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Cartas-->Petralha fanfarrão diz que Marinha pratica o racismo -- 28/11/2008 - 17:05 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Petralha fanfarrão diz que Marinha pratica o racismo‏

Amigos,

Abaixo uma pequena "flame war" (guerrilha eletrônica) feita com um petralha, um tal de Francisco Barros, a quem eu chamo de "Chico Vermelho".

Abraços e um bom fim de semana!

Att,

F. Maier


From: ttacitus@hotmail.com
To: francisbar@oi.com.br
Subject: RE: Fascicomunista tem nostalgia da chibata!
Date: Fri, 28 Nov 2008 16:39:51 -0200

Não é um fanfarrão como você que vai me dizer o que eu tenha que falar ou escrever - como pretendeu me induzir ao racismo com a sua frase cor-de-rosa de boiola, aí abaixo [NEGRO TEM MAIS É QUE LEVAR CHIBATADAS]. Atenha-se ao que foi escrito por mim, não ao que sai de sua cabeça cheia de merda.

Naquele escrito que tanto o incomodou, eu lembrei a você, burro velho, que os castigos físicos se aplicavam na época a todos os subalternos militares, também do Exército, não só da Marinha. Portanto, esses castigos eram aplicados a TODOS os subalternos, não somente aos NEGROS, como você deduz por conta própria. Afinal, a escravidão já havia acabado uns 20 anos.

Se você é o machão que diz ser, processe a Marinha, por racismo! Calúnia dá processo! E aí, tá cagando fininho?



From: francisbar@oi.com.br
To: ttacitus@hotmail.com
Subject: Re: Fascicomunista tem nostalgia da chibata!
Date: Fri, 28 Nov 2008 01:10:41 -0200

Já deu para perceber que você, além de um covarde nojento, não entende nadica de nada dos costumes da Marinha...
Vá se informar melhor, ô vira-latas!


----- Original Message -----
From: Félix Maier
To: Francisco Barros
Sent: Friday, November 28, 2008 12:51 AM
Subject: RE: Fascicomunista tem nostalgia da chibata!

Deixa de proferir mentiras: a Marinha não seleciona ninguém por raça, seu idiota. Calúnia dá processo!


From: francisbar@oi.com.br
To: ttacitus@hotmail.com
Subject: Re: Fascicomunista tem nostalgia da chibata!
Date: Fri, 28 Nov 2008 00:38:28 -0200

Félix Babaca: demorei um pouco para responder à sua ultima diatribe porque estava acampado no Pantanal, curtindo uma pescaria.
Portanto, agora que já descamei e comi uns peixinhos deliciosos, vamos ao que interessa:
Na merdalhança escrita pelo almirante Alfredo Karan, lá está: " ...onde estava servindo João Candido Felisberto, um marinheiro de RAÇA NEGRA...".
Por que Karan teve que informar que o marinheiro era da "raça" negra? Aliás, raça é coisa de cachorro... Tinha alguma importância esse detalhe no contexto histórico? Ou era, apenas, para registrar a sua aversão aos negros, "uma raça inferior, que tinha que levar chibatadas", segundo seu pensamento (seu e do Karan!)?
Está vendo como sua defesa do Karan é completamente furada? Quando eu lhe informei que, visitando a Escola Naval neste segundo semestre de 2008, não vi um único aluno negro, é porque a Marinha de hoje, assim como a de 1910, ainda seleciona seus integrantes por RAÇA!
Félix, seu imbecil: saiba que discriminação racial é crime inafiançável!
Agora, me mande de volta um e-mail dizendo que estou errado, que NEGRO TEM MAIS É QUE LEVAR CHIBATADAS, para que eu te meta na cadeia.
Vamos lá, cara! Mostre que você é um HOMEM DE VERDADE, conforme tenta fazer crer à massa ignara que lê os seus escritos fedendo a xulé...


----- Original Message -----
From: Félix Maier
To: Francisco Barros
Sent: Monday, November 24, 2008 11:26 PM
Subject: Fascicomunista tem nostalgia da chibata!

Chico Vermelho de raiva, o fascicomunista que tem nostalgia da chibata!

Lá vem Chico Vermelho, o fascista-comunista, querendo me dar aula de História! Era só o que faltava!

