Ou apenas safadeza da imprensa?

 

Quando estourou a Contra-revolução de 31 de março de 1964, Brizola tentou comandar a resistência aos militares a partir do Rio Grande do Sul. Por rádio, incitou os sargentos das Forças Armadas a prender todos os oficiais nos quartéis e seqüestrar todo o armamento e munição. Se dependesse de Brizola, o Brasil teria iniciado uma guerra civil sangrenta. Jango, ao contrário, talvez demonstrando um gesto de grandeza, ou de simples realismo, ou ainda, quem sabe, em um raro momento de lucidez não-etílica, preferiu sair do País a ver um derramamento de sangue entre brasileiros. E tinha razão, pois não houve nenhum candidato a dar um tiro sequer para defender a insânia do carbonário gaúcho.

 

Até mesmo Márcio Moreira Alves, parlamentar de oposição ao novo Governo, foi a favor dos atos de Castello Branco, como afirma em seu livro "O Despertar da Revolução Brasileira", em que aborda o violento discurso que proferiu na Câmara dos Deputados contra os militares, que teria sido o estopim do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968: O protesto que escrevi era uma crítica por dentro. De um modo geral era eu simpático ao governo militar (pg. 50). Para Marcito, foi um alívio ver a saída de Jango, pois "achava-o oportunista, instável, politicamente desonesto... Aparecia bêbado em público, deixava-se manobrar por cupinchas corruptos... e tinha uma grande tendência gaúcha para putas e farras" (op. cit., pg. 51 e 52).

 

Com a deposição de Jango, o Brasil passou a conhecer um pouco mais sobre Brizola. O maragato havia criado, em 1963, os Grupos dos Onze (G-11), ou Grupo dos Onze Companheiros, na verdade, comandos nacionalistas, que seriam o embrião de um futuro Exército Popular de Libertação (EPL). Um documento do Grupo afirmava que os G-11 seriam a vanguarda do movimento revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética. (Prova a ignorância de Brizola, pois em 1917 havia apenas a Rússia, não a URSS.) ... os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição. Havia centenas desses Grupos espalhados em todo o País e tinham como missão eliminar fisicamente todas as autoridades do Brasil civis, militares e eclesiásticas, como se pode ler nas Instruções secretas do EPL e seus G-11, no item 8, A guarda e o julgamento de prisioneiros: Esta é uma informação para uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição (AUGUSTO, 2001: 112).

 

No site antiterrorista Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), lê-se: No início de 1964, Brizola lançou seu próprio semanário, O Panfleto, que veio se integrar à campanha agitativa já desenvolvida pela cadeia da Rádio Mairink Veiga.

Em seus sonhos quixotescos, distribuiu diversos outros documentos para a organização dos G-11, tais como as Precauções, os Deveres dos Membros, os Deveres dos Dirigentes, um Código de Segurança e fichas de inscrição para seus integrantes.

Chegou a organizar 5.304 grupos, num total de 58.344 pessoas, distribuídas, particularmente, pelos Estados do Rio Grande do Sul, Guanabara, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (http://www.ternuma.com.br/brizola.htm).

 

Sem ter ninguém para segui-lo no enfrentamento armado, Brizola fugiu para o Uruguai, dizem que vestido de mulher, onde ficou exilado até 1977, fugindo para Portugal depois que o país platino foi também tomado pelos militares.

 

No Uruguai, Brizola tentou criar vários movimentos de libertação do Brasil. Em janeiro de 1965, foi realizada no Uruguai a unificação de diversos grupos de esquerda, para formar uma frente revolucionária, que seria desencadeada no Brasil pelos Grupos dos 5 (Comitês instalados nas empresas e comitês rurais). O chamado Pacto de Montevidéu foi assinado por Leonel Brizola, Max da Costa Santos, José Guimarães Neiva Moreira, Darcy Ribeiro e Paulo Schilling, além de representantes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), da AP (Aldo Arantes), do PCB (Hércules Correia dos Reis) e do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT) (Cláudio Antônio Vasconcelos Cavalcante). Denominada de Frente Popular de Libertação (FPL), os atos de guerra deveriam incluir sabotagem urbana e guerrilha no campo. A maioria dos integrantes da FPL era formada por ex-militares cassados das Forças Armadas e da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. A única sabotagem, malsucedida, foi em um bueiro da antiga BR-2, próximo a Jaguarão, RS, com o apoio de um ex-soldado do 13º Regimento de Cavalaria, de nome Ponciano, que trabalhava com explosivos em uma firma de Jaguarão.

 

Brizola era o líder idealizado por Fidel Castro para a Revolução no Brasil, devido a seu nacionalismo antiimperialista, ou seja, sentimento antiamericano. Após a Contra-revolução de 1964, por intermédio de Lélio Telmo de Carvalho, o grupo de Brizola no Uruguai obteve ajuda de Cuba: treinamento de guerrilha e auxílio financeiro de mais de 1 milhão de dólares. O primeiro pombo-correio enviado a Cuba foi Herbert José de Souza, o Betinho, seguido de Neiva Moreira e do ex-coronel do Exército, Dagoberto Rodrigues (na Tricontinental, Brizola havia enviado Aloísio Palhano, ex-membro do CGT). Pressionado por Cuba, para justificar os recursos financeiros, Brizola, João Goulart e outros exilados no Uruguai criaram em 1966 o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), para implantar a guerrilha no campo. O MNR articulou a Guerrilha do Caparaó, na região do Pico da Bandeira, em Minas Gerais, onde todos os integrantes foram presos em 1967, depois de serem denunciados às autoridades, por abaterem reses, antes mesmo de desencadear qualquer tipo de ação terrorista. Brizola não contratou advogados para os presos e não prestou conta dos dólares cubanos. Os remanescentes desse grupo uniram-se à esquerda da Organização Revolucionária Marxista Política Operária (POLOP) para criar a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

 

As Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN) foram outro movimento criado pelo brancaleone dos pampas. O plano previa um movimento (coluna) que sairia do Rio Grande do Sul, sob comando do ex-coronel do Exército, Jefferson Cardim Osório, para juntar-se no Mato Grosso com outra coluna que viria da Bolívia, sob comando do ex-coronel da Aeronáutica, Emanuel Nicoll. Os comandados do Cel Jefferson assaltaram alguns postos policiais da Brigada Militar, levando um automóvel, fardamentos e munição, além de realizarem um assalto a um agência do Banco do Brasil. Atravessaram Santa Catarina e penetraram no Paraná; no município de Leônidas Marques, no dia 27 Mar 1965, os rebeldes prepararam uma emboscada a uma viatura do Exército, porém foram repelidos pelos militares, fugindo para o mato e depois capturados. Na operação, morreu o 3º sargento Carlos Argemiro Camargo. O ex-sargento da Brigada Militar, Albery Vieira dos Santos, um dos integrantes das FALN, declarou em 1978 que o dinheiro para financiar a operação 1 milhão de dólares havia sido conseguido em Cuba e levado a Brizola por Darcy Ribeiro e Paulo Schilling; em fevereiro de 1979, o ex-sargento Albery foi misteriosamente assassinado. O Cel Jefferson só veio a falecer em 1995, embora o livro A Esquerda Armada no Brasil (título original de Los Subversivos, editado pela Casa de las Americas, de Havana) afirme que o Cel Jefferson foi torturado até a morte em 1971. Como sempre, os comunistas - ou socialistas, se assim preferir o leitor, dá na mesma são mestres na arte do assassinato, da desinformação e da mentira.

 

As ações quixotescas de LArmata Brizoleone (uma alusão ao Fantástico Exército de Brancaleone, filme de Mario Monicelli, com Vittorio Gassman) e seu escudeiro Darcy Sancho Pança Ribeiro estão muito bem descritas por F. Dumont em http://www.ternuma.com.br/brizola.htm. Deve ser por isso que o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, afirmou que Brizola foi sempre seu herói de capa e espada (Correio Braziliense, 22/06/2004, seção Política, pg. 4). Sabia-se, pelos jornais, que Brizola teria desviado 100 mil dólares enviados por Cuba. Betinho, que mais tarde viria a ser a Madre Teresa dos coitadinhos do Brasil, porém, em depoimento ao Jornal do Brasil, em 17/07/1996, afirma que foram 200 mil. Ironicamente, Brizola, que tinha o hábito de colocar apelidos em seus adversários, como sapo barbudo para se referir a Lula, ou filhote da ditadura para atazanar Fernando Collor, recebeu o devastador apelido de el ratón de Fidel Castro. Está explicado por que, nestes anos todos, nunca se viu uma foto do Abutre do Caribe conversando com Don Pepe de los Pampas.

 

No início de 1979, o último dos maragatos lançou a Carta de Lisboa, base do futuro Partido Democrático Trabalhista (PDT). Brizola criou esse novo partido em 1981, depois de perder para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio, a sigla PTB. Depois da Lei da Anistia, em 1979, além da recriação do PTB e do nascimento do PDT, destaca-se a criação do PMDB (oriundo do antigo MDB, de oposição) e do PDS (substituto da Arena, partido de apoio aos governos militares).

 

Convém lembrar que o Projeto de Anistia, proposto pelo PMDB e PDS durante o Governo Figueiredo, era mais restrito do que o apresentado pelo próprio Governo, pois deixara de fora importantes líderes como Prestes, Brizola e Arraes. Naturalmente, não desejavam a concorrência desses líderes na vida política do país (AUGUSTO, 2001: 460 e 461).

