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Cartas-->MST, um movimento equivocado -- 29/12/2008 - 10:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sobre o turismo de inverno no Paraná e o MST: mostre-me um asssentamento que tenha dado resultado ou é mesmo um movimento equivocado.

Caro Sr. Heitor Reis,
Caros do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,

Existe um assentamento do MST que tenha produzido resultados positivos, onde o cooperativismo, a exemplo dos inúmeros empreendimentos de sucesso deste tipo no Brasil, em especial no Sul do Brasil?

Recentemente estive acompanhando um grupo de investidores e empresários no ramo de turismo, este formado por alguns empresários brasileiros de Campos do Jordão, Canela, Gramado, Petrópolis e Penedo, e de alemães que atuam fortemente na Espanha e República Tcheca, em visita à região de Guarapuava/PR, uma região que de longa data venho difundindo, no meio empresarial que explora ou potencialmente pode explorar o turismo de inverno, sobre seus potenciais, em especial devido a saturação e inviabilidade de crescimento dos atuais centros existentes, todos envoltos com sua capacidade esgotada e problemas ambientais graves, a começar pela minha cidade natal, Campos do Jordão/SP, onde em cada esquina ou a cada 100m encontramos um crime ambiental sendo praticado à luz da impunidade. Bem, mas isso é um outro tema, um tema que é de responsabilidade da Polícia Ambiental e da Polícia Judiciária (Polícia Civil e Polícia Técnico-científica) de São Paulo, sob o comando do Governador José Serra. E da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, distante de uma boa gestão ambiental, como a Agenda 21 Local e ISO 14001 aplicada às empresas que lá desenvolvem suas atividades, com seus vereadores mais preocupados com um vergonhoso aumento de "salários", estes superiores a 60%, agora em 2008, em plena crise no Congresso com o aumento do número de vereadores e a crise econômica mundial.

A questão é que temos que investir urgentemente em um novo centro, dado o esgotamento do potencial dos atuais, razão da visita, mas na oportunidade, ao visitarmos a Usina de Segredo da COPEL (www.copel.com) (*), um local que se destaca pela beleza, organização e potencial, tivemos a triste visão, próximo ao seu acesso, de um dos "milhares" de acampamentos do MST existentes em pontos estratégicos de nosso país, que se posicionam em entroncamentos rodoviários, na porta de empresas, de grandes empreendimento agropecuários, aeroportos do interior, etc., uma visão de pobreza em meio a toda aquela beleza, em especial no entorno do Museu Regional do Iguaçu.

A decisão foi por parar naquele local e conhecer o "trabalho" por eles realizados. Inicialmente uma outra surpreza, dos aproximadamente 20 barracos, a maioria estava fechado, não havia ninguém e segundo nos foi informado, as pessoas residiam e trabalhavam nas cidades da região e eram "chamadas" quando fosse necessário. Bem, questionando sobre as atividades, como se sustentavam, foi informado também que nada era realizado no local. Fato que deixou os alemães intrigados, pois dentre eles encontrava-se um que auxiliava uma entidade na Suíça que se dizia representar o MST. Quando perguntamos se poderiam nos mostrar, não um acampamento, mas um assentamento que pudesse servir de referencial para o que planejavam, não souberam informar. Ficou uma pendência.

Continuamos a viagem pela região, admirando o seu potencial... Em especial quanto a geração de empregos, riqueza e renda, uma vez que o turismo de inverno é um dos setores que mais gera empregos na atualidade. Explico, com US$ 1 milhão, investido na indústria automobilística, gera, quando muito, um único emprego, na agroindústria, cerca de 15 empregos e com qualidade de vida muito melhor e na indústria do turismo de inverno ultrapassa 37 empregos diretos, com um potencial ainda maior de indiretos. Infelizmente os dados não são confiáveis ou disponíveis oficialmente. Falta um "Professor Ricardo Bergamini" para também analisar estes dados.

Desta viagem surgiram planos, os quais deverão ser apresentados aos políticos paranaenses, que acredito só se viabilizem após a saída de Requião do governo, dada sua aversão a investimentos privados e entraves políticos a um empreendimento deste tipo, que alteraria significativamente o desenvolvimento de uma região, ainda marcada por divergências e embates políticos entre os prefeitos da região com o governador parananense. Desta viagem surgiu também uma dívida, a qual sobrou para mim, a de repassar aos alemães informações sobre assentamentos que tenham dado resultado, onde o cooperativismo, a exemplo de inúmeras cooperativas de sucesso, em especial no Sul do Brasil, tenha tido sucesso. Necessito desta informação para que possa visitar um destes assentamentos e repasssar as informações.

