Mulher poeta da Mãe Terra que guarda em seu útero todos os segredos. As dores do parto antecedem a partida do filho que se rebela no útero materno. Há os pródigos que sempre à ela estão ligados por uma raíz umbilical tênue a permitir o retorno. A mãe é Terra na Terra útero. Mãe é Manguaba a nossa Lagoa comum que não fecha as portas ao filho. Mãe briga contra as próprias entranhas em defesa do filho. É mulher de ferro que luta pra manter a cria intacta, sendo que todo prato de papa é um prato de papa, mas mãe é mãe. O filho bate à porta e grita "maeeeeeeeeeeê, abre a porta, tá chovendo!"
E lá se foi mãe e eu, eu e mãe a caminho d ABC da vida. Freud na agonia Freud mergulhou no útero para entender a doença do ser adulto que não quis sair de sua primeira morada. Ficou e insistiu que dali não sairia enquanto a mãe ainda agoniza nas dores do parto. Olha o filho e vê a cria indefesa de si mesma envolta na felicidade amniótica de viver sempre ali, no útero aberto e quente que aquece o frio cá de fora.