 

De volta ao Brasil, Brizola recomeça sua vida política, em campanha para governador do Rio de Janeiro. São tempos ainda conturbados, com ações terroristas de direita, inconformada com a abertura política iniciada por Geisel. No dia 18 de janeiro de 1980, foi desativada uma bomba no Hotel Everest, no Rio de Janeiro, onde estava hospedado Leonel Brizola. Na noite de 30 de abril de 1981, durante um show de música popular para 20 mil jovens, uma bomba explode dentro de um automóvel que manobrava no estacionamento do Riocentro, na Barra da Tijuca. Morto no seu interior o Sargento Guilherme Pereira do Rosário; gravemente ferido abandona o veículo semidestruído o Capitão Wilson Luís Chaves Machado, ambos do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército sediado no Rio de Janeiro. Minutos depois outra bomba, mais poderosa, é lançada e explode próximo à casa de força do Riocentro. Como não atinge o seu alvo, não provoca a escuridão geral que certamente ocasionaria o pânico no recinto fechado do show, com conseqüências fáceis de se imaginar (GRAEL, 1985: 81).

 

Antes do Atentado do Riocentro, nos anos de 1980 e 1981, durante 16 meses, houve 40 atentados diversos contra Órgãos que faziam oposição ao governo Figueiredo incluindo o atentado contra Brizola, citado acima. Nenhum desses atentados foi elucidado por Figueiredo, que passou a ser, desde o caso do Riocentro, um cadáver político.

 

Em 1982, Brizola elege-se governador do Estado do Rio de Janeiro, em disputa polêmica, só solucionada depois de ser descoberta a fraude: um programa adulterado lançava parte de seus votos para os concorrentes (Correio Braziliense, 22/06/2004, seção Política, pg. 5). O espalhafatoso maragato dos pampas estava de volta à luta para decepar as cabeças dos chimangos que existiam somente em sua imaginação.

 

Em seu primeiro governo fluminense, Brizola fez algumas coisas úteis, como a construção dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) e do Sambódromo. O resto foi um desastre só, como a encampação de linhas de ônibus e a entrega dos morros cariocas aos traficantes de armas e drogas, know-how depois exportado para São Paulo e outras grandes cidades brasileiras com grande sucesso.

 

A idéia dos CIEPs era formidável. Nessa invenção de Darcy Ribeiro, concretizada por Oscar Niemayer, as crianças permaneceriam na escola em tempo integral. Além das disciplinas escolares, teriam tempo para usufruir da biblioteca local, para os trabalhos de casa, além de quadras para a prática de esportes. Coisa de primeiro mundo. Porém, a verba era curta e a construção dos prédios imponentes, muito cara. Da boa idéia brizolista nasceram uns poucos CIEPs, colocados estrategicamente à beira das avenidas mais conhecidas, como a Avenida Brasil, e na entrada de algumas favelas. Os adversários políticos tinham razão em afirmar que se tratava de uma mera jogada de marketing.

 

Não faltaram, nem faltam, imitadores de Brizola. Collor tentou dar continuidade aos CIEPs, porém chegou apenas a construir meia dúzia desses elefantes brancos, aos quais deu o nome de Centro Integrado de Apoio à Criança (CIAC). Itamar Franco, que o substituiu depois do impeachment, emplacou alguns Centros de Atendimento Integral à Criança (CAICs). E, hoje, Marta Suplicy impressiona os incautos com seus faraônicos Centros Educacionais Unificados (CEUs). Como se vê, ninguém neste País dá continuidade a um projeto iniciado por outro político. Se dá, logo muda de nome, como ocorre no momento com o Fome Zero de Lula da Silva, baseado em programa semelhante iniciado por Fernando Henrique Cardoso. É a síndrome de Macunaíma, a ética da esculhambação nesta Terra dos Papagaios. Infelizmente, não deu certo a idéia de Darcy Ribeiro em fazer avançar a educação brasileira, que continua a avançar como caranguejo.

 

O Sambódromo foi outra obra importante e necessária feita por Brizola. A cada carnaval, firmas contratadas levavam uns dois meses para montar a estrutura e outros dois meses para desmontar. Gastava-se uma fortuna e nada ficava no lugar. Com a construção do Sambódromo, a obra ficou perene e ainda abriga salas de aulas embaixo das arquibancadas, além de servir para shows diversos, especialmente na Praça da Apoteose.

 

Hoje, é ponto pacífico (exceto entre os pedetistas) que os dois governos Brizola favoreceram a propagação do tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro. A respeito do assunto, é importante transcrever o que Sebastião Nery escreveu em 1988:

 

Noriega-Brizola

 

Sebastião Nery

 

Tribuna da Imprensa Set 1988

 

1. SALVADOR. Na semana passada, em Brasília, fui jantar em casa de uns amigos e lá encontrei um grupo de importantes oficiais da ativa do Exército: generais, coronéis, majores. A conversa começou pelas eleições deste ano, passou para a sucessão presidencial e daí a pouco estava na gravíssima e dramática penetração do tráfico internacional de drogas no Brasil e sua ligação com políticos brasileiros. De repente me vi dentro de uma sabatina. Eles queriam saber qual a verdadeira medida da ligação de Brizola com o crime organizado no Rio: jogo do bicho, cocaína, ferro-velho, ouro fundido, prostituição, etc. Entrei na madrugada fazendo uma análise minuciosa, detalhada, do problema e mostrando como Brizola substituiu conscientemente, estratégicamente, a representação política nas favelas e subúrbios do Rio, tirando os velhos líderes tradicionais do fisiologismo chaguista, que trocavam votos por empregos, assistencialismo, força política e pondo no lugar deles os poderosos chefes do tráfico de drogas que Brizola chama de cinturão popular para derrotar as elites urbanas.

 

2. MILITARES Os oficiais do Exército ficaram perplexos. Eles tinham dados, conheciam os fatos, estavam preocupados, mas ainda não tinham feito uma análise política e sociológica do processo. Mostrei-lhes que o poder político sempre foi uma transferência de representação. No interior, no Nordeste, os coronéis são o braço social e político do poder estadual. Os governadores governam ainda hoje através dos líderes do interior, muitos deles de tradicionais famílias. Comandam pelo assistencialismo, pelo fisiologismo, pela troca de voto por poder administrativo. É um velho vicio do concentrado poder político do país. Mas de qualquer forma esses coronéis são legais, representam suas comunidades, defendem a seu modo os interesses da população, conseguem estradas, escolas, melhorias e empregos públicos. Nas grandes cidades, os coronéis são de famílias ou líderes que dominam tradicionalmente os subúrbios, as favelas. No Rio, eram ou são os Mesquita em Jacarepaguá, os Fernandes em Santo Cristo, Jorge Leite em Madureira, Armando Fonseca na Rocinha, etc. Um método antigo e viciado de fazer política. Mas, de qualquer forma legal, eles se elegiam ou mandavam representantes para a Câmara de Vereadores, para a Assembléia, para a Câmara Federal.

 

3. BRIZOLA Os oficiais do Exército tinham ouvido o galo cantar, mas não sabiam bem onde. Mostrei-lhes que, na medida em que Brizola substituiu esses coronéis urbanos tradicionais pelos chefes do tráfico de drogas nas 454 favelas do Rio, ele criou um exército marginal para comandar seu cinturão popular em torno da cidade. É que, no primeiro instante de uma convulsão social que não está longe de acontecer, não seriam os partidos políticos, a Igreja, ou quaisquer lideranças legais que iriam comandar ou controlar a explosão. Seriam inevitavelmente os chefes da droga, porque são eles que tem armas, dinheiro, ligações com autoridades, força, portanto poder sobre os mais de 2 milhões de favelados e mais de 2 milhões de moradores das periferias pobres, é o exército brizolista. Não é mais o ilegal Clube dos Onze de 1963. É o marginal Clube dos 454 de hoje. E uma estrutura dessas não se monta trocando flores. É negociando poder ou dinheiro. Daí é que vem toda essa fantástica caixinha que Brizola faz em nome do PDT para tentar comprar a presidência da República. Até agora ele aplicou o dinheiro em terras no Uruguai e nas suas gordas contas bancárias de Montevidéu e Nova Iorque. Mas, na hora em que a campanha esquentar, ele vai desovar esse dinheiro sujo.

 

4. GABEIRA Na saída do jantar, já madrugada, um dos oficiais me chamou a um canto e perguntou nervoso: Nery, será que você não está exagerando? Será que o Brizola e o PDT do Rio têm mesmo esse acordo, essa associação, essa aliança com o tráfico de drogas e o crime organizado? Eu lhe disse apenas duas coisas: Coronel, ponho minha mão sobre a bíblia e lhe asseguro que, diante de Brizola, Maluf é uma menina de primeira comunhão. E mais. Lembre-se da declaração de Gabeira, poucos dias atrás. Gabeira é um dos intelectuais mais brilhantes, mais lúcidos, mais capazes e mais profundamente participantes que o país tem hoje. Ele disse que o poder militar do Comando Vermelho, da Falange Vermelha, do tráfico de drogas no Rio, é muito maior do que toda a luta armada dos anos 70 contra os governos militares. E este é um exército marginal à disposição de Brizola. O coronel me perguntou se eu estava disposto a discutir esse assunto mais profundamente, outra hora. Disse-lhe que estava, contanto que fosse em público, em um auditório. Não sei se ele dormiu aquela noite. Mas certamente acordou em pânico, Domingo, com a magnífica denuncia de Roni Lima, no Jornal do Brasil: Comando Vermelho abre morros para Marcelo Alencar.