João Cândido pode ser "almirante negro" para idiotas como você e pras negas dele, quando ancorava nos portos para "trocar óleo". Para o Brasil, ele não passa de um assassino, já que desencadeou uma revolta que provocou várias mortes.

Se você não encontrou nenhum sujeito "bronzeado" na Marinha é porque você não passa de um cretino, porque lá existem muitos homens de cor. Talvez não um negro puro, o que hoje já é muito difícil de ser encontrado no Brasil, devido à miscigenação de sua gente. Mas mulato, eu tenho certeza de que existem muitos na Marinha. A propósito: por que vocês chamam a Camila Pitanga de "negra" (como ela mesma se autodenomina), se ela é apenas uma morena clara, tendo sangue europeu e africano - portanto uma "euro-africana", não uma "afro-brasileira", como prega a enrolação linguística do movimento negro? Para a marujada não vale esse embuste que vocês empregam todo dia, transformando mulatos, morenos e pardos em negros retintos, do tipo zulu?

Só um babaca como você poderia dizer que a Marinha é racista e não aceita negros. Onde isto está escrito, seu mentiroso? Calúnia é o forte de todo petralha. Mas garanto que nenhum branco consiga entrar no grupo de percussão Timbalada... Se na Marinha não existem "negros" na quantidade que você gostaria de ver, é porque eles não estão interessados em vestir farda. Devem ter outras prioridades - como jogar futebol, ser cantor de "raiz", criar grupos de pagode e percussão, ir atrás de profissões mais rentáveis que a dos militares. Hoje em dia, como já ocorre há muito tempo, as Forças Armadas estão abertas a todos os jovens brasileiros, independente da cor da pele. Se existe algum obstáculo, esse impecilho é a falta de estudo dos jovens, e o culpado disso não é a cor da pele das pessoas, mas a situação lastimável de nosso ensino básico e fundamental, que está falido.

Quanto à sua suposição de que, se algum oficial da Marinha tivesse comparecido à solenidade, poderia ser expulso a pontapés, isto prova que você e a cambada que lá estava não passam de fascistas, pois não admitem que ninguém que pensa o contrário possa participar de atos públicos - mesmo quando esse ato não passa de um circo montado pelo Babalorixá de Banânia para homenagear terroristas, assassinos e assaltantes de bancos - como frisou Lula ao elogiar Marighela e outros criminosos. Nada mais justo você pensar assim: nazismo significa, literalmente, "nacional-socialismo", que é a doutrina que todo comunista brasileiro abraça com carinho, seja com "o petróleo é nosso" (claro, dos petroleiros...), seja com "a Vale é nossa" e outras bobagens. Quando esse nacional-socialismo se mistura com o nacionalismo de alguns militares, aí nós temos o avanço do atraso total, que foram as duas décadas perdidas do Brasil em termos de avanço científico, ao ser criada a "reserva de informática" que apenas fabricava produtos piratas caros e defasados tecnologicamente.

Quem precisa aprender História é você, burro velho, que vê tudo pela ótica marxista, nada mais, e pretende reescrever a História nacional mediante um revisionismo tosco, sem levar em conta os costumes de cada época. Os castigos físicos, na época do almirante de araque arruaceiro, eram comumente aplicados a todos os subordinados, não só no Brasil, mas em várias Forças Armadas do mundo. E não era por causa da cor bronzeada de seus soldados. O Exército Brasileiro também aplicava castigos físicos aos sargentos e à soldadesca, porém nunca se viu um motim nas mesmas proporções da "revolta da chibata".

A propósito: quando eu entrei na escola, era comum o uso da palmatória pelas professoras do primário. Era um costume da época que hoje só faz sentido como registro histórico. Não será por isso que irei, agora, ao Grupo Escolar para fazer protestos contra a Diretora, nem espinafrar os professores de hoje, que nada tem a ver com o que acontecia naquela época. Da mesma forma, erguer estátua a um arruaceiro de outrora e tratá-lo como um herói nacional, como um Spartacus brasileiro, tem uma única finalidade: espinafrar ainda mais as Forças Armadas, mormente a Marinha, em mais um ato de vil revanchismo. Vindo tal ato do comandante-em-chefe das Forças Armadas prova que não temos um presidente da República, mas um agitador salafrário que se presta a espalhar confusão e caos entre os militares.

