Embora estejas em mim, quando navego em paz não te reconheço. Pois por paz não entendo sossego, mas desafio e inveja à moda de Hesíodo.
Aos poucos, abandono-te, embora teimes em ficar. Percebes claramente que, se te suporto, é porque sinto-me esvair e que, se preciso te abandonar, devo primeiro te reconhecer. Jogar-te a um canto, como traste velho e vazio. Lembrança de um futuro que não mais irei admitir.
₢ Rodrigo Contrera, 2004. |