 

5. JORNAL DO BRASIL Logo no Domingo um dos oficiais presentes ao jantar telefona para minha casa em Brasília (eu já estava aqui em Salvador), não me encontra e depois diz a um amigo meu que não era possível que, no jantar de quarta-feira, eu já não soubesse da matéria que o Jornal do Brasil publicaria Domingo, porque antecipei todos os dados e fatos. O que me impressionou sobretudo foi os traficantes terem fechado as favelas para todos os outros candidatos, com exceção do candidato do PDT, terem recebido a bala e corrido do morro de São Carlos, no Catumbi, o candidato do PTB, deputado Roberto Jefersson, e todas as ordens estarem sendo dadas a partir dos presídios onde estão Escadinha e outros líderes do Comando Vermelho, da Falange Vermelha através de bilhetes de torpedos. E o oficial perguntou a este amigo meu: Será que não vai ser feita uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Federal ou Senado para apurar isso? Onde estão os partidos e seus líderes?

 

6. ARTUR DA TÁVOLA Foi perfeita a reação de Artur da Távola: Marcello Alencar é o candidato dos bandidos. A notícia do Jornal do Brasil atesta a aliança entre o jogo do bicho, o tóxico e os pedetistas. E Marcello Alencar, com aquela tremenda cara-de-pau tombando como garrafa vazia, passou recibo: Vou ter os votos dos bandidos mas terei também votos das polícias civil e militar. O Roni Lima, do JB, tem razão: Essa aproximação de políticos com os cada vez mais armados e organizados traficantes dos morros é pelo oportunismo eleitoral. Não existe nenhuma favela do Rio se organizando sem o aval do tráfico, atesta o funcionário da prefeitura. Fingir que os caras não existem é chumbo grosso.

 

7. NORIEGA Quem assistiu o debate entre os dois candidatos a presidência dos EUA, Bush e Dukakis, ouviu bem quando Dukakis acusou o governo Reagan por suas relações com o general Noriega, o ditador panamenho, traficante de droga. Aqui no Brasil é muito pior. Um candidato a presidência da República é o próprio Noriega nacional, o Noriega Brizola que faz ele próprio o seu partido, aliança com o crime organizado. Engane-se quem quiser. Seja estúpido quem for. Mas a esta altura ninguém mais tem direito, no país, de dizer que não sabe, não viu, não lhe contaram, que os candidatos do PDT são os candidatos do tráfico de drogas, que Brizola é o candidato à presidência do cartel Medelin nacional, já está denunciado, mostrado, provado. Os ilustres oficiais da ativa do Exército do jantar da semana passada em Brasília já não tem o direito de se mostrarem surpresos, perplexos, com a audácia de Brizola, o único político brasileiro importante que já teve coragem de fazer alianças e engordar sua caixinha com o crime organizado todo. Até aqui, o mais que ousavam era fazer pactos com o jogo do bicho. Brizola joga pesado com os traficantes de drogas, como disse Artur da Távola, ele e o PDT foram os primeiros.

 

8. E O EXÉRCITO As Forças Armadas lutaram desde o primeiro dia da Constituinte para manterem, na Constituição, seu privilégio de responsáveis e fiadores da ordem interna. O que é ordem interna? Será que a ordem interna é apenas a greve dos trabalhadores empobrecidos e explorados por uma política econômico-financeira criminosa? Será que a ordem interna é apenas a luta do povo brasileiro em defesa dos interesses nacionais negociados, retalhados, vendidos nos açougues dos banqueiros internacionais pelos Mailson Nóbrega da vida? Será que a entrega do poder político a o tráfico de drogas nas favelas e periferias das grandes cidades não é problema de ordem interna? Como imaginar que possa chegar à presidência da República um Noriega nacional publicamente aliado, conluiado, associado, ele e seu partido, com os bandidos do tóxico? Não podemos entregar a Nação ao Noriega de Carazinho.

 

Nem por nada que cocaína, durante o governo do maragato, era sinônimo de brizola, também abreviado para briza na gíria carioca. Nada mais esclarecedor. A trouxinha de briza custava na época, segundo os jornais, 1 quina uma alusão ao número 5 seguido de não me lembro quantos zeros. Afinal, a inflação naqueles tempos galopava mais rápido que a egüinha pocotó de Figueiredo na Granja do Torto. Vez por outra, Neusinha, filha de Brizola, se via envolvida com traficantes de drogas nos morros, onde ia renovar seu abastececimento.

 

Brizola proibiu a polícia de subir os morros cariocas. Dizia que a medida era para evitar o constrangimento dos cidadãos, de serem revistados, como se todos fossem bandidos. Dentro dessa lógica, Brizola deveria ter abolido a própria Polícia Militar, porque, se o cidadão do morro não pode se sentir constrangido, por que o cidadão do asfalto deveria ser nas blitzen da polícia?

 

Além do aumento do tráfico de armas e drogas, os dois governos Brizola permitiram a proliferação desenfreada de favelas. Praças públicas foram invadidas para a construção de barracos e até casas de alvenaria, principalmente no subúrbio carioca. Revistas importantes, como Veja, sempre deram destaque a esse assunto, como em seu número 1860, de 30/05/2004, pg. 54, no texto As mortes de Brizola, de Mario Sabino: O antibrizolista ressente-se de um fato inconteste: a alastramento das favelas, inclusive no cartão-postal da Zona Sul, e a ascensão dos traficantes de drogas durante o governo de Brizola. Não se trata de coincidência. O brizolismo nutriu-se diretamente dos bolsões de pobreza cariocas, por meio de duas medidas: o fim das remoções de favelas e a proibição de que a polícia fizesse incursões nos morros favelizados, sob a alegação de que os seus habitantes sofriam muito com a violência policial. Pois os pobres favelados deixaram de ser atormentados pela polícia, para penar sob os traficantes. Sem repressão, em pouco tempo, os traficantes armaram-se pesadamente e os morros se transformaram em fortalezas. Sem ameaça de remoção, as favelas incorporaram construções de alvenaria e multiplicaram-se. Quando Brizola assumiu o governo, em 1983, havia 377 favelas no Rio de Janeiro número que pulou para 520 ao fim do seu primeiro mandato. O brizolismo matou o urbanismo, para ganhar a simpatia imediata dos humildes.

 

Os bandidos, até hoje, agradecem. Passaram a ter um campo fértil para prosperar na capital fluminense, sem restrição séria das autoridades, a exemplo do Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando (TC). Só podia dar no que deu. O CV foi criado em 1979 no Presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, RJ. Nasceu da promiscuidade entre criminosos comuns e presos políticos um grave erro cometido pelos governos militares pós-1964. Seu principal fundador foi William da Silva Lima, o Professor, que pregava teses marxistas em sua luta pelos direitos dos presos. O CV virou um poder paralelo e passou a controlar o sistema penitenciário fluminense desde o início da década de 1980. O Primeiro Comando da Capital (PCC), inicialmente denominado de Serpentes Negras na Penitenciária do Estado (SP), onde era atuante desde 1983, passou a ter essa denominação em 1993, na Casa de Custódia de Taubaté, SP. O PCC seria uma ramificação do Terceiro Comando, organização que se rebelou na década de 1990 de sua matriz, o Comando Vermelho.

 

O Haiti é aqui diz uma conhecida canção brasileira. Para que, então, enviar tropas àquele outro Haiti, o do Caribe? Segundo a PF, há pontos de tóxicos de morros cariocas com 300 fuzis, ou seja: um poder de fogo superior ao de duas companhias de fuzileiros de um batalhão de infantaria do Exército. É esse arsenal, sobre o qual as Forças Armadas e a Polícia Federal não têm nenhum controle, que torna o tráfico do Rio peculiar e mais assustador do que qualquer outra grande cidade no mundo (revista Istoé nº 1707, de 19/06/2002, pg. 27, in No front inimigo, de Francisco Alves Filho e Marcos Pernambuco). Trata-se de fato consumado: a bandidagem tomou conta das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. São seus verdadeiros prefeitos. Não existe nada de mais preciso e cruel do que aquela letra de rap, que diz: Dominado! Tá tudo dominado! Por isso, são sucesso nos bailes funks dos morros CDs como Proibidão, que faz apologia ao tráfico de drogas e à morte de policiais: Cheiro de pneu queimado/ Carburador furado/ Um X-9 foi queimado (Istoé, nº cit., pg. 29).

 

Brizola, como todo gaúcho de dentro (do interior) que se preza, sempre foi um pai e um avô atento com a família, exercendo um poder patriarcal que não admitia contestação. Quando Neusinha quis tirar a roupa para um revista masculina, o velho maragato foi energicamente contra, impedindo que a prostituição impressa se consumasse, alegando que tinha que resguardar a vida de sua netinha, que merecia um melhor exemplo de sua mãe. Nada mais correto.