Cada tempo tem seu costume. No futuro, seremos também criticados por muitas coisas que fazemos hoje e achamos que são corretas. Transportar os costumes do tempo do onça para os dias de hoje, e tecer críticas, querendo voltar no túnel do tempo para tentar corrigir costumes que hoje não são mais aceitos, é ignorância pura ou patifaria total. Não há nada a se fazer, já que chibatadas não são mais desferidas nos traseiros dos soldados.

Quanto à má formação genético-cultural-sexual a que você se referiu, isto prova que você sabe muito bem do que se trata: você não passa de uma aberração da natureza. Porque somente patifes comunistas (desculpe o pleonasmo) como você apóiam ditaduras maoístas, stalinistas, cambojanas, cubana, etc. e os grupos terroristas brasileiros das décadas de 1960 e 70, que promoveram a morte de mais de 100 milhões de pessoas no século passado. Você deve ter vibrado com a reunião de 70 partidos terroristas comunistas que se reuniram no centro de São Paulo no final de semana passado. Só patifes como você apóiam as torturas na antiga URSS (empalamentos, gulags, etc.), as "leoneiras" ainda existentes em Cuba e a execução de dissidentes na China de hoje, ao mesmo tempo em que reclama de algumas palmadas que marinheiros levavam na bunda num passado já distante.

De toda essa história envolvendo o "almirante de araque" arruaceiro que vocês tanto veneram, eu consigo extrair apenas uma conclusão: deve ser a nostalgia da chibata...

Lá vão, então, 100 chibatadas no bundão de sua bunda sem-vergonha...

F. Maier


From: francisbar@oi.com.br
To: ttacitus@hotmail.com
Subject: Re: Fascicomunista sem-vergonha!
Date: Mon, 24 Nov 2008 19:32:39 -0200

FF (Félix Fascista):seus escritos demonstram que você é dominado por sentimentos preconceituosos, adquiridos, provavelmente, por má-formação genética, cultural ou, até mesmo, sexual. Nesse caso do João Cândido, por exemplo, você passa atestado de ignorante de nossa História Pátria. O almirante Karan escrever aquela baboseira, eu até compreendo (a Marinha, até hoje, é extremamente racista, odeia negros - vide se tem algum aspirante de cor na Escola Naval - eu estive lá há uns dois meses, e dos 700 e poucos alunos, não vi NENHUM NEGRO). Além disso, se o Comando da Marinha enviasse à Praça XV um respresentante para a homenagem a João Cândido, é provável que o clima iria esquentar - afinal, o grande "Almirante Negro" foi perseguido até à morte (em 1969) pela oficialidade naval, que jamais o perdoou pelos acontecimentos de 1910. Aliás, àquela época, todos foram anistiados pelo Governo e, logo após, presos, torturados e assassinados. João Cândido também não foi morto devido à grande repercussão de seu nome da imprensa (nacional e internacional), elevado que foi ao pedestal dos grandes heróis brasileiros. Isto tudo está na História, basta você conferir...
De qualquer maneira, já que você é um neófito nesse tema, aí vai uma pequena colaboração que pesquei na internet. Aprimore seus conhecimentos!

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A REVOLTA DA CHIBATA

João Cândido, o Almirante Negro

O Congresso brasileiro restabeleceu, no mês de agosto de 2003, os direitos de todos os marinheiros envolvidos na chamada "Revolta da Chibata", ocorrida em 1910. O decreto devolve aos marinheiros suas patentes, permitindo que recebam na Justiça os valores a que teriam direito se tivessem permanecido na ativa. Após 93 anos, resgata-se a memória dos marujos, especialmente do líder da Revolta, João Cândido Felisberto, o "Almirante Negro".

Para entender a história de João Cândido e da Revolta da Chibata - uma das poucas revoltas populares que atingiu seus objetivos no Brasil - é preciso voltar a 1910. Neste ano, no meio de uma grande instabilidade política, o militar Hermes da Fonseca é eleito para a presidência.

Na noite do dia 22 de novembro de 1910, o novo presidente recebe a notícia: os canhões de alguns dos principais navios de guerra da Marinha Brasileira – neste momento ancorados em frente à cidade, na Baía de Guanabara - apontam para a capital do Rio de Janeiro e para o próprio palácio de governo. As tripulações se rebelaram e tomaram os principais navios da frota.

