Luciana do Rocio Mallon
Que guarda a virgindade
Ainda se orgulha disso
Com vinte sete de idade
E difícil de acreditar
Que a moça vai segurar
Muito tempo sua vontade.
A mulher ta com alguém
Num chamego perigoso
Relando o bicho naquilo
No maior tesão gostoso
A virgem não se segura
Sentindo uma coisa dura
Deixa entrar o pomposo.
Somente praticando yoga
E com vocação pra freira
A moça segura o tchan
Sem nunca fazer besteira
Se ela guarda com fome
O homem depois só come
Se for com a britadeira.
Pra que perder tanto tempo
Privando-se dessa delícia
Se eu fosse um promotor
Chamava logo a polícia
Para lhe dá voz de prisão
Por desacato ao tesão
E crime de lesa-malícia.
Se não desse resultado
Mandava ela pro hospício
Internava como uma louca
Fazia um grande estrupício
Publicava em toda imprensa
Pra ver o que o povo pensa
Organizava um comício.
A mulher que morre virgem
Vai sofrer muito no inferno
Sem ter uma boa explicação
Terá um castigo eterno
Guardou o que tinha que dá
O seu perdão nunca terá
Por não sentir nada interno.
A mulher quem nunca deu
Egoísta trancou o balaio
Sentiu só na beiradinha
Não sentiu nada no talho
Vive nervosa e carente
É uma maluca ou doente
Contenta-se só no malho.