 

Sobre o Governo Paralelo, inventado pelo PT após a vitória de Fernando Collor de Melo, Ipojuca Pontes tem uma premonição, ao escrever, em Estratégia terrorista, publicada em O Estado de S. Paulo, em 1989: O projeto de Lula, a ser discutido e provavelmente acatado por Brizola e Arraes, mais do que criar condições estratégicas para firmar uma posição intransigente, tem por objetivo claro desestabilizar o futuro governo Collor de Melo e, se possível, depois, pela radicalização, levá-lo ao impeachment (PONTES, 2003: 117). Collor foi afastado do governo, acusado de ser conivente com a corrupção conduzida por seu tesoureiro de campanha política, Paulo César Farias. Posteriormente, Collor foi absolvido pelo STF e isso comprova que tudo não passou de um mero golpe de Estado de Lula e seus companheiros de viagem. Deve-se frisar aqui a firme posição de Brizola: ele não apoiou a malandragem petista e foi um dos últimos políticos a apoiar o afastamento de Collor. Afinal, corrupção por corrupção, ela foi muito maior no governo FHC e nestes 18 meses da República dos Companheiros, que instalou um mafioso na ante-sala do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, braço direito do Rasputin da República dos Companheiros, José Dirceu.

 

O autoproclamado esperto povo carioca e fluminense ficou hipnotizado pela conversa mole daquele maragato que sempre repetia eu venho de longe, tás me compreendendo? e o elegeu pela segunda vez, em 1991. Desgraça pouca é bobagem. Dizia-se, à época, que Brizola era o maior latifundiário do planeta: criava gado no Uruguai, cangurus na Austrália e burros no Rio de Janeiro. Meu compadre, de Bangu, então brizolista doente (hoje arrependido), quase brigou comigo quando contei a anedota...

 

Sobre uma coisa Brizola sempre teve razão: as críticas que fazia contra as Organizações Globo, especialmente a TV Globo. Nascida à sombra dos quepes dos militares, a TV Globo sempre se mancomunou com o poder. Impôs quem devia ser eleito, como Collor em 1989, para depois arruiná-lo e pavimentar o seu caminho até o cadafalso. Da mesma forma, a TV Globo colocou Lula da Silva em uma bolha de vidro, na campanha de 2002, isolando-o de qualquer tipo de crítica ou ataque, como as suspeitas de ter recebido dinheiro do propinoduto de Santo André e das FARC. Quando Bóris Casoy inquiriu sobre as ligações do PT com as FARC, Lula ameaçou: Nunca mais faça esse tipo de pergunta!. Hoje, é corriqueira a versão de que as Organizações Globo quiseram tê-lo à mão no futuro, como presidente, quem sabe quando precisarem do estratégico dinheiro do BNDES para tirar algumas de suas empresas do buraco, onde se encontram há algum tempo. Uma ameaça ao governo Lula já veio de uma empresa dos Marinhos, a revista Época, que mostrou ao País as íntimas ligações do principal assessor de José Dirceu, Waldomiro Diniz, com um bicheiro, de quem exigia gorda propina. Brizola, mais uma vez, tinha toda a razão em criticar o Polvo Global.

 

O maior erro de Brizola, depois do desastre carioca, foi seu nacionalismo pueril e sua xenofobia obsessiva. Nesse sentido, tem razão a revista Veja nº 1860, de 30/06/2004, pg. 52, ao colocar em manchete: Caudilhismo, populismo, nacionalismo: as idéias e os conceitos em que acreditava o político foram sepultados antes dele. Brizola sempre falava a favor dos interésses (sic!) do Brasil, porém agia de modo a prejudicar nosso País, na medida em que tinha ódio infantil aos EUA e restrições à entrada de capital estrangeiro. Brizola era um dos principais integrantes da monocórdia batucada cabocla, que prega a estatização da economia e a perseguição aos empresários, especialmente estrangeiros. A prova mais veemente desse erro de interpretação pode ser facilmente constatada com um exemplo simples. A cidade de São Bernardo do Campo, SP, hoje, ocupa no Brasil a primeira posição de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Foi a entrada de capital estrangeiro, erguendo inúmeras indústrias, especialmente a automotiva, que desenvolveu a cidade e deu emprego a milhares de pessoas, inclusive Lula. Riqueza sempre gera mais riqueza, não importa se o capital é nacional ou estrangeiro. Miséria só traz miséria. Não fossem as empresas estrangeiras terem se instalado na região da Grande São Paulo, Lula hoje, provavelmente, estaria colhendo xique-xique e caçando calango em Garanhuns para sobreviver.

 

Corção estabelece a distinção para destacar que o patriotismo é o aspecto positivo do nacionalismo. O nacionalismo, porém, é o aspecto negativo do patriotismo. O que há de reprovável no nacionalismo é o exclusivismo, a agressividade, a xenofobia... No nacionalismo sempre há bodes expiatórios e a crença em secretas conspirações maléficas (MEIRA PENNA, 1992: 176).

 

Um antigo e esquecido exemplo de nacionalismo xenófobo a que se refere Meira Penna e burro, como são todos os nacionalismos xenófobos vale ser lembrado. Em 1918, o empresário americano Percival Farquhar pretendia instalar uma siderurgia no Brasil, ao mesmo tempo em que exploraria a mineração de ferro, para exportação de 3 milhões de toneladas. Farquhar era chamado de trustman pelos nacionalisteiros, por ser controlador de várias empresas no Brasil ferrovias, portos, energia elétrica, frigoríficos, a Amazon Land Colonisation. A sua Brazil Railway Company em 1916 dominava quase a metade das ferrovias nacionais: 11.064 km do total de 23.491 km posteriormente encampadas pelo Governo Federal.

 

Pois bem: a competente xenofobia brasileira na época se opôs ao projeto de Farquhar, atrasando nossa arrancada industrial por três décadas. Foi preciso haver uma II Guerra Mundial e os americanos utilizarem bases militares no Nordeste brasileiro e na Amazônia para que nos presenteassem a Companhia Sicerúrgica Nacional (CSN), construída em Volta Redonda, RJ, que veio a operar em 1946. A então estatal Vale do Rio Doce pretendia exportar 3 milhões de toneladas de minério de ferro, em 1955, quando 30 anos antes era essa a quantidade do projeto de Farquhar. O mais grave é que, na época, provavelmente não havia ainda o conluio comunista para tal nacionalismo terceiro-mundista, tão em voga nos tempos atuais de Paz no Iraque, fora ALCA, fora EUA, A Amazônia é nossa, O Pantanal é nosso e Alcântara é nossa. Enquanto inflamos nosso ego, com orgulho nacionalista tolo, deixamos de ocupar a Amazônia, onde transitam traficantes de drogas, traficantes de minerais raros e contrabandistas que levam nossa rica biodiversidadel para patenteação no exterior. Enquanto gritamos irados slogans antiamericanos a respeito de Alcântara, deixamos de faturar 30 milhões de dólares anuais (MAIER, 2003).

 

A culpa pelos nossos fracassos, segundo os nacionalistas brasileiros, são os EUA. Tanto essa moda caipira foi cantada pelos violeiros esquerdosos que 66% dos brasileiros passaram a acreditar no sofisma, conforme pesquisa feita pela BBC e publicada na revista Veja nº 1815, de 13/08/2003, pg. 59, sob o título Aversão ao Tio Sam. Na referida pesquisa, somente a Jordânia ultrapassou o Brasil em sentimento anti-ianqui. Hoje, somos mais antiamericanos do que a Rússia (28%), que, teoricamente, teria muito mais motivo para ter ódio dos americanos; a França (51%), carro-chefe da esquerda mundial; e a própria Indonésia (58%), que tem a maior população muçulmana do mundo. E olha que ainda não se tem notícia do desembarque de nenhum marine na Amazônia. Inveja do progresso americano, aliada ao saudosismo stalinista - essas são as reais causas, nada mais, deste tipo de ódio visto em várias partes do mundo, inclusive nesta Terra dos Papagaios, como bem provou Jean-François Revel em seu magistral livro A obsessão antiamericana.

 

A mesma virose nacionalisteira, que também infectou Brizola, pode ser comprovada no antigo slogan O petróleo é nosso. Devido a essa estupidez, o País criou uma empresa estatal para monopolizar a extração, comércio e refino do petrólo, a Petrobrás, não permitindo a competição com empresas privadas, mesmo nacionais. Como resultado da burrice, ainda importamos, hoje, cerca de 15% do petróleo e temos uma das gasolinas mais caras do mundo. Nem é preciso dizer que a Petrossauro - um apelido preciso inventado por Roberto Campos -, como todo dinossauro estatal, é um formidável cabide de empregos, gerando corrupção e desvio de dinheiro, além de patrocinar um clube de futebol falido, o Flamengo, às custas do suado dinheiro do trabalhador brasileiro. Também não é preciso lembrar que, para comemorar o 50º aniversário de criação, ocorrido em 2003, a Petrobrás já desperdiçou centenas de milhões de reais em publicidade televisiva, para sua narcisista adoração do próprio umbigo refletido nas águas onde bóiam suas plataformas, no Atlântico.

 

Brizola era tido como um bom frasista. Quando surgiu o Viagra, o macho dos pampas garganteou: Para gaúcho esse Viagra é overdose!. Em 2002, ironiza o antigo afilhado político: Garotinho é como uma bola, não tem lado e é oco por dentro. Sobre o PT, saiu-se com esta frase lapidar em 2000: O PT é como uma galinha que cacareja para a esquerda, mas põe ovos para a direita. Quando o PT contratou um marqueteiro para Lula, em 2001, Brizola profetizou: O Lula, que veio para reformar, está sendo reformado. Após fechar apoio a Lula contra Collor no segundo turno das eleições presidenciais de 1989, o rico fazendeiro, com terras no Uruguai, destilou veneno contra a burguesia: Não seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, sapo barbudo? Nestes anos todos, entre tapas e beijos com o PT, já em 1990 Brizola mordia bonito: O PT é a UDN de tamanco e macacão.

