VITRAIS CINTILANTES
J.B.Xavier/Nandinha Guimarães
Sempre te segui muito de perto...
E enquanto eu distraía o tempo,
Afagando-te em abraços de doce espera,
Na segurança do incerto
Fui recolhendo,
Nos jardins da minha solidão
As flores dos teus sonhos
Que deixavas para trás...
Guardei no calor dos meus lábios
Pedaços de teus sorrisos,
Dos teus momentos de felicidade...
No vitral cintilante
De meus sonhos cósmicos,
Eu os colei com amor,
E os depositei no mais profundo
Do meu coração...
E, enquanto te tocar era apenas uma lembrança,
De longe eu dedilhava a lira da esperança
Em celestial sinfonia,
Se em qualquer instante
Esgotares tua nascente,
E porventura te descobrires
Descontente,
Talvez esses cacos de alegria,
Que hoje adornam minha alma
Tatuados nos escrínios do meu coração
Façam raiar uma nova melodia
Em teu horizonte nevoento...
E talvez,
Lembres-te de mim,
O amor incerto,
Que sempre te seguiu muito de perto...
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