Usina de Letras
Usina de Letras
277 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50576)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Comentários sobre um texto de Eduardo Galeano -- 27/07/2009 - 10:19 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Sr. Pedreira de Cerqueira,

Por sugestão de muitos amigos não tenho me dado ao trabalho de responder a este senhor que se esconde sob o nome de “Esquerdopata”, pois nem para isso tem sido honesto: se apresentar. Esperava poder debater, receber argumentos válidos, mas não ... ... recebo dos admiradores da esquerda não argumentos válidos, mas sim ofensas, sempre na busca de desqualificar o tema, a citação ou ofender ao missivista que nos traga um texto em defesa da liberdade. Vejo escassez de educação, polidez, gentileza, apreço, atenção e respeito. E pelo que escrevem, o fato de pensarmos diferentemente é motivo para encontrar mais um inimigo, pois é assim que somos vistos, mesmo que estejamos abertos ao debate.


Quanto ao senhor Galeano, pelo que se observa procura polemizar. Quando cita capitalismo, com o propósito de adotar a palavra como sinônimo de economia de mercado, eu me pergunto: Será que o faz de forma intencional?

Ele se vangloria ao mencionar que o subdesenvolvimento não é uma etapa do desenvolvimento. Cita que é sua conseqüência. Já o questionei diversas vezes, sem respostas.

Na realidade vejo que ele desconsidera como se cria o desenvolvimento, como o foi o caso da Coréia, que nos anos 50 - 60 era tão subdesenvolvida quanto o Brasil, mas que soube investir e ainda hoje investe de forma exemplar na educação fundamental de qualidade. Mas isso não foi fundamental, pois basta lembrar que as duas partes da Alemanha e da Coréia tinham o mesmo padrão de educação, mas o grau de liberdade fez toda a diferença, permitindo a prosperidade das partes livres e mantendo na total miséria as partes socialistas.

Entendo que o capitalismo encontra maior sucesso quando temos uma economia de marcado, onde o capitalismo pode ser entendido como uma organização econômica em que as atividades de produção e distribuição, obedecendo aos princípios da propriedade privada, da competição livre e do lucro. Pessoas como ele não entendem que não temos mais nos dias atuais a divisão da sociedade em duas classes antagônicas, porém vinculadas pelo mecanismo do mercado: a dos possuidores dos meios de produção e a do proletariado industrial e rural.

A opção por uma pequena poupança, seja aplicando em um título ou um trabalhador optando por um fundo de pensão, torna-os capitalistas. Quanto ao capitalismo, podemos também tê-lo afastado do mercado, a exemplo quando temos o Capitalismo de Estado, no qual o capital é largamente controlado ou possuído pelo Estado.

Pior é quando cita o imperialismo e a ele faz referência quanto à chama globalização; desconsiderando que a globalização é um fenômeno que sempre se fez presente, como na época do “Descobrimento do Brasil”. Ele seguramente desconsidera o destino da esquadra de Cabral, que seguiu viagem. O que temos hoje é que a tecnologia nos propiciou uma maior velocidade, seja para transpor longas distância, como também a velocidade de transmissão de dados.

Quanto cita “As vítimas do imperialismo”, não leva em consideração que as causas do desenvolvimento começam quando se observa o direito de propriedade privada, basta ver o caso da Libéria, um país criado na África, que abrigou milhares de escravos libertos, quando então compraram seu território. Um país similar a tantos outros na África, mas que não conheceu o período colonial. No mais ele defende uma tese que desconsidera que as nações se desenvolveram com base na economia de mercado, com de regras claras de garantias ao direito de propriedade e sob o Estado de Direito, como bem nos lembra o Prof. Ubiratan Iorio de Souza.

Quanto a livros, recomendo que ele venha a ler o novo livro de Luciano Pires: "NÓIS...QUI INVERTEMO AS COISA."

http://www.lucianopires.com.br/livros/Nois/

Este livro foi lançado no dia de ontem, 25 de Julho, pela manhã, no Shopping Villa Lobos em São Paulo. Seguramente será mais um divertido bestseller.

“No Brasil de hoje não é mais o mérito que determina o valor das pessoas, mas sua ideologia. Sua cor. Sua raça. Falar bem o idioma é motivo de piada. Ser elite é quase uma maldição. Música de sucesso é aquela que for mais escatológica. O homem honesto aparece na televisão como se fosse algo inédito. Roubar é normal. Bala perdida é normal. Corrupção é normal. Vivemos uma inversão de valores sem precedentes e é contra esse estado das coisas que devemos gritar” (Luciano Dias Pires Filho)

Abraços,

Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
Skype: gerhardboehme


----- Original Message -----
From: Álvaro Pedreira de Cerqueira
To: O esquerdopata ; Gerhard Erich Boehme
Cc: Grupo Polêmica Política ; Resistência à Democracia
Sent: Sunday, July 26, 2009 12:31 AM
Subject: Re: A diáspora silenciosa promovida pelas baratas corruPTas, PTralhas, PTulantes, ...

Com esse artigo, Eduardo Galeano faz jús ao título de príncipe do sofisma. Chamar globalização de imperialismo, aliás, é de uma burrice (além de ignorância) sem par.


----- Original Message -----
From: O esquerdopata
To: Gerhard Erich Boehme
Cc: Grupo Polêmica Política ; Resistência à Democracia
Sent: Sunday, July 26, 2009 12:08 AM
Subject: Re: A diáspora silenciosa promovida pelas baratas corruPTas, PTralhas, PTulantes, ...


Eduardo Galeano: a linguagem, as coisas e seus nomes

Na era vitoriana era proibido fazer menção às calças na presença de uma senhorita. Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública:

O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;

O imperialismo se chama globalização;

As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;

O oportunismo se chama pragmatismo;

A traição se chama realismo;

Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos;

A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar;

O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral;

A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria;
em lugar de ditadura militar, se diz processo.

As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas;

Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos;

O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome de
enriquecimento ilícito;

Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis;

Em vez de cego, se diz deficiente visual;

Um negro é um homem de cor;

Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS;

Mal súbito significa infarto;

Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico;

Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais;

Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”;

Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar;

Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia;

Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas.

(Do livro De pernas pro ar, editora L&PM)



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui