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Cartas-->Carta do general Gilberto Barbosa de Figueiredo -- 19/07/2010 - 09:36 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EU JÁ ESCOLHI

Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo (*)

Ainda presidente do Clube Militar, julgava inconveniente qualquer manifestação pessoal por preferências políticas. Afinal, ao expressar-me, mesmo com a ressalva de que se tratava de algo que dizia respeito a uma opinião individual, essa opinião poderia ser entendida como uma posição do Clube.

Hoje, havendo já deixado a presidência, julgo oportuno externar o que penso sobre as próximas eleições presidenciais. E, diante do quadro delineado, já fiz minha escolha. Fiz a escolha em quem pretendo votar, fiz a escolha por aquele que considero o melhor candidato: o Governador José Serra.

Creio ser apropriado tecer algumas considerações sobre o porquê dessa posição. Em primeiro lugar, o candidato que elegi é, sem sombra para a menor dúvida, aquele que possui a maior e melhor experiência administrativa. Ao contrário de sua maior adversária, não foi inventado na política, mas galgou passo a passo as diversas escalas da carreira política. Foi Secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, Deputado, Senador, Ministro de Estado, Prefeito e Governador e, em todos os casos, com o bom desempenho reconhecido pela maioria de seus concidadãos. Não podem ser esquecidas, ainda, as repetidas declarações do candidato de que, se eleito, respeitará e fará respeitar a lei, o que é essencial para o bom funcionamento de uma democracia. A partir dessa premissa, poderemos ter a convicção, por exemplo, de que não serão toleradas mais invasões criminosas de propriedades privadas ou de órgãos públicos.

Levei em consideração, ainda, que, a par das qualidades já enumeradas, é o candidato que reúne melhores condições para interromper o ciclo perverso de oito anos de PT e, prevenir, quem sabe, o início de outros oito. Embora reconhecendo algumas conquistas obtidas pelo governo Lula, particularmente na área econômica, onde teve o bom senso de dar continuidade àquela que herdou, não se pode esquecer os malefícios impingidos ao estado brasileiro pelo atual governo. Cito como ilustrações a desastrada política externa, a corrupção desenfreada e o aparelhamento do estado por partidos políticos e sindicalistas, muitas vezes sem nenhuma qualificação para os cargos designados. Sobre os três casos, José Serra tem feito pesadas críticas, acompanhadas do compromisso de modificar essas aberrações.

Há a considerar o que se escuta sobre uma pretensa aversão do candidato em relação a militares. A história pessoal de Serra, é certo, não mostra maiores aproximações com o estamento militar. Em determinado momento, inclusive, esteve em polo oposto. Hoje, tenho indícios fortes que me levam a acreditar na superação desse problema. Prefiro creditar a alegada repulsa a seu temperamento que, muitas vezes, pode ser mal interpretado, ou a sua rigidez no trato da coisa pública. Cito um caso que me foi relatado recentemente. Quando era ministro do Planejamento do governo FHC, foi acusado de ter cortado verbas dos Ministérios Militares. Na verdade, realmente tinha feito isso, mas havia executado corte semelhante nos outros ministérios. Era uma crise em curso que estava a exigir medidas de austeridade do governo.

Agora, mesmo que tal reserva fosse verdadeira, ainda assim, não mudaria minha escolha. Penso que, no momento, tenhamos todos de pensar inicialmente no Brasil e em quem terá melhores condições de governá-lo. Do futuro presidente, em relação às Forças Armadas, temos de exigir é uma perfeita compreensão de seu significado em uma sociedade livre e que aspira a um papel importante no cenário internacional. E isso parece que o candidato entendeu, haja vista o discurso proferido, em abril deste ano, no encontro nacional dos partidos que apoiam sua candidatura. Transcrevo o trecho em que faz referência às Forças Armadas: “Nossa presença no mundo exige que não descuidemos de nossas Forças Armadas e da defesa de nossas fronteiras. O mundo contemporâneo é desafiador. A existência de Forças Armadas treinadas, disciplinadas, respeitadoras da Constituição e das leis foi uma conquista da Nova República. Precisamos mantê-las bem equipadas, para que cumpram suas funções, na dissuasão de ameaças sem ter de recorrer diretamente ao uso da força e na contribuição ao desenvolvimento tecnológico do país.”

Ouço falar em voto em branco, da parte de alguns que não concordam com nenhum dos candidatos lançados. Penso que tal atitude representa o meio mais rápido de nos garantir a certeza de que teremos de continuar convivendo com mensalões, com o estado aparelhado, com a mentira oficial – e a candidata do governo parece, nesse mister, ter superado o mestre, até o próprio currículo já adulterou.

(*) Membro do Alto Comando do Exército entre 2001 e 2003 e presidente do Clube Militar entre juho/2006 e junho/2010.





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