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Cartas-->Despedida da ex-esposa de Hugo Chávez -- 28/09/2011 - 12:41 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"DESPEDIDA DE NANCY IRIARTE (EX-ESPOSA DE HUGO CHAVEZ) DE SEU
EX-MARIDO.
 
              Nada a acrescentar... Muito duro. Merecido? Imerecido??? Só
Deus sabe; o certo desta mensagem é que ela vai nos fazer pensar e isso nos
ajuda para que eventualmente possamos aplicá-lo em nossa vida. Só depois de
lê-lo saberemos dar ao texto a interpretação que julgarmos adequada.
 
              Impressionante, muito profunda a despedida precoce de Nancy
Iriarte Díaz, ex-esposa de Hugo Chávez, que foi publicada em 9 de agosto de
2011 num dos jornais venezuelanos de maior circulação: o "El Universal".
 
 
 
 
          Hugo, algumas considerações sobre a tua morte que se aproxima:
 
          Não quero que partas desta vida sem antes nos despedirmos, porque
tens feito um mal imenso a muita gente, tens arruinado famílias inteiras,
tens obrigado legiões de compatriotas a emigrar para outras terras, tens
enlutado um número incontável de lares, aos que achavas que eram teus
inimigos os perseguistes sem quartel, os aprisionastes em cubículos indignos
até para animais, os insultastes, os humilhastes, os enganastes, não só
porque te achavas poderoso, mas também imortal... Porque o fim dos tempos
não te alcançaria.
 
Mas a tua hora chegou, os prazos se esgotaram, o teu contrato chega ao seu
fim, teu "ciclo vital" se apaga pouco a pouco e não da melhor maneira;
provavelmente morrerás numa cama, rodeado de tua família, assustada, porque
vais ter que prestar contas uma vez que das teu último alento, te vás desta
vida cheio de angustia e de medo, lá vão estar os padres a quem perseguistes
e insultastes, os representantes dessa Igreja que ultrajastes por prazer,
claro que te vão dar a extrema unção e os santos óleos, não uma, mas muitas
vezes, mas tu e eles sabem que não servirão para nada, mas só para acalmar o
pânico a que está presa a tu alma ante o momento que tudo define.
 
Morres enfermo, padecendo do despejo, das complicações imunológicas, dos
terríveis efeitos secundários das curas que prometeram alongar a tua vida,
teus órgãos vão se deteriorando, uma a um, tuas faculdades mentais vão
perdendo o brilho que as caracterizava, teus líquidos e fluidos são
coletados em bolsas plásticas com esse fedor de morte que tanto te repugna.
 
Diga-me, neste momento, antes que te apliquem uma nova injeção para acalmar
as dores insuportáveis de que padeces, vale a pena que me digas que não te
possam tirar a dança – ah! – as viagens pelo mundo, os maravilhosos palácios
que te receberam, as paradas militares em tua honra, as limusines, os
títulos honoríficos, os pisos dos hotéis cinco estrelas, as faustosas cenas
de estado... Diga-me agora que vomitas o mingau de abóbora que as
enfermeiras te dão na boca, se era sobre isso que se tratava a vida, pois os
brilhos e as lantejoulas já não aprecem nos monitores e máquinas de
ressuscitação que te rodeiam, as marchas e os aplausos agora são meros bipes
e alarmes dos sensores que regulam teus sinais vitais que se tornam mais
débeis.
 
Podes escutar o povo do teu país lá fora do teu quarto?... Deve ser tua
imaginação ou os efeitos da morfina, não estás na tua pátria, estás em outro
lado, muito distante, entre gente que não conheces... Sim, estás morrendo em
teu próprio exílio, entre um bando de moleques a quem confiou entregar teu
próprio país, teus últimos momentos serão passados entre cafetões e
vigaristas, entre a tua coorte de aduladores que só te mostram afeto porque
lhes davas dinheiro e poder; todos te olham preocupados e com raiva, nunca
deixastes que nenhum deles pudesse ter a oportunidade de te suceder; agora
os deixas ao desabrigo e teu país à beira de uma guerra civil... Era isso o
que querias? Foi essa a tua missão nesta vida? Esquece-te da quantidade de
pobres, agora há mais pobres do que quando chegastes ao poder; esquece-te da
justiça e da igualdade quando praticamente lhe entregastes o país a uma
força estrangeira que agora teremos de desalojar à força e ao custo de mais
vidas. 
 
Tenho a leve impressão que agora sabes que te equivocastes; acreditastes num
conto de passagem e te julgastes revolucionário, e por ser revolucionário...
imortal; convocastes para o teu lado os mortos, teus heróis, esses fantasmas
que também julgavas ter vida, Bolívar, Che Guevara, Fidel, e Marx que nunca
conhecestes e que recomendavas a sua leitura... Andar com mortos te levou à
magia e aos babalaôs, te metestes a violar sepulturas, e a fazer oferendas a
uma coorte de demônios e espíritos maus que agora te acompanham... Sentes a
presença deles no quarto? Estão vindo te cobrar, recolher a única coisa que
deverias valorizar em tua vida e que tão sinistramente atirastes na
obscuridade e no mal, a tua alma. 
 
Bem, me despeço; só queria que soubesses que passarás para a história do teu
país como um traidor e um covarde, por não teres retificado tua conduta
quando pudestes e te deixastes levar por tua soberba, por teus ideais
equivocados, por tua ideologia sinistra renunciando aos valores mais
apreciados, a tua liberdade e à liberdade dos outros, e a liberdade nos
torna mais humanos. 
 
"O socialismo só funciona em dois lugares: no céu, onde não precisam dele, e
no inferno onde é a regra dos que sofrem".
 
Nancy Iriarte Díaz
   
 
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