Posso dizer que hoje foi estranho chegar neste apartamento de uma cidade violenta como o Rio de Janeiro e saber pelo noticiário, que a polícia de São Paulo matou um chefe do tráfico de drogas em certa região daquela cidade e os traficantes remanescentes obrigaram todo o comércio da região a fechar suas portas por um dia como luto pela morte do chefe. Mas o estranho é que, apesar do tal luto, os traficantes permitiram, que uma única padaria permanecesse aberta porque o pão francês não deveria faltar naquela comunidade.
Pensei que fosse uma consideração do tráfico à alimentação do povo. Pensei melhor e percebi não ser uma preocupação, mas tão somente o validamento da droga das drogas: o bromato de potássio que poderia ser misturado na fabricação do pão. Uma droga ilegal, sem nenhuma fiscalização e plenamente consumida.
Poucos traficantes percebem as padarias que poderiam ter nas mãos.
Depois conclui:
“Se os traficantes fossem donos do bromato, como os policiais fabricariam o seu bolo de restos mortais”?
Tive que escrever um obituário sobre restos mortais.
DO LIVRO: "TOUROS EM COPACABANA"
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