2.030 – Conversando



Continuando nossa conversa, a primeira leitora das minhas crônicas, a Edna, disse ao final de sua leitura passada: “Nossa que crônica ruim, cheia de assuntos desconexos, depois até entendi.”. Eu respondi que era só uma conversa, cujos assuntos iam mudando ao sabor do pensamento. E assim ficou, agora estou correndo o mesmo risco dela não gostar, mas vou em frente, conversando com vocês.

Queria chamar a crônica passada de Conversê. Desisti, primeiro que não tem no Houaiss e pelo Google achei uma definição que não gostei: “Expressão usualmente utilizada para designar uma conversa fiada, uma conversa mole e, inclusive, algum tipo de conversa que favorecerá uma pessoa em detrimento de outra.”. Olha este exemplo – "Ele veio num conversê estranho para cima de moi e eu disse logo não para ele porque em papo de malaco eu não caio.". E nós estamos em conversa, não em conversê.

Ontem, eu assisti a um filme, Um Senhor Estagiário, quando ouvi que “Você nunca está errado em fazer a coisa certa” e o personagem do Robert de Niro não a assumiu, dizendo que ela é de Mark Twain. Já o nosso personagem principal destes tempos de agora, o molusco, nunca está certo, pois só faz coisa errada e por isso espero que ele fique até dois mil e trinta vendo o sol nascer quadrado.

E Robert Redford, diz ao Nick Nolte no filme Por Aqui e Por Ali: “Se você é feio, é melhor ser engraçado”. É a história de dois senhores que decidem caminhar por uma trilha de mais de três mil quilômetros. Eles pararam um pouco mais da metade e eu fiquei pensando na minha caminhada até Iguape, que não a completei. Eu não converso com o Boechat no seu Jornal. Com os filmes eu sempre converso com os personagens e com os artistas, idem. Digo que fui um verdadeiro Senhor Estagiário, na pele mesmo.

Imaginem que eu sendo feio e não engraçado o quanto “mala” eu devo ser nessas reuniões familiares e eles me chamam de Tio do Pavê com muita razão; no segundo semestre serei promovido a Vô do Pavê. Entretanto, sábado passado a minha piadinha “Falando alemão” foi de grande sucesso no mesmo nível do bolo de chocolate à mesa. Essas reuniões são aquelas que nenhum assunto consegue ter fim, vão e volta sem conclusão e sabem que eu não consegui terminar a piada de tanto que eu mesmo ri demais dela e fiquei sendo o sem graça da história, daí o sucesso. Não entenderam, então, depois eu conto.

Para eu ter assunto nas nossas próximas conversas li um texto de Leonardo Glass: “Um sonho de liberdade – A lição de Shawshank.” e no meio dele tem uma fala – “Esforce-se para viver, ou esforce-se para morrer; de qualquer forma, você terá que se esforçar. Não há escapatória!”. Li também: “Psicopata Corporativo – Identifique-o e lide com ele.”. Li um monte e identifiquei alguns, principalmente um que tenho vontade de matar e só não faço por ser pecado e dar cadeia, além de eu ser bonzinho demais. Conversa ruim e tirando rapidinha essa vontade destas páginas. Tenho outro sobre o Aécio, Que Tonto! Não o li ainda, mas todos sabem do que se trata. E vai ser tonto assim lá na Cochinchina...

Aqui no papel eu me lembro dos assuntos, pois os tenho em cópias e nas reuniões, quando eu poderia arrasar, eu os esqueço com a ajuda da minha lenta memória. Só depois de pegando no tranco eu avanço, costumo ir bem. Dia primeiro eu não tinha nenhum problema de memória e já hoje, ela se apresenta como um fiasco; deve ser falta de Memorial.

Quando criança para antigamente eu usava dia primeiro e para agora, já hoje, ou seria para mais cedo de hoje mesmo o já hoje. Confuso ficou, porém mais confuso estão os nossos políticos e vendendo papelão a rodo, como a Gleise e suas convocações. Informação importante nesta nossa conversa, justo nesta sexta de vinte de quatro de dezoito, é sobre a Hoffmann mesmo. Seus pais ao darem esse nome a ela queriam mais prestar uma homenagem à atriz Grace Kelly e finalizando nossa conversa digo que estou ouvindo boleros na voz de Robson Sêmog; verdade, está no YouTube.