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cronicas-->Passado a limpo -- 07/03/2019 - 12:35 (Padre Bidião) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Passado a limpo


Da chegada ao mundo até hoje, percorri sem perceber quantos obstáculos, lutas e choros silenciosos ecoaram do coração. No meu silêncio e nada mais, fui observando a criança, a jovem e a Maria do sertão  que tenta dar sentidos aos sentidos ora necessários ou não. Toda a trajetória numa base firme que me permite caminhar, muitas vezes por escombros meus e de outros projetados em mim. Ergui inúmeras construções e coloquei-me ao chão, sem remorsos. Diversas vezes abri os braços aos céus à procura de um véu ou manto protetor feito o filho que se joga ao colo de uma mãe. Questionava sem questionar, fiz entregas e tive recebimentos, não sei o quanto de entregas fiz... talvez tenham sido poucas, mas sempre desejava fazer com amor e por amor, as poucas vezes que entreguei para que o sentir do outro, o tornar-se confortável e assegurado de sempre me colocar na mesma embarcação. Minha doação dar-se-á sempre, ainda que não seja notada ou passe desapercebida. Os redemoinhos que tive que enfrentar e enfrentarei até o capítulo final, me desmancharam e imediatamente corri para buscar em algum lugar, sobras minhas ainda mesmo que sem as forças da gratidão. Abatimentos, muitos... entre abatidos, olhei e vi algo a me levantar e novamente, manter de pé, mas não consigo afirmar o que era. Alguns calos e deformidades foram ao longo dos anos incrustando lentamente o físico e a essência. Nem sei mesmo o que venha a ser essa essência humanística, porque estou sempre a percorrer por escombros e, muitas vezes, sob eles. A guerra a todos abate. Me fiz de morta, para resistir e sobrevivo assim: uma viva meio morta, até para não ser tão tripudiada na minha singularidade. Singular é tão simples e assustador. Talvez um grande matemático consiga com destreza, equacionar sem encontrar o x, ou o t, o z ou mesmo o t. O tempo sabe tudo e nada. Ele nunca me viu. Eu, sim. O vejo e tento caminhar ao lado dele sem as queixas de um amanhecer preguiçoso. Não importa. Sou o x, o y, o t e o z ou melhor é não ser nenhuma incógnita. Já é demais.

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