"Carta publicada no Portal do Jornal O Estado de São Paulo, em 05 de Março de 2009."
Em pleno século 21, 400 anos depois da maior carnificina praticada no mundo pela Santa Madre Igreja, usando-se dos tribunais inquisitórios, torturando e matando cristãos e não cristãos - o Santo Ofício, mais uma vez, a mesma igreja se faz presente com seus dogmas arcaicos, excomungando os responsáveis pelo aborto da menina de nove anos, que teria sido estuprada pelo padrasto no sertão de Pernambuco. Este tipo de aborto é previsto em jurisprudências vigentes no país. Será que o bispo de Olinda D. José Cardoso Sobrinho, tem poder mental para imaginar as consequências psicológicas de uma criança de 9 anos ser mãe? Não! A igreja que lhe dá abrigo é celibatária, proibindo casamento de seus membros, com o único propósito em não dividir a fortuna acumulada através de séculos, com mulheres e filhos. Os filhos dos outros podem vir ao mundo à vontade. Até mesmo de uma criança de 9 anos. Casamentos, batizados e crismas são receitas para aumentar o tesouro da Cidade do Vaticano. Enquanto homens de bem são excomungados (mas afinal o que é ser excomungado?), o padrasto da garota, se culpado, irá cumprir pena reduzida por crime hediondo e de prêmio será beneficiado pelos Direitos Humanos Para Bandidos e pelas Pastorais dos Carcerários. Esse sim teria de ser excomungado e condenado à pena de morte, se este fosse um país sério. Mas, como não é vamos continuar vivendo na obscuridade da lei e da Santa Madre Igreja.