O Minas Gerais, um dos modernos navios recém-adquiridos pela Marinha na época da Revolta

Três oficiais e o comandante do encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves, estão mortos. Os demais oficiais são pegos de surpresa: os marinheiros manobram a frota exemplarmente, como não acontecia sob seu comando. O movimento, articulado por marinheiros como Francisco Dias Martins, o "Mão Negra" e os cabos Gregório e Avelino, tem como seu porta-voz o timoneiro João Cândido.

A última chicotada

Os motivos principais da Revolta eram simples: o descontentamento com os baixos soldos, a alimentação de má qualidade e, principalmente, os humilhantes castigos corporais. Estes haviam sido abolidos no começo do século, acompanhando o final da escravidão, sendo depois reativados pela Marinha como forma de manter a disciplina a bordo.

No Minas Gerais, por exemplo, no dia da Revolta, o marinheiro Marcelino Menezes é chicoteado como um escravo por oficiais, à frente de toda a tripulação. Segundo jornais da época, recebe 250 chibatadas. Desmaia, mas o castigo continua. O movimento então eclode. João Cândido no primeiro momento não está presente. No calor da luta, são mortos os oficiais presentes no navio, o que terá conseqüências trágicas para os revoltosos.

Além do Minas Gerais, os marinheiros tomam os navios Bahia, São Paulo, Deodoro, Timbira e Tamoio. Hasteiam bandeiras vermelhas e um pavilhão: "Ordem e Liberdade". A frota inclui mais de 80 canhões, que são apontados para a cidade. Alguns tiros de aviso chegam a ser disparados. Os marujos enviam um radiograma, onde apresentam ao governo suas exigências: querem o fim efetivo dos castigos corporais; o perdão por sua ação e que melhorem suas condições de trabalho.

A Marinha quer punir a insubordinação e a morte dos oficiais. O governo, contudo, cede. A ameaça à cidade e ao poder de Hermes da Fonseca são reais. Aprovam-se então medidas que acabam com as chibatadas e também um projeto que anistia os amotinados. Depois de cinco dias, a revolta termina vitoriosa.

A despedida do marinheiro

Os jornais da época anunciam o término da Revolta: quase 3.000 pessoas. Os mais ricos - fugiram da cidade. A população subiu aos morros para ver as manobras da Armada

Os marinheiros, em festa, entregam os navios. O uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil finalmente está extinto.

Logo, no entanto, o governo trai a anistia. Os marinheiros começam a ser perseguidos. Surgem notícias de uma nova revolta, desta vez no quartel da Ilha das Cobras. O governo recebe plenos poderes do Congresso para agir. A ilha é cercada e bombardeada.

Cerca de 100 marinheiros são presos e mandados, nos porões do navio "Satélite" - misturados a ladrões, prostitutas e desocupados recolhidos pela polícia para "limpar" a capital - para trabalhos forçados na Comissão Rondon, ou simplesmente para serem abandonados na Floresta Amazônica. Na lista de seus nomes, entregue ao comandante do "Satélite", alguns estão marcados por uma cruz vermelha. São os que morrerão fuzilados e, depois, serão jogados ao mar.

João Cândido é conduzido para a prisão ("Agência Estado")

João Cândido, embora não tenha participado do novo levante, também é preso e enviado para a prisão subterrânea da Ilha das Cobras, na noite de Natal de 1910, com mais 17 companheiros. Os 18 presos foram jogados em uma cela recém-lavada com água e cal. A cela ficava em um túnel subterrâneo, do qual era separada por um portão de ferro. Fechava-a ainda grossa porta de madeira, dotada de minúsculo respiradouro. O comandante do Batalhão Naval, capitão-de-fragata Marques da Rocha, por razões que ninguém sabe ao certo, levou consigo as chaves da cela e foi passar a noite de Natal no Clube Naval, embora residisse na ilha.

A falta de ventilação, a poeira da cal, o calor, a sede começaram a sufocar os presos, cujos gritos chamaram a atenção da guarda na madrugada de Natal. Por falta das chaves, o carcereiro não podia entrar na cela. Marques da Rocha só chegou à ilha às oito horas da manhã. Ao serem abertos os dois portões da solitária, só dois presos sobreviviam, João Cândido e o soldado naval João Avelino. O Natal dos demais fora paixão e morte.

