5.218 - Calamity Creodete
Falando mais um pouco dos westerns menciono Sérgio Leone, diretor italiano e sua trilogia dos dólares: de sessenta e quatro, Por Um Punhado de Dólares; de sessenta e cinco, Por Uns Dólares a Mais e de sessenta e seis, Três Homens em Conflito, todos com a participação dos atores "cabra-macho" demais da conta - Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Eli Wallach e Gian Maria Volonté.
Agora chega, vamos falar das mulheres, as sempre maltratadas nos seus papéis, ficando na maior parte das cenas em casas de prostitutas, ou bebericando nos saloons, sofrendo abusos sexuais, espancamentos e por aí afora. Há pouco assisti "Era Uma Vez no Oeste", filme mencionado na crónica passada. Muito bom e com a presença marcante de Claudia Cardinale, atriz italiana nascida na Tunísia. No filme ela é uma ex-prostituta de New Orleans herdeira de terras, motivo de todos os conflitos envolvendo os personagens na trama do filme e é a única mulher, sem sucumbir aos personagens masculinos.
Mulher aventureira de verdade que viveu nos tempos do Velho Oeste foi Calamity Jane, para nós Jane Calamidade. Seu nome de batismo - Martha Jane Canary-Burke e viveu cinquenta e um anos no centro do furacão do western real, sendo batedora profissional e lutou contra os índios. Não deixou de ser maltratada como sói, trabalhou como prostituta e serviu na campanha do General Custer, usando um uniforme de soldado. Terminou sua vida viajando com o show de Buffalo Bill, morrendo em mil novecentos e três.
Personagem real inspiradora de personagens nas telas, interpretadas por várias atrizes como Jean Arthur, em Jornadas Heroicas; Doris Day, em Ardida Como Pimenta, uma comédia musical explorando o romance de Calamity Jane com Wild Bill Hickok. Até no Brasil na novela Bang Bang, da Rede Globo e em dois mil e cinco, Calamity apareceu e foi interpretada pela atriz Betty Lago. Foi personagem histórica na série Deadwood, interpretada por Robin Weigert.
No filme Matar ou Morrer, temos duas personagens importantes na trama, interpretadas por Grace Kelly e Katy Jurado. Grace, vocês sabem, casou com o Príncipe Rainier de Mónaco e encerrou sua carreira em cinquenta e seis. Katy Jurado, acho que só eu conheço, foi uma atriz mexicana com carreira em Hollywood, indicada ao Oscar pelo filme Lança Partida e uma das três únicas mexicanas indicadas, as outras foram Salma Hayek e Adriana Barraza.
Maureen O´Hara, foi uma atriz e cantora irlandesa, ficou conhecida por interpretar heroínas fortes e apaixonantes, trabalhando diversas vezes com o diretor John Ford e com o ator John Wayne. Participou dos westerns Rio Bravo, Jake Grandão e McLintok - Quando um Homem é Homem, este filme conhecido por duas cenas de violência de gênero, quando mãe e filha são espancadas pelo marido e pelo namorado. As mulheres sofreram no oeste.
Personagem importante, só que sem aparecer momento algum do filme, somente em lembranças foi Katie Elder, quando, após sua morte, seus quatro filhos se reencontram para o seu funeral e partilham o arrependimento de nenhum deles ter tratado bem a mãe. Aí o filme se desenrola, com a participação de uma única atriz, Martha Hyer, no meio de outros dezenove papéis masculinos, começando pelo John Wayne, o filho mais velho de "Os Filhos de Katie Elder".
Katharine Ross, no papel de Etta Place fica no mesmo nível de Paul Newman e Robert Redford no filme Butch Cassidy and the Sundance Kid de sessenta e nove. Etta é muito bem tratada pelos dois até ser mandada embora da Bolívia. Faroeste na Bolívia? Só assistindo para entender e este é aquele filme da famosa música Raindrops Keep Fallin´ on My Head, de B. J. Thomas. Os da minha idade vão se lembrar de e tocou muito nos bailes do Clube. Quantas atrizes faltaram nesta crónica, mas neste domingo, vinte e oito de um de dezoito, tenho que encerrar com uma atriz de faroestes brasileiros - Claudete Joubert, estrela de Gringo, o Último Matador. Sim, ela existe; hoje como Creodete, mora em Brasília.
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