Já estamos cansados de saber que o povo brasileiro ao votar em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente da República, o fez para pôr fim a política econômica adotada pelo seu antecessor Fernando Henrique Cardoso. Sabemos também que isto não aconteceu, porque o presidente, logo ao assumir o poder se cercou de uns quatro ou cinco políticos que dão as cartas e adotou a política recessiva e o discurso do PSDB, desrespeitando os princípios do próprio PT.
Aliás, o desrespeito do PT está se tornando uma característica vulgar. Não respeitou, por exemplo, as promessas de campanha, enviando à Câmara dos Deputados uma Reforma da Previdência elaborada pelos maiores devedores do INSS, que não agradou a gregos nem troianos. Com a Reforma Tributária aconteceu a mesma coisa e depois de tantas negociações ( o toma-lá-dá-cá ) até hoje continua emperrada. Parece que o chefe maior está se esquecendo da Constituição Federal e já recebeu do Procurador-geral da República um alerta neste sentido.
O Partido dos Trabalhadores, quando na oposição se dizia íntegro, austero e incorruptível, mas bastaram 10 meses de governo para revelar sua verdadeira face. Além da inoportuna Reforma da Previdência e da confusa Reforma Tributária, que se transformou numa guerra entre Governadores e Senadores, que aumenta a carga tributária do contribuinte e consumidor em geral, vêm agora os jornais noticiando escândalos dos Ministros do Governo, como faz a manchete da Folha de S. Paulo: “Ministro pega verba do Governo, mas vibra no Pan à custa do COB.”
A reportagem da Folha do dia 23/10/2003 diz que “Agnelo Queiroz recebeu verba do Ministério do Esporte para pagar despesas que acabaram sendo bancadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro durante os jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.” Após 65 dias sem devolver o dinheiro do governo, alguém descobriu, a imprensa noticiou e ele disse que vai devolver “metade da verba que recebeu e que o ministério irá ressarcir o COB.” O outro episódio aconteceu com a Ministra da Assistência Social, Benedita da Silva que, em viagem feita à Argentina para participar de um evento religioso, teria usado recursos públicos. Tal como o Ministro do Esporte, a imprensa noticiou o fato e pronto: uma vez descoberto, devolve-se o dinheiro e estamos conversados.
O jornal Folha de S. Paulo, em editorial ESTELIONATO AMBIENTAL, afirma “ Mais difícil de entender é a radical mudança de posição da cúpula petista nas questões ambientais. Mesmo que haja implicações econômicas em jogo elas não parecem constituir justificativas plausíveis para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os seus principais assessores rasguem as promessas defendidas em campanha eleitoral. É certo que governar implica ceder e compor. Porém, quando as mudanças ocorrem do dia para a noite, em torno de temas antes tidos como fundamentais, fica a sensação de estelionato eleitoral e oportunismo.”
Finalmente, o jornal descobriu que houve estelionato eleitoral, um embuste do PT aos eleitores que o colocaram no poder. A continuar com estes quatro ou cinco “conselheiros” de primeiro escalão, o Presidente da República logo, logo, vai se imaginar vivendo em algum País, tipo ILHA DA FANTASIA e poderá dizer que no Brasil não há fome, não há miséria, como, aliás, disse Fernando Henrique Cardoso no final do mandato em viagem pela Europa.