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Artigos-->E todo o resto é abobrinha -- 03/08/2001 - 22:42 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Sufficit diei malitia sua"

[A cada dia bastam as suas preocupações]



E os padres que ensinavam latim gostavam desta:

"Mater tua mala burra est"

[Tua mãe come maçãs maduras]



Mas chega de gastar o meu latim. Não sou jurista, nem nada. Queria me lembrar de uma letra que fiz

para uma música instrumental do Tom Jobim (e ele não ficou sabendo disso!):



Tereza, my love

Tereza, me love

Tereza, se chove

Tereza, se sol

Tereza, não pode

teu nome só cabe

na letra

de um samba-canção



Tereza, me esforço

Tereza, não posso

Tereza, até mesmo

gastei meu inglês

Tereza, só pode

Tereza, eu me acabo

num samba-canção

outra vez



Essa canção está num disco chamado "Stone Flowers" (o Tom de cigarro em punho na capa), que não saiu no Brasil. Meu ponto de partida foram as palavras do título: "Tereza, my love".



Mas o Brasil de hoje em dia anda antenado mesmo é no que está acontecendo na Europa, mais precisamente na Inglaterra, em Londres. O britpop, saca? Pelo menos é o que nos sugere a Folha desta sexta-feira, 03/08/2001, de olho no verão europeu:



"Nem fale. Não gostamos dessa coisa de falarem da gente como se fôssemos supercool [sic, saco!], ou a próxima aposta na música. É muito peso para quatro manés [idem, ibidem] como a gente carregar."

(The Beta Band, na vibrante entrevista ali publicada)



Sobre a questão dos transportes em São Paulo, um porta-voz vem nos falar em "ônus". E não resolve. Melhor seria "ônibus" mesmo. Ou "busão", como ele atende por estas bandas, sem fugir do latim que pariu esta última flor do Lácio inculta e bela, no dizer do Bilac. Mas do outro, não desse que o Mirisola diz que não voa de asa-delta.



Numa foto idílica do mar de Maresias, por um átimo de instante tive a ilusão, eu também, leitor do jornal, de ver um corpo de manequim boiando estufado. Na trilha sonora, papai Diniz fala pelo filho são e salvo.



E a sapeca da Érica Palomino não perdoa:



"Quando o assunto é vida noturna, moda, música eletrônica e artes, os preconceitos abundam."



Eu acrescento:



"Põe abundam nisso."



Ela insiste:



"Todo mundo arriscando o seu para tentar viabilizar projetos tão loucos quanto fazer uma rave [?] na floresta amazônica [...]"



Pergunto:



"Não comove?"



Alto teor informativo:



"E mais de MTV: o Fica comigo gay vai ao ar na quarta depois do Erótica . Será que vai ter bas-fond, então? Babado."



Música, divina música:



"Não é techno, não é house. É tech-house. É a febre do momento em SP."



E ela não faz por menos, literata que é, lançando ante os meus fatigados olhos de suíno a seguinte pérola:



"A vida real é um drama."



E a Gal acaba de colocar sua voz no olho do furação, na tal de zona de amoralidade pregada pelo filósofo municipal, o denodado professor Gianotti. A Maria da Graça Costa Pena Burgo (até o que a gente não sabe nesse mundo pop?!) soube, sabiamente, separar o joio do trígo-lo, separando

apoio moral (que foi o que ela deu) de apoio político. Deveria ter incluído no disco aquela música que a Bethânia cantava (para falar de uma outra amiga de Antonio Carlos): "Limpo num pano de prato, / as mãos sujas do sangue das canções."



Mais uma sexta-feira. E eu acabo de me lançar num gênero bastante aceito no site (olha a assonância aí, geeeente!), a súplica. A minha modesta primeira tentativa se chama: "Senhor, do fundo dos meus tímpanos eu Vos suplico".



Vigilate et orate!

[Vigiai e orai!]



Sufficit diei malitia sua.

[A cada dia bastam as suas preocupações]



"Silêncio", de João Gilberto, está me esperando na disqueteira do carro. Ah, e estou ouvindo também o disco "Léguas" do nosso colega usineiro Felipe Cerquize.



Aos engajados, digo, engasgados, eu diria:

"De la musique avant toute chose [...]"



E todo o resto é abobrinha.
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