 

 

O que será do PDT e do trabalhismo defendido por Brizola, de inspiração getulista? Há ainda nomes de expressão no partido, como o do senador Jefferson Perez. Só não se sabe por quanto tempo Perez se manterá fiel ao partido do último maragato, se já não está “costeando o alambrado” antes de “pular a cerca”, no linguajar gauchesco de Brizola, como fizeram tantos políticos, a exemplo de Saturnino Braga, Jamil Haddad, Marcello Alencar, César Maia e Miro Teixeira. Porém, longe vai o tempo em que o PDT era um partido de expressão nacional, fazendo governadores como Jaime Lerner, no Paraná, e Antony Garotinho, no Rio de Janeiro. Mais longe ainda ficou o tempo em que o centro do Rio de Janeiro era tomado diariamente por brizolistas, que vendiam camisas, flâmulas e chaveirinhos, cuja área se chamava “Brizolândia”, famosa calçada da Cinelândia, cercada pelo Cine Odeon, Teatro Municipal, Câmara Municipal e pela choperia O Amarelinho. “O herdeiro, de fato, do trabalhismo, ainda que não se defina como tal, é o PT. Esse fato se evidencia até no caráter nacional e popular do governo Lula, que alia a classe trabalhadora ao empresariado nacionalista e ao estamento militar” (Moniz Bandeira, cientista político, in “PT herda o trabalhismo”, Correio Braziliense, 27/06/2004, seção “Política”, pg. 8).

 

Há três anos, José Vicente Brizola, filho do último maragato, havia rompido relações com o pai e se bandeado de guaiaca, cuia, poncho e bombacha para o PT. Deve ter-se arrependido muito, pois logo depois denunciou à imprensa as falcatruas existentes dentro do Partido de Lula. Ao jornalista Plínio Fraga, da Folha de S. Paulo, durante o sepultamento do pai em São Borja, ocorrido no dia 24 de junho de 2004, José Vicente disse que havia se reconciliado com o pai, apenas não havia comunicado ainda o fato à imprensa. Leonel Brizola foi enterrado no mausoléu que já continha os restos mortais de Getúlio Vargas, João Goulart e de sua mulher Neusa Brizola.

 

“A última vontade do meu avô era te capar” – disse Leonel Neto, neto de Leonel Brizola, ao deputado Pompeo de Matos, acusado de assediar Juliana, neta de Brizola, quando Pompeu pediu para “esquecer tudo isso” (Cfr. Revista Veja nº 1861, pg. 40). Pelo visto, não sobrou tempo para o maragato dos pampas puxar sua “prateada” da guaiaca e cumprir a ameaça.

 

Hoje, ao ouvirmos os imponentes acordes iniciais da “Grande Fantasia Triunfal com Variações sobre o Hino Nacional Brasileiro” nas propagandas televisivas do PDT, logo nos vem à mente a figura do ultranacionalista Leonel de Moura Brizola, o último dos maragatos. Ironicamente, a bela música da “Fantasia” foi escrita por um inspirado yankee (Louis Moreau Gottschalk), povo declarado por Brizola como sendo o inimigo número um da humanidade.

 

Bibliografia:

 

1. ALVES, Márcio Moreira. “O Despertar da Revolução Brasileira”. Seara Nova, Lisboa, 1974.

2. AUGUSTO, Agnaldo Del Nero. “A Grande Mentira”. Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 2001.

3. GRAEL, Dickson Melges. “Aventura, Corrupção e Terrorismo – à sombra da impunidade”. Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 2ª edição, 1985.

4. MAIER, Félix. “Nacionalismo e esquerdismo nas Forças Armadas”. Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br), 2003.

5. MEIRA PENNA, José Osvaldo de. “Decência Já”. Instituo Liberal e Nórdica, Rio de Janeiro, 1992.

6. PONTES, Ipojuca. “Politicamente Corretíssimos”. Topbooks, Rio de Janeiro, 2003.

7. REVEL, Jean-François. “A Obsessão Antiamericana – causas e inconseqüencias”. UniverCidade, Rio de Janeiro, 2003.

8. TAVARES, Aurélio de Lyra. “O Brasil de Minha Geração – Mais dois decênios de lutas – 1956/1976”. Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1977.

 

 

Anexo: Pequeno glossário retirado de “Arquivos I – uma história da intolerância”, de Félix Maier – www.usinadeletras.com.br:

 

CAMDE - A CAMDE foi criada pouco antes das eleições de 1962, sob orientação de Leovigildo Balestieri (vigário franciscano de Ipanema, Rio de Janeiro), Glycon de Paiva e o general Golbery do Couto e Silva. “Eles convincentemente argumentavam que o Exército fora minado pelo ‘vício do legalismo’, que só mudaria se ‘legitimado’ por alguma força civil, e que as mulheres da classe média e alta representavam o mais facilmente mobilizado e interessado grupo de civis” (P. Schmitter, in “Interest, Conflict and Political Change in Brazil”, Stanford, California University Press, 1971, pg. 447). A CAMDE era uma organização feminina anticomunista, promoveu a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, no dia 19 de março de 1964, em São Paulo (19 de março, Dia de São José, Padroeiro da Família), reunindo 500.000 pessoas, protesto que exigia o fim da balbúrdia e da carestia durante o Governo Goulart, e que antecedeu à revolução de 31 Mar 1964. No dia 2 de abril, a CAMDE reuniu 1 milhão de manifestantes no Rio de Janeiro para agradecer a interferência dos militares nos destinos do país, ocasião em que Aurélia Molina Bastos encerrou seu discurso dizendo: “Nós louvamos, nós bendizemos, nós glorificamos a Deus e o soldado do Brasil”.

As mulheres do CAMDE de Minas Gerais ofereceram a Castello Branco, ainda antes de sua eleição, uma nova faixa presidencial, para que não usasse a tradicional, “já conspurcada pelos maus presidentes que o precederam” (O Estado de S. Paulo, 12/04/1964). Outras organizações femininas e grupos católicos atuantes em 1964, além da CAMDE, foram: Liga de Mulheres Democráticas (LIMDE), (MG); União Cívica Feminina (UCF), organizada em 1962 (SP); Campanha para Educação Cívica (CEC); Movimento de Arregimentação Feminina (MAF), teve início em 1954, foi liderado por Antonieta Pellegrini, irmã de Júlio de Mesquita Filho, proprietário de “O Estado de S. Paulo”; Liga Independente para a Liberdade, dirigida por Maria Pacheco Chaves; Movimento Familiar Cristão (MFC); Confederação das Famílias Cristãs (CFC); Liga Cristã contra o Comunismo; Cruzada do Rosário em Família (CRF); Legião de Defesa Social; Cruzada Democrática Feminina do Recife (CDFR); Ação Democrática Feminina (ADF), Porto Alegre, RS.

 

Foquismo - Teoria revolucionária, em que a revolução seria iniciada em pequenos núcleos (focos), para começar a guerrilha rural, com objetivo de dominar a nação. O foquismo foi sistematizado pelo revolucionário comunista francês Jules Debray, e defendida por Fidel Castro e Che Guevara. O PC do B tentou colocar em prática essa teoria na região do Araguaia. “O treinamento a brasileiros em Cuba continua até os dias atuais, embora somente no terreno político-ideológico, na Escola Superior Nico Lopez, do PC cubano, Escola Sindical Lázaro Peña, Escola de Periodismo José Martí, Escola da Federação de Mulheres Cubanas, Escola da Federação Democrática Internacional de Mulheres e Escola Nacional Julio Antonio Mella, da União da Juventude Comunista. Por essas escolas já passaram mais de 100 brasileiros. Todavia, o mais importante em tudo isso, é que a ida de qualquer brasileiro para fazer cursos em Cuba depende do aval do Partido Comunista Cubano, após entendimentos anteriores, de partido para partido. Atualmente, existem diversos brasileiros, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra vêm recebendo, em Havana, treinamento em técnicas agrícolas, e outros matriculados na Faculdade Latino-Americana de Ciências Médicas. O site do Partido dos Trabalhadores oferece vagas e publica as condições definidas por Cuba para matrícula nessa Faculdade” (Huascar Terra do Valle, in “Histórias quase esquecidas”, site Mídia Sem Máscara, 10/2/2003). Veja OLAS.

 

IPES - O IPES passou a existir oficialmente no dia 29 de novembro de 1961 (Jânio Quadros havia renunciado em agosto do mesmo ano). O lançamento do IPES foi recebido favoravelmente por diversos órgãos da imprensa e contou com a aprovação do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jayme de Barros Câmara. Além do Rio e de São Paulo, o IPES rapidamente se expandiu até Porto Alegre, Santos, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e outros centos menores.

O IPES foi formado pelo trabalho do empresário de origem americana, Gilbert Huber Jr., do empresário multinacional Antônio Gallotti, dos empresários Glycon de Paiva, José Garrido Torres, Augusto Trajano Azevedo Antunes, além de serviços especiais de oficiais da reserva, como o general Golbery do Couto e Silva. Sandra Cavalcanti era uma das mais famosas conferencistas do IPES. As sementes do IPES, assim como do IBAD e do Conselho Superior das Classes Produtoras (CONCLAP) haviam sido lançadas no final do Governo JK, cujos excessos inflacionários geraram descontentamento entre os membros das classes produtoras do país, e durante a Presidência de Jânio Quadros, em cujo zelo moralista eles depositaram grandes esperanças.

