Como eu disse na crónica passada, eis outra com mais letras de músicas, começando pela música "Chega de Saudade", que vi ontem numa página do Facebook chamada Music Forge e ela é uma canção escrita por Vinícius de Moraes e musicada por Tom Jobim, em mil novecentos e cinquenta e seis. Sendo um dos símbolos da Bossa Nova foi gravada pela primeira vez em abril de cinquenta e oito, na voz de Elizeth Cardoso, acompanhada pelo violão de João Gilberto.
As suas duas primeiras estrofes são: Vai minha tristeza/E diz a ela que sem ela não pode ser/Diz-lhe numa prece/Que ela regresse/Porque eu não posso mais sofrer/Chega de saudade/A realidade é quem sem ela/Não há paz não há beleza/É só tristeza e a melancolia/Que não sai de mim/Não sai de mim/Não sai. E a última é esta: Que é para acabar/Com esse negócio/De você viver sem mim/Não quero mais esse negócio/De você longe de mim/Vamos deixar desse negócio/De você viver sem mim. Recomendo a todos ouvirem esta música, como eu agora na voz de Elizeth Cardoso e também agora por João Gilberto e seu violão.
Não posso me esquecer da música "A Tonga da Mironga do Kabuletê", que dancei muito nos bailes dos anos setenta. Foi escrita por Vinícius de Moraes e Toquinho e um dos maiores sucessos da dupla, foi cantada ainda pelo sambista Monsueto. Esta expressão seria uma espécie de xingamento no idioma nagó, significando supostamente "O pelo do ànus da mãe" e foi uma oportunidade de protesto naqueles anos. Olha parte da letra: Eu caio de bossa/Eu sou quem eu sou/Eu saio da fossa/Xingando em nagó/Você que ouve e não fala/Você que olha e não vê/Eu vou lhe dar uma pala/Você vai ter que aprender/A tonga da mironga do kabuletê/A tonga da mironga do kabuletê/A tonga da mironga do kabuletê.
Ouvindo agora Que Pena (Ela já não gosta mais de mim), cantada por Jorge Benjor e Gal Costa, diretamente dos anos setenta, quando Jorge era só Ben e Gal era jovem e linda, com aquela voz de fazer chorar, que pena, que peenaaa... Foi composta em sessenta e nove por Jorge Ben e Jorge Menezes e começa assim: Ela já não gosta mais de mim/Mas eu gosto dela mesmo assim/Que pena, que pena/Ela já não é mais a minha pequena/Que pena, que pena/Pois não é fácil recuperar/Um grande amor perdido/Pois ela era uma rosa/Ela era uma rosa/As outras era manjericão/As outras era manjericão... Uma das minhas boas memórias de mil novecentos e setenta é do Kalilo e da Yolanda Araújo cantando essa música.
"Nada do que foi será/De novo do jeito que já foi um dia/Tudo passa/Tudo sempre passará/A vida vem em ondas/Como um mar/Num indo e vindo infinito/Tudo que se vê não é/Igual ao que a gente/Viu há um segundo/Tudo muda o tempo todo/No mundo... Não adianta fugir/Nem mentir... Como uma onda no mar/Como uma onda no mar.".
Música de Lulu Santos e Nélson Motta composta, em mil novecentos e oitenta e três, para o filme Garota Dourada e nada do que foi será, principalmente para o Lulu Santos, que esta semana mesmo se assumiu para uma nova vida, decisão que espero ele seja muito feliz e sugiro que ouçam essa música na voz de Tim Maia.
Seu Amor Ainda é Tudo, por João Mineiro e Marciano; musicão que surgiu aqui pelo YouTube e rapidinho estou colocando nesta. Começa assim: Muito prazer em revê-la, você está bonita/Muito elegante, mais jovem, tão cheia de vida/Eu ainda falo de flores e declamo seu nome/Mesmo os meus dedos me traem, discam o seu telefone... Ela é de Moacyr Franco, mineiro de Ituiutaba há mais de oitenta anos, autor de inúmeras músicas e seus maiores sucessos estão no sertanejo-raiz, nas vozes de vários cantores e cantoras.
Neste domingo, vinte e nove de sete de dezoito, ficarei devendo letras de Paulinho da Viola, Rei Roberto e Erasmo, Chico Buarque e Construção, Martinho da Vila com sua Calango Longo - Calango longo, no calango tem branquinha, se meu pai foi calangueiro, também vou calanguear... Fechando com uma frase do Moacyr - A vida sempre começa de novo!