Usina de Letras
Usina de Letras
59 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62236 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50635)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140808)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6191)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->1998 - Está feito. -- 03/12/2017 - 13:42 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1.998 - Está feito.

Está feito, feito está. Quinta passada o tantinho que faltava se dissipou pelas onze, pelas umas e pelas três da tarde, quando finalmente o novo dono do pedaço tomou pé das suas coisas e me liberou para o porvir, aquele que ainda não sei o que é, o que será, o que é o que será, será, será...
Pelas onze, quase fui vítima de um golpe rasteiro e traiçoeiro, mas percebi a tempo e dei um jeito, não sem antes sofrer algumas ameaças e as imposições de sempre nesses casos. Saí do golpe e perdi alguns valores, justo nessa fase e, no entanto, acho que ganhei, pois sossego não tem preço. Final das contas, assunto resolvido e me parece que o pretenso golpista se arrependeu.
Pelas umas da tarde, reuni o pessoal para uma despedida e uma reflexão final, além de abraços e desejos de vida melhor, depois tomei o rumo de São Paulo, ansioso para ver a nossa conta bancária e olhar um último recebimento importante. Que nervo, ainda não tinha sido depositado e fiquei me mordendo até o enfistulado acontecer.
Nessas umas da tarde não chorei, porque já tinha esgotado as lágrimas pelas oito da manhã, quando a despedida oficial aconteceu e não consegui nem fazer um discurso de agradecimento, apenas entreguei alguns presentes de despedida e de final de ano, recebi sólidos abraços de consideração e reconhecimento pelo nosso convívio.
Pelas três da tarde, esse meu pessoal considerado realizou a sua façanha final que foi entregar o prédio ao representante do novo dono. Eu estava presente pelo celular e se lembram de que eu estava atrás do último recebimento, aliás, esqueci-me de dizer que ao novo dono eu fiz a entrega por volta do meio-dia. Batemos um papo sobre o futuro, quando eu o respondi que de meu futuro eu somente sabia até o final deste ano, depois eu iria ver.
Do passado, nós conversamos algo dos vinte anos passados, quando nos cruzamos pela primeira vez e olhem que situação, em mil novecentos e noventa e oito, o prédio já era para ser dele, só que o seu pai fechou negócio conosco. No e do presente, eu disse que ele estava sendo reparado dessa invertida histórica e que ele seria muito feliz com o negócio, mesmo tanto tempo depois. Concordamos, nos elogiamos e nos abraçamos, sem beijinhos.
Obviamente encerrei as atividades com tudo vendido, vendido mesmo, a ponto de, nos finalmentes, não se ter nem uma mesa e uma cadeira para se sentar. Telefone só celular, canetas e papéis criaram asas. Éramos onze a bater cabeças, só que nenhuma vez, pois demos conta, parecendo que os nossos santos estavam ali conosco a somar. Mesmo as pessoas que vieram realizar seu trabalho final foram bem atendidas. Os homens da luz, da água, do correio, do caminhão um para retirar a derradeira carga, do caminhão dois para retirar a catança final, do caminhão três que não veio.
"Não chore mais não sofra assim... Te faz sofrer e até chorar.". Parte da letra da música Esqueça, de Roberto Carlos. Não sofra, não pense, não chore mais meu bem... Ouvindo em forma de bolero no YouTube no canal Bolerão Show tocando suas emoções hoje e sempre; aproveitando a coincidência da música para dizer que não esquecerei fácil assim e chorar já esgotei, pela questão racional a se fazer no porvir após o porvir do início desta crónica.
Deixando essa chatice de porvir e falando de futuro, digo que tenho que esquecer a empresa mesmo e só cuidar do rescaldo, do que sobrou dela, dos entraves burocráticos e para tanto amanhã estarei em Piracicaba com meu contador dando início a esse período de negociações, acertos e finalizações, achando que teremos uns dois anos pela frente.
Neste domingo, três de doze de dezessete, continuando a ouvir os bolerãos - "... grande demais foi sempre o nosso amor... toda a ternura e todo o meu amor estou guardando para lhe dar...". Fechando esse ciclo da minha narrativa de vida e pronto para começar outra parte dela, digo que estou um pouco triste, mas também um pouco feliz por ter feito um bom encerramento. Ah, não usei aquela palavra, que prometi não usar. Lembram-se qual?
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui