As promessas divinas não condizem com as realidades terrenas. Os próprios escritores bíblicos divergiram a seu respeito. E os resultados estão aí para corroborar.
Lemos no livro de Salmos:"Não te acalores por causa dos malfeitores. Não invejes os que fazem injustiça. Pois murcharão rapidamente como a erva e desvanecer-se-ão como a nova relva verde. Mas os próprios mansos possuirão a Terra e deveras se deleitarão na abundância de paz."-(Salmo 37:1,2,11).
Por outro lado, lemos no Eclesiastes:
“Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.
Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.
Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto. Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras. Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes, 9: 2-10).
Naquele tempo, ninguém pensava em ressurreição dos mortos.
“Oxalá me encobrisses na sepultura e me ocultasse até que a tua ira se fosse, e me pusesses um prazo e depois te lembrasse de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver?” (Jó, l3: 13 e 14).
Yavé só prometia prosperidade, longa vida, descendência numerosa, etc. Mas aquele povo vivia oprimido por vários outros povos e a prosperidade nunca vinha.
Como só havia promessas e nunca vinha a prosperidade, passara a crer em recompensa após a morte, incorporando a doutrina da ressurreição dos mortos. E essa doutrina atraente, assimilada pelos cristãos, conquistou até o Império Romano. Essa ressurreição é tão real quanto a prosperidade que Yavé prometeu. A realidade é dura, mas não há como nega-la.
Ver MAIS
|