O IPES produziu em torno de 8 filmes, para alertar os desmandos do Governo Goulart, como a ameaça comunista; os cineastas eram Jean Mazon e Carlos Niemeyer. Um escritor de peso do IPES foi José Rubem Fonseca, autor de “Feliz Ano Novo”; segundo Fonseca, o “IPES buscava mobilizar a opinião pública no sentido do fortalecimento dos valores democráticos” (Cfr. AUGUSTO 2001). O IPES chegou a promover, mais tarde, Estudos de Problemas Brasileiros para os Governos Militares pós-1964.

O IPES participou também de operações internacionais, que ajudaram a derrubada de Salvador Allende, no Chile, e do general Juan Torres, na Bolívia (em Ago 1971, o general Hugo Banzer tomou o poder). Entidades congêneres do “Complexo IPES/IBAD”: 1) México: Centro de Estudios Monetarios Latinoamericanos – CEMLA; Centro Nacional de Estudios Sociales - CNES; Instituto de Investigaciones Sociales y Económicas – IISE; 2) Guatemala: Centro de Estudios Económico-Sociales – CEES; 3) Colômbia: Centro de Estudios y Acción Social – CEAS; 4) Equador: Centro de Estudios y Reformas Económico-Sociales – CERES; 5) Chile: Instituto Privado de Investigaciones Económico-Sociales – IPIES; 6) Brasil: Sociedade de Estudos Interamericanos – SEI; Fundação Aliança para o Progresso; 7) Argentina: Foro de la Libre Empresa; Acción Coordinadora de las Instituciones Empresariales Libres. “Em 64, quando Castelo Branco organizou o Governo, a maioria dos cargos foi entregue a quem tinha ensinado ou feito cursinho no IPES. A começar por Golbery e Roberto Campos” (Sebastião Nery, in “Os filhos de 64”, Jornal Popular, Belém, PA, 6 Out 1995).

 

Ligas Camponesas - As origens da organização dos camponeses datam da década de 1940, no trabalho do PCB, que estabeleceu as Ligas Camponesas. Essa atividade ressurgiu na década de 1950, em Galiléia, com a criação da Sociedade Agricultural de Plantadores e Criadores de Gado de Pernambuco, assistida por um ex-membro do PCB, José dos Prazeres, e depois com a formação de sociedades de direito civis e legais, que rapidamente se espalharam por todo o Nordeste, passando a uma rede de Ligas Camponesas – como eram chamadas pelos proprietários de terras, devido à sua origem da década de 1940. Francisco Julião foi o principal líder das Ligas, com atuação, especialmente, em Pernambuco, do então Governador Miguel Arraes, onde as Ligas colocavam fogo em canaviais e depredavam fazendas. No dia 27 Nov 1962, na queda de um Boeing 707 da Varig, quando se preparava para pousar em Lima, Peru, estava entre os passageiros o Presidente do Banco Central de Cuba, em cujo poder foram encontrados relatórios de Carlos Franklin Paixão de Araújo, filho do advogado comunista Afrânio Araújo, o responsável pela compra de armas para as Ligas Camponesas. Os relatórios detalhavam os atrasos dos preparativos para a luta no campo, acusava Francisco Julião e Clodomir Morais de corrupção e malversação de recursos recebidos. Esses documentos chegaram às mãos do Governador Carlos Lacerda, da Guanabara, que fez vigorosa campanha na imprensa, denunciando a interferência cubana em nosso País. No Brasil, antes de 1964, Cuba financiou ainda as Ligas Camponesas para comprar fazendas que serviram de campos de treinamento de guerrilha. A revista Veja, de 24 Jan 2001, sob o título "Qué pasa compañero?", faz uma análise centrada na tese de doutorado da pesquisadora Denise Rollemberg, da UFRJ, a qual afirma que "o primeiro auxílio de Fidel foi no Governo João Goulart, por intermédio do apoio às Ligas Camponesas, lendário movimento rural chefiado por Francisco Julião. (...) O apoio cubano concretizou-se no fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, para funcionar como campos de treinamento”. Após a Contra-revolução de 1964, as Ligas Camponesas, de inspiração comunista, foram dissolvidas, e Julião obteve asilo no México.

 

OLAS - Organización Latinoamericana de Solidaridad: no dia 16 Jan 1966, 1 dia após o término da Tricontinental, em Havana, Cuba, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, proposta por Salvador Allende. O terrorista brasileiro Carlos Marighella foi convidado oficial para a Conferência da OLAS em 1967. Ola, em espanhol, significa “onda”, seriam, pois, ondas, vagalhões de focos guerrilheiros espalhados por toda a América Latina, como disse o próprio Fidel Castro: “Faremos um Vietnã em cada país da América Latina”. Após a Conferência, começam a surgir movimentos guerrilheiros em vários países da América Latina, principalmente no Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. A OLAS, substituída pela JCR, tem sua continuidade no Foro de São Paulo (FSP) e no Fórum Social Mundial (FSM).

 

Pinar del Río - Província de Cuba, onde havia cursos para terroristas brasileiros nas décadas de 1960 e 1970. O “currículo” incluía: 1) Tática guerrilheira – o observador, o mensageiro, a coluna guerrilheira, o acampamento, a marcha, sobrevivência na selva (montanhas de Escambray), o ataque, a emboscada; 2) Tiro – limpeza e conservação do armamento, fuzis: AD, FAL, AK, Garand; metralhadoras: MG52, Uzi; bazuca, morteiro e canhão 152 mm; 3) Comunicações; 4) Topografia – leitura de mapas, uso de bússola e do binóculo, orientação; 5) Organização do terreno – construção de abrigos individuais e coletivos, espaldões para metralhadoras e morteiros; 6) Higiene e primeiros socorros – fraturas, hemorragias, imobilizações, transporte de feridos; 7) Política – o comissário político, semanalmente, fazia uma palestra. No regresso, o terrorista brasileiro recebia de volta os documentos verdadeiros, nova documentação com nome falso, cerca de 1.500 dólares, itinerário até o Chile de Salvador Allende, antes de chegar ao Brasil. Quando preso, o terrorista era instruído para utilizar algumas artimanhas, para ser levado ao hospital e, assim, prejudicar o interrogatório: 1) colocar fumo na água e bebê-la, provocando crise de vômitos; 2) usar uma dose mínima de estriquinina para provocar convulsões; 3) “tentar” o suicídio; 4) simular grande descontrole nervoso; 6) bater com a cabeça nas paredes.

Hoje, Pinar del Río se destaca pela produção de tabaco, matéria-prima dos charutos cubanos de prestígio internacional, como o Cohiba esplendido (R$ 180,00 a unidade) que Lula da Silva gosta de saborear em 18 cm do mais puro prazer.

 

Tricontinental - Criada durante a OSPAAAL, que se realizou em Havana, Cuba, de 3 a 15 Jan 1966 – juntamente com o XXIII Congresso do PCUS. (Em 1965, em Gana, ficou decidido que a OSPAA realizaria seu próximo encontro em Cuba, no ano seguinte, para integrar também a América Latina – daí OSPAAAL). “Consiste no princípio de que a coexistência pacífica não se pode estender às chamadas ‘guerras de libertação nacional’, isto é, às guerras ‘entre oprimidos e opressores, entre os povos coloniais explorados e seus exploradores colonialistas e imperialistas’ ” (Meira Penna, in “Política Externa”, pg. 133). À Tricontinental compareceram representantes de 82 países, dos quais 27 latino-americanos. A delegação brasileira foi composta por Aluísio Palhano e Excelso Rideau Barcelos (indicados por Brizola), Ivan Ribeiro e José Bastos (do PCB), Vinícius Caldeira Brandt (da AP) e Félix Ataíde da Silva, ex-assessor de Miguel Arraes, na época residindo em Cuba. A tônica do encontro foi a defesa da luta armada. No encerramento, Fidel Castro afirmou que a “luta revolucionária deve estender-se a todos os países latino-americanos”. A Tricontinental foi a estratégia que desencadeou a Guerra do Vietnã e guerras civis como em Angola e Moçambique, e os grupos terroristas que surgiram na América Latina a partir de 1967/68, especialmente no Brasil, Argentina e Chile. No campo cultural, a Declaração da Tricontinental recomendava a “publicação de obras clássicas e modernas, a fim de romper o monopólio cultural da chamada civilização ocidental cristã, cuja derrocada deve ser o objetivo de todas as organizações envolvidas nessa verdadeira guerra”. Nesse encontro, o Senador Salvador Allende (futuro Presidente do Chile) faria uma proposta aprovada por unanimidade pelas 27 delegações: a criação da OLAS. Assim, no dia 16 Jan 1966, um dia após o término da Tricontinental, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, que passou a ser dirigida pelo Comitê de Organização, constituído de representantes de Cuba, Brasil, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela, Guatemala, Guiana e México. A Secretaria-geral foi entregue à cubana Haydee Santamaria, e o representante brasileiro era Aluísio Palhano.

 

ULTAB - União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil: fundada em 1957 pelo PCB, teve suas principais bases em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Porém, obteve seu maior sucesso em Goiás, onde o movimento tomou as cidades de Trombas e Formoso, e só foi desmobilizado em 1964 pelos militares.

