A incerteza no viver me deu chance de praticar muitos erros que não puderam fazer parte da parede da sala. Parede estreita e pequena demais para albergar as imperfeições que me foram doadas de bom grado. A imperfeição em mim não tem limites de tão grandiosa e cabisbaixa. Vou e venho nessa majestosa imperfeição que me faz única sem nada ter sido. Minha alma é calejada e carrega em si uma tristeza dormente, cronicamente vivida no eu solitário que à volta percebe uma fragilidade de aço. Refiz toda ela é empunhei afitadamente a dor sobre mim, pois aos desdém do alheio, pouco importa contrita que marca os passos. Busquei na imperfeição a forma de apresentar casca grossa para oferecer resistência ao machado que não cansa de esculpir a dor e a tristeza em harmonia celestial. Escombros se fazem presentes, atrapalhando o percurso de não ter aonde ir e vindo, percebo toda a fantasia da realidade.