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Artigos-->O poeta e o palhaço._António Zumaia/O Poeta Palhaço_Maria Pe -- 25/11/2003 - 22:33 (MARIA PETRONILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O poeta e o palhaço._António Zumaia/O Poeta Palhaço_Maria Petronilho



O poeta e o palhaço.



O poeta e o palhaço,

ambos nos fazem sorrir;

acolhem em seu regaço,

a beleza do porvir...



Ri o palhaço que chora ...

O poeta o seu desgosto ...

Que em seu coração mora,

Por um amor já deposto.



Mas , ri palhaço e ama

loucura da tua vida,

nessa tristeza que é chama...



Canta poeta pela querida,

teus poemas lhe declama,

para amenizar tua ferida...



Sai palhaço da tua dor,

dá alegria e amor...



Sai poeta do que viveste,

és amor ... tu já esqueceste.



António Zumaia

Sines – Portugal

21.11.2003





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O poeta Palhaço



Maria Petronilho











Poeta, conto-te um caso

Que conheço bem de perto:

Era uma vez um palhaço

Pobre e roto, caricato

De narizinho redondo

De um carmesim esfolado.

Entrava em cena quando

Nos bastidores do circo

Se maquilhava um outro

Que usava fato bordado

Riso pintado no rosto

Chapéu como o de Tartufo

Cantava em voz de contralto...



O palhaço de que falo

Voava em cada salto

Como se o levasse um sonho

Não se ria no entanto

E ficava sempre mudo.

Quando se achava no escuro,

Ficava vazio o circo,

Encolhia-se num canto

Abria a voz de seu pranto

E sozinho, libertado,

Tirava um papel do bolso

E, com o dedo lambuzado,

No suor do próprio rosto,

Ia escrevendo, escrevendo

Em poemas, seu calvário

De pobre palhaço risonho,

Enfim assumindo o vulto

Dessoutro sério, tristonho.



Encolhido no seu canto

Descobria enfim o choro

Do ai profundo, seu Fado

Ser poeta alistado

De peito dilacerado...



Esquecendo então ser mudo

Soava o alto carpido

Estremecido, enfim solto.

Mau grado tendo o pano

Da tenda para abafá-lo

Soava tão dolorido

Que alarmava todo o povo

Perturbando-lhe o sono



Mal o amanhecia o dia

Punha-se a varrer a areia

E ao papel que escrevera,

Usando a tinta da cara,

Em confetes o rasgava

Ia enfim lavar a cara

E de novo, pintalgava

um semblante de alegria.



Tomava assento a plateia

Entrava o palhaço em cena

... No brilho da noite, ria!







Almada, Portugal,

26/11/2003









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