 

(*) O autor é ensaísta e militar da reserva. Articulista de Mídia Sem Máscara, publicou “Egito – uma viagem ao berço de nossa civilização”, Thesaurus, Brasília, 1995. Ele é Natural de Luzerna, SC (antigo Distrito de Joaçaba), Félix Maier é militar da reserva e ensaísta. Autor do livro "Egito - uma viagem ao berço de nossa civilização", Thesaurus, Brasília, 1995, escreve para Usina de Letras, Usina das Palavras, Domínio Cultural, Texto Livre, Recanto das Letras, Ternuma, Resistência Militar e é também articulista de Mídia Sem Máscara (http://www.midiasemmascara.org).

 

 

"Descrição:

 

O PDT é um partido sem alma


20/11/2011

Luciana Nunes Leal

O Estado de São Paulo

 

 

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=49626

 

Enfraquecido pelas denúncias de fraudes nos contratos de ONGs com o Ministério do Trabalho, que ocupa desde 2007, e dividido quanto à permanência do ministro Carlos Lupi no governo, o PDT nasceu há 31 anos como tentativa de "modernização" do trabalhismo de Getúlio Vargas, mas esbarrou nas velhas marcas da centralização e dos líderes absolutos. Viu o PT assumir o domínio do movimento sindical e, em 2004, com a morte de seu fundador, Leonel Brizola, perdeu ainda mais a identidade. "É um partido sem alma", define a historiadora Marly da Silva Motta, do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

A entrevista é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, 20-11-2011.

 

Para a pesquisadora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ao PDT um Ministério do Trabalho totalmente esvaziado, característica que se mantém no governo de Dilma Rousseff. Segundo ela, seja qual for o destino de Lupi, "o tranco é muito grande" para o partido.

 

Eis a entrevista.

 

Entre a criação do PDT por Brizola, em 1980, e as recentes denúncias no Ministério do Trabalho, o que ainda existe do trabalhismo brasileiro?

 

Uma das características mais interessantes da redemocratização era o que fazer com a herança trabalhista da República democrática de 1946 a 1964.

Era uma herança disputada por correntes políticas que englobavam setores variados, o que, aliás, foi uma característica do trabalhismo: mantinha um perfil ideológico afinado com a esquerda, mas tinha muitos seguidores diferentes. Há interpretações e depoimentos que dizem que, ao contrário do que imaginamos, Brizola não queria o PTB. Ele queria incorporar às bandeiras tradicionais do trabalhismo - carteira de trabalho, férias remuneradas, CLT - valores mais modernos. Dar uma nova cara ao trabalhismo do PTB. Brizola se apresentou como vítima (quando perdeu a legenda para Ivete Vargas), mas não achou ruim se livrar um pouco da parentela Vargas, que era a marca do trabalhismo. Quis incorporar uma nova marca, o PDT, só que tinha de enfrentar as urnas. E a tradição de competição eleitoral trazida do trabalhismo era dos grandes líderes, de puxadores de voto.

 

O PDT acabou marcado por esse domínio de um grande líder. Por quê?

 

Os limites da modernidade esbarraram na visão personalista, carismática, centralizadora, que era a marca do antigo PTB. Brizola talvez seja o exemplo máximo, mas era uma geração formada nessa visão. Quando passou a olhar a possibilidade da Presidência, que Brizola sempre teve em mente, o PT foi na direção da capilaridade, para entrar, via Igreja e movimentos sociais, no interior do País e em outras regiões. O PDT não fez.

Provavelmente essa terá sido a grande diferença do projeto nacional do PT que deu certo e do fracasso do PDT. Brizola buscou sustentação nos grandes centros.

 

E o PT tinha base no movimento sindical. Foi o maior prejuízo para o PDT?

 

Brizola teve enormes dificuldades com o movimento sindical organizado.

Subestimou a entrada do PT. Achava que ia ser recebido de braços abertos pela tradição trabalhista e foi surpreendido. E o PT acabou se apoderando da base sindical. Em certo momento (no fim dos anos 80), começou a haver uma dissensão no PDT entre os velhos trabalhistas e o grupo com uma visão mais modernizadora, com representação não apenas pela via partidária, mas pela via dos movimentos sociais. O trabalhismo passou a ser associado ao que era velho. E os grupos do PDT mais ligados a movimentos sociais, como Saturnino Braga, se afastaram.

 

E como Lupi emerge no partido?

 

Acho que veio por esse viés da tradição trabalhista. Centralizador, pessoa simples, o jeito do povo. Brizola não tinha instrumentos políticos para aglutinar tendências diferentes. Ao contrário do Lula, Brizola não soube conciliar, conviver. Resultado: o grupo socialista saiu do PDT e ficaram os trabalhistas que não tinham acesso a outros partidos.

 

Se não fosse a proximidade com Brizola, Lupi teria destaque no PDT?

 

Na União Soviética, tinha um termo, apparatchik, para aqueles quadros que não têm muita cultura, mas circulam em torno dos grandes líderes. Boris Yeltsin era um apparatchik. Lupi se aproxima do lado do PDT formado por pessoas que não se expressam bem, não têm fervor ideológico e, nessa condição, é um bom membro partidário, organizador, extremamente fiel a Brizola. Faz lembrar o papel do Gregório (Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas) com o Getúlio. Ele penteava o cabelo de Getúlio e chegou a ser influente na era Vargas. Quando o PDT foi perdendo expressão, permaneceram, de um lado, pessoas como Miro Teixeira, que tem atuação independente e eleitorado próprio, e de outro ascenderam pessoas como o Lupi.

Se a gente olhar por um lado, foi uma democratização do partido. É uma pessoa de pouca instrução, que não conhece muito bem as regras do comportamento político, que choca.

 

O fato de ser presidente do PDT foi decisivo para Lupi chegar ao Ministério do Trabalho?

 

A verdade é que a questão do trabalho não é decidida no Ministério do Trabalho. As grandes discussões trabalhistas passam por outras instâncias do governo e pela relação direta entre Lula e as lideranças sindicais. Lula botou o PDT no Ministério do Trabalho porque é um partido de tradição trabalhista, o Lupi tem esse perfil, supostamente é afinado com os pobres, com a classe C. Mas as decisões não passam pelo ministério. O ministério acaba ficando nesse jogo de ONGs, de capacitação de trabalhadores.

Certamente se isso (as denúncias) acontecesse no governo Lula, não daria em nada. Lula logo ia dizer que era preconceito, que estavam batendo no Lupi porque ele é pobre, porque fala mal, porque é feio. O problema não é esse.

Acho que esse caso está tendo repercussão porque Lupi é o sétimo (ministro a cair, se deixar o ministério). Se fosse o primeiro, em um estalar de dedos teria saído, porque ele não tem força no PDT.

 

Mesmo sendo o presidente licenciado do partido?

 

Você tem claramente dois PDTs, que continuam uma tendência que vem desde sua formação. Quando Brizola morreu e não havia substituto, o espaço começou a ser articulado por um tipo de liderança como o Lupi, que não veio pelo carisma.

 

Que futuro imagina para o PDT?

 

Acho que vai ficar como o DEM. O PFL perdeu o nome e perdeu a alma. O PDT manteve o nome, mas perdeu a alma.

 

 

________________________________________

De: Euclides Lopes <euclideslopes@ig.com.br>

Para: brasil-politica@googlegroups.com

Enviadas: Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2011 15:29

Assunto: Res: Re: Res: [Brasil-Política] O petróleo

 

Marenga. Eu sou adepto de Mao Tse-Tung, reunir forças e contra-atacar. Eles com a sua revolução comunista, uniu a China, expulsaram os estrangeiros e os chineses que os apoiava (Chaik-Kai-Chek) que foram prá Formosa e Construiram a China Comunista que agora está se tornando potência. E nós destruimos o projeto Trabalhista Nacionalista e Desenvolvimentistas de Getulio, Jango e Brizola não íamos ter derramamento de sangue, e seguiríamos à frente da China e da India. Com o advento do golpe de 1º de abril de 1964, (O golpe foi tão nefasto que caiu no dia da mentira, e até hoje eles estão querendo se legitimar e o povo dá de ombros), fomos de ré e deu no que deu. Vox populis vox dei (a voz do povo é a voz de Deus).

Marengão. Eu não sou burguês como você pensa eu sou trabalhista, que quer dizer trabalhador, acredito na força do trabalho, não no acúmulo do capital que é usurpação.

Viva o Socialismo do Século XXI.

Euclides - MRLB.

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

De: Paulo Marenga

Data: 02/12/2011 15:52:17

Para: brasil-politica@googlegroups.com

Assunto: Re: Res: [Brasil-Política] O petróleo

 

Bravo 'camarada' Euclides,

 

"O petróleo é nosso" foi um chamado à patriotada para despertar-lhes um sentimento que nunca foi, de fato, despertado, pois não funcionou. Ainda não temos nada de patriotas e estamos muito longe disso. O que muitos são, isso sim, são pessoas declaradamente xenófobas que, ao divulgar a sua ojeriza a povos estrangeiros, estão muio longe de ser pariotas aliás, estando bem mais próximos de idiotas, para ficar com a palavra que mais se aproxima, foneticamente, daquela. Ninguém 'surrupiou' o nosso petróleo. Quem o fez e faz contínua, descarada e 'oficialmente'com muita competencia, são os lulopetralhas e as suas bilionárias 'comissões' na compra do ouro negro mundo a fora, inclusive na vizinha Venezuela, onde está outro grande larápio do petróleo.

