Pobre Lúcio – um petista ressentido
Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Há muito tempo não fazia uma réplica aqui na Usina.
Optei em publicar o meu “baixo-clerismo” sem me preocupar com os discordantes e vozes escaldantes que vagueiam pela ideologia. Mas a Usina de Letras é essa efervescência e cá estamos nós, elaborando um texto, ou perdendo tempo, para responder a outro “baixo-clerista” usineiro.
O meu domingo poderia ter sido mais promissor se eu não tivesse acessado a velha página amarela e ver diante desses meus maravilhosos olhos castanhos o clone de um título de um despretensioso artigo meu.
Com a vitória do Internacional, ontem, sobre o Flamengo, meu domingo estaria reservado a secar o Grêmio contra o Criciúma hoje à tarde. Mas as emoções a gente não pode prever. Eis, que estou aqui dedilhando no teclado ao som de B.B. King, enquanto a velha Santa Maria da Boca do Monte é banhada por um magnífico sol de primavera.
Pois é, então li uma crítica, que aliás não foi uma crítica, e sim uma citação de nomes com as quais um rapazola mineiro, que acordou de guampa torta, resolveu, por não conseguir digerir alguns textos, encordoar na seção de artigos. São insultos que ficam evidenciados pois provém da virtude de um neo-socialista unificado.
E com isso acionou sua metralhadora giratória com pouco conteúdo, desconhecimento da história, arcadismo literário e uma fajuta concepção quase-dialética.
Pobre Lúcio, o antigo Júnior, eleitor de Lula, hoje, metamorfoseado em Espírito Santo. Que Deus o salve e guarde.
De minha parte posso dizer que sempre fui Athos Ronaldo Miralha da Cunha e sempre fui do PT, para bem da verdade, há vinte anos sou do PT. E digo ainda, o mesmo tempo que a senadora tem de PT, poderia dizer que estamos todos há mais de vinte anos construindo esse partido. E quando achar que o PT não se harmoniza com o meu pensamento político, saio sem nenhum ressentimento.
Estou e permanecerei no PT enquanto entender que o campo político a que pertenço possa influenciar nas mudanças de rumo e estratégias do partido.
Tu deves ter lido quando escrevi sobre esse meu amigo.
A sua tese era simples “Eu sou um trabalhador, então voto no Partido dos Trabalhadores”. Simples, não? Ele não tinha “aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Leu e não entendeu. Pois aquela era uma conclusão simples de um simples trabalhador, mas tu não deves conhecer o que é um trabalhador simples desse país. Por certo, o intelectual e pseudoteórico acadêmico, não tenha tempo para os rudes e excluídos.
Essa citação é de um amigo que há tempos não encontro. Veja quanta grandeza, um trabalhador de poucos estudos e parcos conhecimentos consegue definir o seu lado na política. É genial porque é simples e, sendo simples, é genial.
Sou um admirador confesso de Heloisa Helena. Nesse ponto acompanho a atitude do senador Suplicy que está contra sua saída do partido. Tu, entretanto, não tens respeito político com a senadora, pois colocar a Heloisa Helena no mesmo patamar que Leonel Brizola é uma idiossincrasia ideológica sem precedentes. Ou tu entraste para o brizolismo anti-Lula?
Ou tu não sabes que Brizola muito tempo antes de Lula fez acordos “espúrios” com o PDS. Não coloque Heloisa e Brizola em suas citações eles são totalmente divergentes e cada um com suas virtudes e contradições. E, olhe, respeito a ambos. Inclusive já votei em Brizola, ele foi vice de Lula.
Em primeiro lugar não disse que o PT deveria encaixotar Helena, apenas foi um título que eu encontrei que se coadunava com um texto sobre a possível expulsão da senadora. Eu fiz apenas uma modesta análise de conjuntura. Ah! “Encaixotando Helena” é o título de um filme.
Por fim, se tu tens um forte apego às doutrinas revolucionárias. Acredite nelas e vá em frente. Pegue em armas e implante o socialismo no Brasil. E não fique perdendo tempo escrevendo texto para a Usina.
Pois no entendimento desse neosíssimo-pstu, a usina é coisa da pequena burguesia. Ou não?
Vá fazer a tua revolução e não perca tempo conosco. Nós, o baixo clero e petistas confetes, moderados e inconformados não temos mais saco para preparar a vanguarda revolucionária.
Se tu achares um tempo antes da revolução, podes fazer a tréplica, só que a tréplica da tréplica vai ficar em branco, pois o meu baixo-clero-confete-petismo guasca não permite. A além dos mais, eu tenho mais o que fazer.
Saudações humanistas... senhor acadêmico Júnior.
