Aceitação GuCinco(29-04-2011)
Hoje eu tive um sonho ruim um pesadelo, acordei assustado, acordei pensando que tudo o que tinha tentando por muitas vezes finalmente havia conseguido, te afastei de mim, dessa vez eu consegui! Você finalmente foi embora.
Me senti triste como se tivesse perdido parte de mim, dor profunda quando alguém especial vai embora. O mais interessante foi minha passividade diante de toda a angústia e luto, mesmo querendo agir fiquei em pé vendo você partir sem mexer um músculo sequer, as lágrimas caiam do meu rosto e meu corpo congelado observa aliviado o fim de um ciclo ruim.
Um turbilhão de emoções se misturavam me deixando paralisado vivendo toda a cena como coadjuvante, enquanto sua silueta desaparecia no horizonte e a cada passo seu eu pensava o que realmente estava acontecendo e em tudo o que já tinha acontecido. Nessa hora foi difícil não analisar se realmente ouve amor? Por que só ele poderia me tirar daquela rigidez.
Amor é uma palavra bonita, uma palavra muito escrita e falada mas, é um dos sentimentos mais difíceis de viver e demonstrar através de gestos, dizer “Eu te amo” é a coisa mais simples do mundo. Fico impressionado com a banalização de uma palavra tão forte que na boca dos ignorante é usada indiscriminadamente como uma arma atirando a esmo no meio da multidão. Esta no livro, na novela, no seriado, no filme até no comercial de TV, Você ama o McDonald’s?
Mas, não esta na vida das pessoas não esta no coração das pessoas, no dia a dia, nos pequenos gestos e atitudes, lembro do tempo que dizer: “Eu te amo” era como assumir um compromisso, era mais sério do que um pedido de namoro formal, uma disputa saudável entre os casais, quem diria primeiro? Quem se renderia primeiro ao amor? Dizíamos tudo: Gosto de você, Te adoro, Estou apaixonado mas, as palavras que realmente selavam o compromisso eram Eu te amo.
Hoje nós amos o Big Mac, amos nosso carro, amamos nossos ídolos e claro os ídolos amam muito seus fãs, amamos como a própria vida nosso time de futebol, bom seria se fosse verdade se amar fosse fácil assim, melhor seria se soubéssemos o que é amar e se o amor estivesse tão difundido e imbuído em nossa vida, certamente viveríamos em um mundo muito melhor.
Eu não estou aqui para falar do mundo e muito menos de amor quero falar de escolhas e mudanças, situações que a vida nos apresenta como: Mudar ou sofrer. Nessa hora percebemos que a mudança é inevitável mas, as pessoas não mudam e o pior não mudamos o mundo. O máximo que podemos fazer é tentar mudar a nós mesmos, mergulhar no nosso interior, encarar a realidade e aprender a aceitar o que a vida nos deu.
O fato é que mudar de roupa, corte de cabelo, amigos e time de futebol achando que tudo vai ser diferente e que como num passe de mágica as coisas vão melhorar e seremos felizes, é pura ilusão! A verdadeira mudança ocorre quando mexemos na estrutura, quando fazemos uma revisão dos valores e pilares que regem nossa vida, entendemos qual valor é realmente importante, qual é a direção que ele nos guia e que preço estamos dispostos a pagar para aceitar tudo o que não podemos mudar.
Infelizmente nessa hora o que podemos fazer é aceitar a vida como ela é, exatamente como ela se apresenta a nós, dificuldades, limitações, fraquezas, incompetências, aceitar que somo tudo aquilo que podemos ser de melhor e que sempre estamos fazendo o nosso melhor, a frustração vem da comparação e de tudo que queremos ser e não conseguimos. Entender que aceitar a derrota é o primeiro passo para um recomeço, que sempre depois de um dia vem outro e que o melhor plano é não simplesmente não ter planos. “Na guerra o quanto antes você aceita que esta morto mais fácil fica lidar com ela”. |
