Erramos sempre, quando queremos durabilidade e permanência em tudo que nos dá prazer ou nos faz feliz em certo momento.
Não temos o poder de reconhecer de imediato aquilo que será praticamente perene em nossa vida.
Mas agimos como se assim fosse!
Então, perdemos o que o fugaz pode nos trazer de beleza, de aprendizado, de luz.
Tantas coisas belas são fugazes.
Uma flor, um arco-íris, uma borboleta, quão fugazes são!
E no entanto, que profundas sensações deixam em nós.
Não morrerá a flor rapidamente se a tirarmos de seu caule para que nos acompanhe?
Conseguirá alguém segurar nas mãos as cores do arco-íris?
Não se esfacelará em nossos dedos as asas da borboleta, se quisermos prendê-la e impedir seu vôo?
Quando queremos cristalizar momentos, ou atar pessoas, já nada será igual.
Viver apenas para conservar, estagna a Energia, detém seu fluxo e paralisa os movimentos, e isso já não é prazer ou amor, e sim a morte do que queríamos prender a nós.
Por achar que tudo será eterno, descuidamos de ter atenção, de viver intensamente, de deixar entrar pelas pupilas e pelos poros o que enfeitará a nossa alma.
Acreditamos que amanhã tudo ainda estará ali do mesmo jeito.
E mesmo que esteja, algo pode ter mudado dentro de nós e nosso sentimento será outro.
Até mesmo a morte pode tornar fugaz o que não o seria.
O que então permanece?
Permanece tudo aquilo que ganhamos com o fugaz, que se incorpora à nossa alma, impregnando-a com memórias inesquecíveis.
E o que realmente é duradouro?
Aquilo onde existe algo maior nos unindo, como nossos pais, como nossos filhos, como um grande amor.
Mas ainda assim, só será profundo se olharmos juntos para cada dia, como se ele fosse o último, com a fugacidade que possui.
E quando o novo dia chegar, permitirmos que o ontem se desfaça para termos um novo olhar.
Então é possível seguir juntos, pois respeitamos a tudo o que chega e já se desvanece, conscientes de que todo instante é sagrado, pois não se repetirá.
E assim vamos caminhar, dia a dia, instante a instante, unidos por algo Maior!
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