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Cartas-->aos que buscam um grande amor -- 07/02/2002 - 10:14 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ti, cujo coração vagueia sem pêlo, sem pele, desnudo, levando embora tua esperança, assim digo: o teu amor que ontem era grande, imenso, soberbo, retumbante, hoje parece fugir de si mesmo por razões que nem tu sabes, mas continuas a achar que vale o sacrifício ser tão ingênuo a ponto de escolher sofrer o dano ao abrir-se todo e mesmo quando nada mais o impede de ser visto ninguém nota que só é amor o que queres dar, e receber algo em troca, um olhar, um sorriso, um gesto cheio de ternura; nem isso, porém, tuas buscas conseguem obter, indo de porta e porta, batendo em cada coração visível, cada um que queira ou se mostre apto a ser teu, e te possuir também, como se o dar apenas fosse menos valioso que o nada receber; se amor com amor se paga, tolice filosófica?, como determinar a quantia equivalente a cada gesto de amor, e que paga se dará a quem desprezar um grande amor: a morte, o abandono, o grito desesperado dizendo: “sai daqui seu imundo! um verme que não sabe reconhecer uma grande chance de fazer-se a si mesmo um nobre: amar é nobre, deixar-se amar, também?; fato e possibilidade; um que ama tem real em si o amor, o que não se deixa amar ainda não sabe de sua existência nem provou os frutos deliciosos que dele nascem, e resta ao coração árido a expectativa de encharcar-se de imenso amor, nascendo daí mais outros frutos: a alegria de pequenos instantes, o compartilhar pueril de um sonho, de vários sonhos, a loucura de achar que o mundo é pequeno pra tanta fantasia, e que as horas nas quais se detêm as primeiras imagens nunca cessarão: o brilho do olhos à luz da lua num céu repleto de estrelas, o sôfrego toque na face ruborizada porque revelada em sua total sinceridade, aquela primeira voz, vinda do mais profundo da alma apaixonada a dizer: “és meu amor!”, tudo isso, mais a nuança inquebrantável da felicidade ali descoberta, fazem com que a existência dos apaixonados se detenha em dias eternos, sem noção do que possa ser a desilusão de um adeus, a dor de uma partida, a ânsia de morte que cerca quem ficou, destituído de sua inteira e pura felicidade por aquele que se foi; e assim caminha o coração, esguiando-se em frestas de possíveis amores, fixando-se em miragens de uma infinita alegria, não se importando que as más línguas dos que nunca amaram, nunca sofreram uma perda, assim como, por isso, nunca gozaram um grande amor, digam: "amar é pura ilusão..."; enfim, somente os que existem e pelo amor validam sua existência podem aspirar uma tal ventura ao lado de outrem que tudo quanto se diga contra esse projeto não vale mais do que custa ao universo um grão de areia... continuas a busca, então?
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