A propósito, cuidado com a '4a. frota', pois pode haver um grande interesse deles no Rio de Janeiro, não só pelo petróleo, como voce 'patrioticamente, alerta, mas também por suas belas e 'calientes' praias e mulatas, tão ao gosto do gringos! Se voce mora à beira mar de Ipanema ou Leblon, o que imagino ser, vale um alerta especial: fique de olho com seu possante binóculo pois, assim, voce poderá ve-los à distancia antes que comecem a disparar as canhoneiras em direção ao seu apartamento. Por favor, saia antes e fuja para a serra.

Meu abraço e bom final de semana,

Paulo Marenga

 

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De: euclides <euclideslopes@ig.com.br>

Para: brasil-politica@googlegroups.com

Enviadas: Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2011 17:35

Assunto: Res: [Brasil-Política] O petróleo

 

Bravo Santayana. Sou do tempo do Petróleo é nosso. Era menino e via os brasileiros gritarem por isso, como pode, o petróleo sendo nosso, nós em nossa casa, ter que gritar que ele é nosso, só pode ser por que ele estava sendo surrupiado!

Só um reparo. O Brizola Neto, nada tem do avô, eu acho que nem é parente. O avô tão brasileiro, o neto tão sem nada. O tijolaço é do velho, o menino nem tijolinho tem, uma pena!

Mas mesmo sendo assim, é melhor prevenir do que remediar. Eles estão vindo com tudo, principalmente por que acabam de perder o Oriente. A 4ªa frota do Atlântico Sul foi reativada e muita coisa vem por aí. O problema é que aqui no Brasil tem muitos americanófilos!

Viva o Socialismo do Século XXI.

Euclides - MRLB - Movimento de Resistência Leonel Brizola.

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

De: Antonio Morales

Data: 12/01/11 18:03:32

Para: Antonio Morales

Assunto: [Brasil-Política] O petróleo

 

O mau cheiro do petróleo

 

 

 

 

 

Publicada em 29/11/11

 

 Por Mauro Santayana

 

Seria a hora de voltar novamente às ruas, como nelas estivemos há mais de meio século, e com a mesma palavra de ordem, a de que “o petróleo é nosso”. Todo o petróleo que a natureza nos destinou

 

O petróleo foi o mais importante parteiro da alucinada civilização contemporânea. A causa objetiva da Primeira Guerra Mundial já estava no controle das fontes mundiais de matérias-primas — como o petróleo — indispensáveis na corrida pela prosperidade e poder das nações.

 

Há maldições de que não podemos escapar: uma delas é a necessidade da corrida armamentista, a fim de garantir a incolumidade das nações. Essa competição alucinada depende de uma complexidade de operações econômicas e industriais interdependentes e, acima de tudo, do acelerado desenvolvimento tecnológico.

 

É preciso ter em conta que, para impedir o terrorismo bélico das nações mais poderosas de hoje, teremos que encontrar caminhos novos, que as contenham. Seus investimentos na indústria da guerra vão do aprimoramento de pistolas de combate à exploração do solo de Marte, sem falar nas atividades diplomáticas e atos criminosos clandestinos.

 

"Sem o petróleo, não haveria o desenvolvimento da medicina nem o aumento da expectativa de vida em países desenvolvidos"

 

Sem o petróleo, é fácil deduzir, não haveria bombas nucleares. Sem o petróleo, dirão outros, não haveria tampouco o desenvolvimento da medicina, e o notável aumento da expectativa de vida dos homens dos países desenvolvidos. Nem o crescimento da produção agrícola no mundo inteiro. Em suma, sem o óleo, fonte de numerosos derivados, também a química se arrastaria lentamente, e não com a extraordinária velocidade em que ela produz centenas de novas substâncias quase todos os dias.

 

Chegamos tarde à era do petróleo, e é constrangedor constatar que, para esse atraso, tenham contribuído muitos brasileiros. As oligarquias rurais, que dominavam o Império e a República, durante as primeiras décadas, temiam a industrialização autônoma do país, que reduziria sua força econômica e seu poder político.

 

Com esse perverso instinto de sobrevivência de classe, aceitavam o imperialismo britânico e sabotavam o esforço de industrialização nacional. Foi assim que chegaram a somar-se aos ingleses, no pleito que esses moveram contra Mauá — e ganharam, com a providencial ajuda do tribunal mais elevado do país no período de declínio do Segundo Reinado.

 

É necessário que se leia, com as devidas ressalvas, tendo em vista seu interesse pessoal no caso, o excelente ensaio de Monteiro Lobato sobre o petróleo. Ele mostra como já naquele tempo — no fim da República Velha e início do governo provisório de Vargas — os norte-americanos impediam o livre comércio dos brasileiros. Lobato conta que os soviéticos queriam trocar petróleo, que tinham em abundância, por café, cujo consumo queriam disseminar no Exército Vermelho, com o propósito de combater o alcoolismo — e o governo do paulista Washington Luiz não se dispôs ao negócio extremamente vantajoso.

 

O café que não trocamos pelo petróleo foi, em seguida, queimado, com a crise de 29, a fim de assegurar o preço internacional — medida que não trouxe qualquer efeito prático.

 

A crise, sendo capitalista, não impediria negócio de troca de mercadorias, sem o uso de moedas, como o que Moscou nos oferecia — e seria vantajoso para ambas as nações a fim de enfrentar as dificuldades dos anos 30. Quando ainda estávamos nessas indecisões, os argentinos já contavam com a YPF, empresa estatal, detentora do monopólio da exploração de seu petróleo, estabelecido no governo de Yrigoyen.

 

A campanha pelo petróleo foi um dos grandes momentos da história de nosso país, porque uniu, na mesma consciência de nação, altos oficiais das Forças Armadas, intelectuais, estudantes, sindicatos de trabalhadores, partidos políticos e até mesmo parlamentares conservadores. Foi um belo momento que os norte-americanos trataram de esvaziar, com a cumplicidade de seus agentes brasileiros, na primeira tentativa de golpe de Estado, que levou Vargas ao suicídio. É bom lembrar a coligação de quase todos os grandes meios de comunicação do país no combate sem tréguas ao presidente — o estadista brasileiro que melhor entendeu a necessidade de desenvolvimento econômico autônomo, como fundamento da soberania nacional.

 

O problema do petróleo retorna às preocupações brasileiras, com a descoberta das grandes jazidas situadas abaixo da camada de sal no litoral do país. Provavelmente a fim de criar a cizânia que favoreça as empresas estrangeiras, não satisfeitas com a legislação do governo neoliberal de 1995 a 2003, surgiu o problema da distribuição dos royalties. Para quem conhece a história política do mundo, trata-se de uma bem urdida manobra de diversão.

 

Enquanto se discute a participação dos estados produtores e não produtores na parcela que ficará com o Brasil, fatos mais graves são esquecidos. Como se sabe, a não ser que caia veto presidencial à emenda do senador Pedro Simon à lei do pré-sal, que impede a devolução dos royalties a serem pagos pelas empresas exploradoras, é um roubo contra os brasileiros. Como já é comum, assessores parlamentares e deputados amaciados pelos argumentos conhecidos dos lobistas, conseguiram o inimaginável: determinar que seja devolvido às empresas o valor dos royalties em petróleo. Trocando em miúdos: não pagarão coisa alguma — a União, isto é, o povo, é que pagará. Trata-se de entregar com uma mão e receber de volta com a outra.

 

Há mais: a tática é a de ganhar tempo a fim de aumentar a brecha já existente, desde a emenda que acabou com o monopólio da atividade pela Petrobras, e se conceda a licitação de áreas do pré-sal a empresas estrangeiras, em lugar de assegurá-las à empresa nacional, que deveria ser apenas estatal.

 

"Se no Ministério de Minas e Energia estivessem Leonel Brizola ou Itamar Franco, Moshiri seria convidado a sair do gabinete"

 

O episódio da Chevron vai além da desídia técnica, que ocasionou o vazamento no Campo de Frade. Mais grave ainda do que o acidente, foi a arrogância com que o dirigente mundial da empresa, Ali Moshiri, se dirigiu ao ministro Edison Lobão, ao reclamar que uma empresa do porte da Chevron não pode ser tratada da maneira com que as autoridades brasileiras a estariam tratando. Só isso bastaria para que o Brasil exigisse o fim de suas atividades imediatamente em nosso país.

 

Se no Ministério de Minas e Energia estivessem homens como Leonel Brizola ou Itamar Franco, o senhor Moshiri seria convidado a sair do gabinete, no mesmo momento de seu desaforo, antes que as autoridades de imigração o instassem a deixar o Brasil, como persona non grata. Aconselhamos os leitores a acompanharem os fatos pelo blog do deputado Brizola Neto, o Tijolaço.

 

Quando assistimos à insolência dos dirigentes da empresa petrolífera texana, constatamos como foi criminosa a política entreguista do governo dos tucanos de São Paulo. Já não basta às multinacionais do petróleo obter os lucros que obtêm em nosso país, nem causar os danos que causaram. Querem, além disso, tratar os brasileiros como um povo colonizado e de joelhos.

 

Seria a hora de voltar novamente às ruas, como nelas estivemos há mais de meio século, e com a mesma palavra de ordem, a de que “o petróleo é nosso”. Todo o petróleo que a natureza nos destinou.

 

Fonte: Jornal do Brasil 

 

 

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