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Artigos-->Presságio -- 10/12/2003 - 00:30 (Bruno César Artuzo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Presságio



Fernando Pessoa





[607]



O AMOR, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p ra ela,

Mas não lhe sabe falar.



Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente...

Cala: parece esquecer...



Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

P ra saber que a estão a amar!



Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!



Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar...



(24-04-1928)

***



A razão por vezes engraça-se : a tentativa de explicação do vago , as vezes dos mitos , de ilusões retóricas , outrora até mesmo por litografia no próprio olhar já é uma razão sublime para nunca se dizer o que pensa , já foi dito !



Bruno César Artuzo .
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