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Cartas-->Carta de Orlando Lovecchio Filho -- 28/12/2009 - 14:21 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Usina de Letras -- Contato do Leitor‏
De: love@exibir.com
Enviada: sábado, 26 de dezembro de 2009 0:37:22
Para: ttacitus@hotmail.com

Mensagem referente ao texto Finalmente, uma vítima das vítimas da ditadura - Artigos.

Mail enviado para: Félix Maier

Enviado Por: Orlando Lovecchio Filho - love@exibir.com
Da cidade : Santos

Sr. Autor de finalmente, uma vítima das vítimas da ditadura -- 14/12/2009 - 14:48 (Félix Maier)

Para que tenha conhecimento exato da situação e possa avaliar minha revolta com os dois pesos e duas medidas, informo que luto somente por igualdade de direitos, pois as diferenças entre minha pensão alimenticia vitalicia, e a reparação mensal e retroativa que recebe o terrorista Diógenes são indecentes em termos de igualdade, vide quadro comparativo abaixo : Se fosse amparado pela Lei (10.559 ) dos anistiados teria os seguintes direitos:

• O valor da prestação mensal, permanente e continuada, seria igual ao da remuneração que receberia, considerando-se os seus paradigmas, se na ativa como piloto de linha aérea estivesse
• Teria reparação econômica, de caráter indenizatório, com efeito retroativo a partir de 5 de outubro de 1988.
• Teria assegurados os benefícios indiretos, inclusive planos de seguro, de assistência médica, odontológica e hospitalar, bem como de financiamento habitacional.
• Não recolheria INSS.
• Teria isenção do Imposto de Renda.
• No caso de falecimento, o direito à reparação econômica seria transferido para herdeiros ou dependentes.

Situação esta muito diferente do que hoje tenho:

• Pensão especial, mensal e vitalícia no valor de R$ 635,75 (500,00 foi quando a Lei que me ampara foi promulgada)
• Pensão que não se transmite aos herdeiros
• Pensão que não tem direito a 13 º salário.


***

Finalmente, uma vítima das “vítimas da ditadura”

Fernão Mesquita

http://www.youtube.com/watch?v=8d61_1u1s2o

“Reparação” é o título do documentário de longa-metragem que conta a história de Orlando Lovecchio, pouco mais que um garoto na época em que foi vítima, em plena Avenida Paulista, de um atentado a bomba praticado pela guerrilha que atuava contra o regime militar no Brasil, em 1968.

Orlando perdeu a perna no célebre atentado ao Consulado dos EUA em São Paulo e, ainda hoje, em 2009, luta por justiça: como não é considerado uma vítima da ditadura militar, a aposentadoria que recebe é menor que a do autor do atentado que o vitimou e enterrou para sempre seu sonho de ser piloto de avião.

Que eu conheça, esse é o unico filme já produzido sobre as vítimas das “vítimas da ditadura”, cuja principal característica era não fazer questão de ter pontaria. A pretexto de atacar os militares, que andavam armados, atacavam com suas armas preferencialmente gente desarmada como Orlando Lovecchio.

O atentado foi conduzido por Diógenes de Carvalho Oliveira (foto abaixo, 40 anos depois dos crimes) e pelos arquitetos Sergio Ferro e Rodrigo Lefevre, alem de Dulce Maia e outra pessoa não identificada. Conforme lembrou Elio Gaspari em artigo recente, “a bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição do AI – 5 ao país. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI – 5 provocou o surgimento da esquerda armada … em 1968, antes do AI – 5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda …”

Diógenes participou de vários desses assassinatos.

Em 1964 ele era militante do Partido Comunista Brasileiro. Em 1966, fugiu para o Uruguai onde ingressou no recém fundado Movimento Nacionalista Revolucionário, de Leonel Brizola. No mesmo ano, Brizola conseguiu enviá-lo para Cuba para fazer um curso de guerrilha. Ele se especializou em explosivos.

Em março de 68, insatisfeito com a falta de ação do grupo de Brizola, ingressou na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). E aí começa a sua trilha de sangue:

20 de março de 1968, explode uma bomba relógio na bilbioteca da USIS, no Conjunto nacional, av. Paulista. Três estudantes que caminhavam pela rua foram atingidos. Orlando Lovecchio perdeu a perna esquerda;
20 de abril de 1968, atentado a bomba contra o jornal O Estado de S. Paulo em que o porteiro e mais duas pessoas são feridas;
22 de junho de 1968, assalto ao Hospital do Exército, no Cambuci;
26 de junho de 1968, com mais 10 companheiros, lança um carro bomba contra o QG do II Exército, no Ibirapuera e mata o sentinela Mario Kosel Filho, um menino de 18 anos que servia o Exército. Outros seis militares ficam feridos;
1 de agostos de 1968, assalta agencia do Banco Mercantil na Joaquim Floriano, Itaim;
20 de setembro de 1968, assalto ao quartel da Força Publica no Barro Branco em que o sentinela, soldado Antonio Carlos Jeffery, foi morto a tiros;
12 de outubro de 1968, executa a tiros (6, de revolver, à queima roupa) o capitão Charles Rodney Chandler (fotos acima), adido militar dos EUA, na frente de sua mulher e de seu filho de 4 anos quando tirava o carro da garagem de sua casa no Sumaré. Se você tiver estômago, veja a impressionante descrição do crime feita pelo comparsa de Diógenes neste link: http://www.ternuma.com.br/chandler.htm
27 de outubro de 1968, atentado a bomba contra a loja Sears, na Água Branca;
6 de dezembro de 1969, assalta o Banespa na rua Iguatemi e fere a coronhadas Jose Bonifácio Guercio, que se encontrava no local;
11 de dezembro de 1968, participa do assalto a Casa de Armas Diana, na rua Seminário onde rouba cerca de 50 armas e fere a tiros o civil Bonifácio Signori;
24 de janeiro de 1969, coordena o assalto ao 4º Regimento de Infantaria em Quintauna onde rouba grande quantidade de armas e munições. Esse assalto marca o ingresso de Carlos Lamarca na VPR;
2 de março de 1969, é preso na Praça da Árvore, na Vila Mariana;
14 de março de 1970, é trocado pelo cônsul do Japão, seqüestrado, e segue para o México, de onde logo segue de volta para Cuba;
dessa data até a anistia, em 1983, mora no Cile de Allende, em vários países da Europa e, finalmente, na Guiné Bissau, África, de cujo governo ditatorial se torna um servidor por alguns anos;
em 1986 aparece como assessor do veredaor do PDT Valneri Neves Antunes, também um ex-VPR, e faz parte do grupo Tortura Nunca Mais;
nos anos 90, ingressa no PT do Rio Grande do Sul.

Passados 40 anos, Lovecchio recebe uma pensão de R$ 571,00 por mês. Diógenes recebeu do Bolsa Ditadura R$ 400 mil, para começar, e mais uma pensão mensal de R$ 1.627,00.

Este, caro leitor, é o país em que você vive. E esta é a gente que vos governa.



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