Existe um assentamento que tenha produzido resultados positivos e que tenha um cooperativismo eficaz e alcançado resultados de sucesso?

No aguardo...

Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 3252-0620
(41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80811-970 Curitiba PR

(*) Como visitar as Usinas:
http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpagcopel2.nsf%2F044b34faa7cc1143032570bd0059aa29%2Fa6937188b480cc16032574120064bfc6
http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Facopel%2Fpagcopel2.nsf%2Fverdocatual%2F86108AB3CF1D4E5F032574120060B8F0


***

MST: um movimento equivocado

Luis Fernando Pessoa Alexandre (*)

Em seu tempo a imprensa brasileira divulgou exaustivamente a marcha de aproximadamente 12 mil manifestantes do Movimento Nacional dos trabalhadores sem-terra, que se dirigiu a Brasília reivindicando mais recursos para a reforma agrária. Os integrantes contaram com uma grande estrutura logística durante a caminhada: uma rádio própria, carros de som, ambulâncias, roupas e outros materiais com os símbolos do movimento, além das fartas refeições distribuídas e pagas, em grande parte, com dinheiro público. Entretanto, por mais que essa manifestação tenha sido levada a cabo em virtude do dinheiro do contribuinte, ela não é em si o maior problema.

Existe uma outra questão: os equívocos da proposta de reforma agrária defendida pelo MST.

Uma idéia corrente entre políticos e intelectuais, quando tratam do tema da reforma agrária, é a de que seria necessário promover uma ampla distribuição de terras visando assentar um grande número de famílias e essas famílias, uma vez assentadas, tivessem condições de cultivar sua pequena propriedade exercendo plenamente a cidadania. Nesse modelo de reforma agrária, depois de feito o assentamento, os trabalhadores passariam a viver de uma economia familiar em que a produção serviria para subsistência.

Ao contrário do que o MST argumenta, e do que é largamente difundido, o Brasil não tem grandes extensões contínuas de terras férteis. Um dado que contradiz o senso comum é o fato de que apenas 4,2% do território nacional, segundo o IBGE, são compostos de solo apropriado para a agricultura, ou seja, solo fundo, bem drenado, de textura média ou argilosa, com fertilidade natural variando de alta a média. Além disso, solos com boa potencialidade agrícola (cerca de 35 milhões de hectares) encontram-se distribuídos de maneira irregular pelo território.

Ao defender a distribuição de terra, o MST justifica que a estrutura agrária brasileira é formada principalmente por grandes propriedades. No entanto, de acordo com dados do IBGE, a composição fundiária brasileira não é composta de latifúndios. Na realidade, a dimensão das propriedades rurais brasileiras é pequena, se comparada com a de inúmeros países que se destacam exatamente pela produtividade no campo. Dois desses países são Estados Unidos e França que, em 1996, tinham respectivamente um PNB (Produto Nacional Bruto) per capita de aproximadamente U$$ 37,000 e U$$ 35,000. O PNB do Brasil, no mesmo período, era de U$$ 3,500. Noutras palavras, um trabalhador norte-americano produzia em 1996 mais de dez vezes o que era produzido por um trabalhador brasileiro.

Quanto à superfície agricultável brasileira ocupada por grandes propriedades, é inferior a 20% da área total. Portanto, mesmo que se implementasse uma reforma agrária plenamente distributiva com a ocupação de toda a área representada pelos chamados latifúndios, ela seria suficiente para assentar apenas 20% daquelas 400 mil famílias referidas pelos líderes do MST no Palácio do Planalto. Por não observar essas informações, os proponentes do distributivismo agrário incorrem no equívoco de aumentar ainda mais as despesas do Estado investindo em empreendimentos de baixa produtividade que, inevitavelmente, proporcionará péssima qualidade de vida para os trabalhadores.

A extemporânea Marcha à Brasília foi custeada, em grande parte, com dinheiro público. É também com dinheiro público que a ideologia da distribuição da terra do MST está sendo promovida pelos líderes desse movimento social. Como resultados dessa proposta, temos elevados gastos públicos num setor pouco produtivo. Com isso, a sociedade passa a ser mais penalizada à medida que os recursos preciosos dos contribuintes são canalizados para sustentar as irracionalidades econômicas.


(*) Acadêmico do curso de Historia da Universidade Estadual de Maringá.


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