Eu, que sempre tentei passar por cima do efêmero,
em busca do estável, do perene,
percebo que devo olhar mais profundamente para esses dois pólos,
pois ambos podem nos evoluir ou estagnar.
Sou efêmera de uma má forma,
quando não me fixo em nada;
quando nada me satisfaz;
quando não me entrego a relacionamentos dignos;
quando não deito um olhar profundo sobre cada detalhe do meu agora.
Porém, sou esplendidamente efêmera
quando deixo o passado em seu lugar
e quando o futuro não se torna obsessão;
quando a instabilidade me instiga e me faz criativa;
quando sigo o fluxo com que a Inteligência Superior me envolve;
quando faço parte do Universo em contínuo movimento.
Sou pessimamente perene
quando quero criar raízes que em vez de me alimentarem, me imobilizam;
quando tento sustentar "verdades" acreditando-as imutáveis;
quando tento cristalizar situações ou atar pessoas.
E sou perenemente livre,
em meus passos a caminho da evolução,
e em meus amores que permanecem profundos,
por serem igualmente livres!