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Cronicas-->1973 - Gírias em evolução -- 01/05/2017 - 16:05 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1.973 - Gírias em evolução
Estou contigo e não abro! Foi a frase final da minha crónica passada, baseada no texto de Roosevelt Garcia - A evolução das gírias, e grafada melhor como tó contigo e não abro, isso se o goiaba fosse usar como paquera. O goiaba, sujeito bobão e que não manja nada, pois nos anos setenta quem manjava era quem conhecia. Nossa, cara, o Rivelino manja tudo de bola e não precisa forçar a barra para jogar na Seleção. Ele é jóia! Ótimo seria melhor, mas jóia era bastante usado e eu conheci um vendedor de carros em Sorocaba, por volta de setenta e três, que te cumprimentava assim - E aí, tudo jóia, como está a joinha, tudo jóia? Jóia, então tá jóia! Joinha era como ele chamava o fusquinha. Ah, hoje, jóia não tem mais acento, joia?
Já anos oitenta, o pentelho viajava na maionese, quando saia xavecar, achando que ia arrasar, mas não deixava de ser um caroço. Chocante, não? Pentelho era uma pessoa mais chata que um mala, que já era muito chato e se fosse sem alça, pior ainda. Xavecar era paquerar e arrasar também. Caroço era tão chato, quanto o pentelho; viviam dando vexame, ou pagando mico, como se dizia. Meu, rachei o bico, o caroço pagou o maior mico, pois a menina não deixou rolar. Não deixou acontecer e detonou o mala, que só queria azarar. O caroço não pegou leve e chegou com uma conversa do arco da velha, ela não aguentou e foi falar mal dele com as amigas, detonando o cara. Se ele tivesse ido com calma, pegado leve, agora estaria numa nice e tudo seria maneiro, bem chocante. Muito massa!
Fala aí brother, está antenado? Hoje vai rolar a maior balada no Clube e precisamos pintar por lá, vai estar assim, ó, de patricinha. Brother era o amigão mesmo e antenado se ele estivesse ligado ao mundo à sua volta. Aí ele estaria sabendo da Festa no Clube e saberia que iríamos aparecer, ou pintar por lá. As patricinhas seriam as garotas ricas e mimadas, que, sem dúvida, apareceriam no Clube, já que não perdiam balada alguma, pois elas estavam sempre antenadas, isso nos anos noventa; hoje, elas já devem estar pelos cinquenta...
Bolado com o palavreado, talvez esquecido, mas não surpreso, que é a tradução de bolado; nesses anos dois mil, anos de chapa quente, clima agitado. Vai como ao estádio? Vou de busão até o centro, depois pego outro busum e chego lá. Antigamente eu ia a São Miguel de ónibus, agora posso ir de busão da Cometa e voltar noutro buso, da Andorinha por Itapetininga. Sei lá mano, tó com a chapa quente e bolado com isso tudo lá pelos lados de Brasília.
Cumpadi, tá com o maior pisante, hein. Valeu véi, tá tudo dominado! Tá ligado? Não, num tó ligado. É a maior responsa colocar no papel essas gírias mais novas, justo para mim um sessentão, que a única coisa que entende bem é quando os véi falam que uma mulher é popozuda, que ninguém tem dúvida do que significa. Cumpadi é um amigo e pisante é o sapato, ou o tênis. Maior responsa é a maior responsabilidade e tá dominado, quando tudo está sob controle. Entendeu, ou tá ligado? Véio, ou véi, é o amigo, a pessoa, ou o cara e valeu é quando você quer dizer obrigado. Valeu véi. Oi cumpadi, e os véi na chapa quente, tá dominado? Não cumpadi, pintou o maior X9, que saiu da responsa e deu co´os dentes em cima dos véi. Esse X9 foi o maior dedo duro em cima dos cumpadi, tá ligado?
O autor, o Roosevelt, diz que de tempos em tempos o nosso vocabulário é reciclado pelas gírias da moda e sabe-se lá de onde surgem as expressões que normalmente não fariam sentido nenhum, ou tem algum sentido completamente diferente daquele em que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a linguagem de tal forma que, em determinados casos, é impossível ser compreendido sem usar nenhuma. No decorrer das décadas, muitas expressões se tornaram engraçadas para as gerações recentes, mas elas devem ter em mente que daqui a trinta anos, as gírias que elas falam também vão estar nessa situação para seus filhos e netos. Eu, nesta segunda de primeiro de cinco de dezessete, confesso que já não entendo mais certas conversas e que preciso situar as pessoas ao meu tempo, principalmente quando vou contar algum causo, ou história, ou até ensinar alguém. É uma brasa, mora?
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