Dá para sentir aonde podemos acabar desembarcando com a nova onda em prol da diminuição da idade de maioridade penal. 1) Consegue-se aprová-la; 2) Não se mexe nas prisões. Continua-se com a atual e ineficaz política de recuperação da população carcerária; 3) Não se recupera a Febem. Os menores restantes (abaixo de 14 anos, por exemplo) continuam submetidos aos mesmos vexames de sempre; 4) O torniquete da lei, cada vez mais apertado, faz aumentar o número de presos; 5) Os antigos menores são jogados cada vez mais cedo nas escolas do crime; 6) Agora mais jovens, mais presos saem ou fogem e reincidem; 7) Ocorre nova tragédia, envolvendo criminoso de 10 anos de idade (por exemplo). Começa nova onda em prol de diminuição da idade de maioridade penal.
O principal problema na questão da maioridade penal está em acreditar que, com uma simples penada, podem ser jogados para baixo do tapete erros derivados de 500 e tantos anos de história. Não se ensina a criançada, não se dá condições de sobrevivência e dignidade, não se recupera jovens na Febem ou alhures, e ainda por cima indignamo-nos por ato fortuito de selvageria. Quando o estômago não agüenta, o medo faz-nos implorar pela vinda da lei. Qualquer uma.