Usina de Letras
Usina de Letras
213 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Reflexões de um general-de-brigada -- 02/01/2012 - 14:00 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Reflexões de um general de brigada
 
 
O nosso jeitinho frouxo e cretino de ser
 
Lá se vai mais um ano, e a cada dia torna - se impossível não ser mais
orgulhoso de ser brasileiro.
Estamos em paz com a nossa consciência (?), pois não importa se
vivemos sob a ditadura da corrupção, e que o peculato não é crime, mas
sinal de inteligência (gostou do elogio Lupi?), e o que interessa é
que vivemos despreocupados, e que o problema é dos outros, não nos
interessando se os outros são VOCÊS.
Depois que do nada viramos um tudo, e passamos a usufruir de carros,
mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da
esbórnia institucionalizada sem o menor esforço.
Não importa que o País esteja estratificado, o que importa é que
vivemos em êxtase. No País, testemunhamos um verdadeiro milagre em
andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos.
Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de
40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e
eficiência de seus serviços públicos.
Não importa que o país acumule troféus de incompetência, seja no IDH,
o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade infantil, o 106º;
na renda per capita, a 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre 110
países da América Latina melhor para se viver, e que estamos no
primeiro lugar no mundo em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões
desviados do bolso de VOCÊS.
Se alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não
podemos deixar de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais
avançadas nações do mundo. Sim, quantos países atingiram tal situação?
Quantos países podem taxar os remédios, e o brasileiro é um doente
crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos sem o menor muxoxo?
O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB)
mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e que
a nossa dívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais?
Sem contar, que patrocinamos uma bolsa - família que paga para cinco
filhos, e até os quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de
cooptação de votos, o atual benemérito desgoverno pode ampliar o
leque, pois sabe que alguém sempre pagará a conta.
Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa
gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o
Governo Federal já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública.
Esse valor astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da
saúde e da educação, que somaram R$ 143 bilhões.
Não importa que a “presidenta” no exterior, impossibilitada de negar -
se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e, para piorar,
tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País, atém
- se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua
imensa teia de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de
tortura).
Não importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos
dez anos para sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura
seja na educação, pois acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e
ele nos proverá.
Não temos escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos
estádios de futebol, pois nossa sede de circo é imensurável. Quanto ao
pão, haverá sempre uma bolsa com uma cesta fornecida por ELES, às suas
expensas.
Com a inflação subindo, para 2012, modifiquemos os índices dos seus
componentes e, zás - tráz, ela diminuirá. Viram como é fácil?
Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo, aumentamos o nosso já
elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual presidente.
Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos
coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro
para o inferno.
É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado com
honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na
prática tolhem espertezas.
Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com o amanhã aqueles que
vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos lendo jornais
e revistas aos serviços da fajuta oposição.
O nosso espelho é a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se
pode, e no espelho, refletimos a imagem de nosso mestre, e como a
dele, as nossas faces enchem - se de orgulho. Nós somos os caras.
De fato, somos honoris em causa própria, em patifarias, em
malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros do
gênero cafajeste de ser dos vivaldinos.
 
Brasília, DF, 02 de dezembro de 2011
 
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui