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Cartas-->MEU BANHO -- 04/12/2008 - 14:31 (Dry@de) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Chego em casa e atiro-me na poltrona preferida.
Dia exaustivo, física e emocionalmente.

Um banho demorado, sob a água corrente, para me livrar de todas as energias pesadas, é exatamente do que preciso nesse momento.

Dispo-me, ligo o chuveiro, regulo a temperatura e sento-me de olhos fechados, sob a água que jorra abundante, bem quentinha.
Adoro ficar assim, envolvida por essa cascata, como se novamente estivesse flutuando dentro do útero materno, em meus primórdios, bem pequenina.
É uma sensação intensa de segurança, aconchego e acolhimento.

Muitas vezes é durante esses momentos que tomo decisões importantes, que choro as lágrimas que não permito serem vistas, e que sonho os meus sonhos mais ousados.
Assim estava eu, meditativa, já sentindo a tensão se esvair, quando, de repente...Plim!

Choque!

Um pingo de água, absolutamente gelado, atingiu as minhas costas.

Olho para cima procurando o local de onde ele veio.
Missão quase impossível no meio de tanta água que jorra.
Desisto e volto à minha posição.

Plim!

Coisa irritante! Procuro novamente e não encontro o local de origem.

Plim!

Tento me posicionar de maneira que ele não me atinja. Em vão....Plim! Ele vem bem do centro.

Como pode? Não tem lógica! E coisas sem lógica me intrigam.

Percebo que tenho que tomar uma decisão: ou desisto de minha meditação e tomo um banho rápido, ou convivo com "ele".
Opto pelo desafio. E penso: vou descobrir em que ritmo ele cai, e assim não me pegará de surpresa.
Começo a contar lentamente:

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze...Plim!

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze...Plim!

Um a mais ou a menos, dou um desconto para a minha contagem não tão precisa.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze...Plim!

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete...Plim!

O quê?!
Sete?!
Ele caiu no Sete???!!!

Insisto. Recomeço.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze...Plim!

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito...Plim!

Desisto!

Olho enfurecida para o alto e...Plim...direto na pontinha do meu nariz.

O que é isso? Um representante do Caos dentro do meu chuveiro?
Como pode ele cair sem um ritmo constante?

Fecho os olhos, impaciente, e de repente, uma figura surge girando no ar, em minha tela mental: o símbolo do TAO, com a representação das duas energias complementares, Yin e Yang. No centro do negro Yin, um ponto branco que representa o germe do Yang e vice-versa, mostrando que toda energia se transforma, pois tem dentro de si, a potencialidade para o oposto.

Então, me acalmo, e volto a relaxar, deleitando-me com a morna água Yang e agradecendo ao gélido pingo Yin, que em seu descompasso, me relembra que o ilógico existe, e que no Universo nada é absoluto nem estático.

Nem o pingo...nem eu!
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