A tarde caía rápido no paraíso. O azul do céu era intenso e a baia, que refletia o céu, era dividida pela montanha verde que exibia em seus contornos uma mulher deitada ao sol.
Era esplêndida toda essa visão. A Mata em volta florescia com espécies de verão, e o clima já dava sinais de outono, mas ainda com colorido vivo. A tarde caia mais rápido e o clima fresco chegava mais cedo tornando o final de tarde frio e próprio para uma bebida mais quente e roupas mais adequadas.
A medida que a temperatura de fora caia, dentro de casa o calor tomava forma na lareira disponível no canto da sala. As mantas já estava sobre os sofás esperando para serem usadas.
As bebidas destiladas já se ofereciam no canto do bar.
A rede do lado de fora já se balançava ao sabor do vento, sem que alguém tivesse interesse em usa-la.
No meio disso tudo, estava lá, sozinha, observando a construção, o clima, os detalhes de decoração, os quadros já pintados, os móveis todos escolhidos para o local, as paredes escuras, o teto em madeira.
Era um ninho, aconchegante, calmo, silencioso. Tudo em volta era paz.
Os únicos sons disponíveis eram o de uma cachoeira distante e os pássaros com suas arruaças, e os micos da serra que desciam em busca de alimentos com seus assobios finos.
A única falta sentida, não estava ali, mas era querida por ela, almejada, no coração da mulher, que aguardava, incansável, obstinada, paciente, pela volta do seu homem que demorava tanto, e pra ela, essa demora durava o tempo de uma eternidade.
Valentina |