Escrever é se livrar das correntes de ideias e pensamentos que impedem o fluxo natural do caminhar. Destrava os passos na razão e no sentir ao ir, podendo retornar e de bem com o passado. Os passos livres do passado não se apegam nem ao presente, nem ao futuro mas aos passos que levam a algum lugar em qualquer tempo. Escrever é dar vida à folha em branco, é nutrir com a escrita a pureza do branco papel acolhedor de palavras. É fazer companhia e dar vazão à enorme solidão, companheira e imensa nos infinitos seres permitindo a cada um sua própria companhia. Holocausto é o desequilíbrio na convivência de diferentes crenças, ideias e pensamentos não permitindo a harmonia entre o que se escreve e o que se pratica. Escrever é se ver livre de tudo e amar incondicionalmente tudo o que se encontra à frente da mente sem perder a linha do pensamento que sente e fala na impureza do branco. Branco acolhedor da dor de quem a descreve sem a culpa de extravasar e dela se esvaziar.