O médico da Marinha, no entanto, diagnosticou a causa da morte como sendo "insolação". Marques da Rocha foi absolvido em Conselho de Guerra, promovido a capitão-de mar-e-guerra e recebido em jantar pelo presidente da República.

João Cândido continuou na prisão, às voltas com os fantasmas da noite de terror. O jornalista Edmar Morel (1979, p. 182) registrou assim seu depoimento pessoal: "Depois da retirada dos cadáveres, comecei a ouvir gemidos dos meus companheiros mortos, quando não via os infelizes, em agonia, gritando desesperadamente, rolando pelo chão de barro úmido e envoltos em verdadeiras nuvens da cal. A cena dantesca jamais saiu dos meus olhos.

Atormentado pela lembrança dos companheiros mortos, João Cândido é algum tempo depois internado em um hospício.

Perto do mar, as "pedras pisadas do cais"

Aos poucos, ele se restabelece. É solto e expulso da Marinha. Os navios mercantes não o aceitam: nenhum comandante quer por perto um ex-presidiário, agitador, negro, pobre e talvez doido. João Cândido continuará contudo perto do mar, até morrer, em 1969, aos 89 anos de idade, como simples vendedor de peixe.

Os que fizeram a Revolta da Chibata morreram ou foram presos, desmoralizados e destruídos. Seu líder terminou sem patente militar, sem aposentadoria e semi-ignorado pela História oficial. No entanto, o belíssimo samba "O Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.


HOMENAGEM DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC À "REVOLTA DA CHIBATA"

Sobre a censura à música, o compositor Aldir Blanc conta: "Tivemos diversos problemas com a censura. Ouvimos ameaças veladas de que a Marinha não toleraria loas e um marinheiro que quebrou a hierarquia e matou oficiais, etc. Fomos várias vezes censurados, apesar das mudanças que fazíamos, tentando não mutilar o que considerávamos as idéias principais da letra. Minha última ida ao Departamento de Censura, então funcionando no Palácio do Catete, me marcou profundamente. Um sujeito, bancando o durão, (...) mãos na cintura, eu sentado numa cadeira e ele de pé, com a coronha da arma no coldre há uns três centímetros do meu nariz. Aí, um outro, bancando o "bonzinho", disse mais ou menos o seguinte:

Vocês não então entendendo... Estão trocando as palavras como revolta, sangue, etc. e não é aí que a coisa tá pegando...

Eu, claro, perguntei educadamente se ele poderia me esclarecer melhor. E, como se tivesse levado um "telefone" nos tímpanos, ouvi, estarrecido a resposta, em voz mais baixa, gutural, cheia de mistério, como quem dá uma dica perigosa:

- O problema é essa história de negro, negro, negro..."


MÚSICA DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANCI

EM HOMENAGEM A REVOLTA DA CHIBATA

Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.

O Mestre Sala dos Mares

(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra original sem censura)

Há muito tempo nas águas da Guanabara

O dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo marinheiro

A quem a história não esqueceu

Conhecido como o almirante negro

Tinha a dignidade de um mestre sala

E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas

Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas

Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas jorravam das costas

dos negros pelas pontas das chibatas

Inundando o coração de toda tripulação

Que a exemplo do marinheiro gritava então

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias

Glória à farofa, à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias

Que através da nossa história

Não esquecemos jamais

Salve o almirante negro

Que tem por monumento

As pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo


.................................


O Mestre Sala dos Mares

(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra após censura durante ditadura militar)

Há muito tempo nas águas da Guanabara

O dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo feiticeiro

A quem a história não esqueceu

Conhecido como o navegante negro

Tinha a dignidade de um mestre sala

E ao acenar pelo mar na alegria das regatas

Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas

Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas jorravam das costas

dos santos entre cantos e chibatas

Inundando o coração do pessoal do porão

Que a exemplo do feiticeiro gritava então

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias

Glória à farofa, à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias

Que através da nossa história

Não esquecemos jamais

Salve o navegante negro

Que tem por monumento

As pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo


----- Original Message -----
From: Félix Maier
To: Francisco Barros
Sent: Monday, November 24, 2008 12:59 AM
Subject: Fascicomunista sem-vergonha!

Chico Vermelho de raiva,

As Forças Armadas (FA) se sustentam na hierarquia e na disciplina. O que o Babalorixá de Banânia fez no Rio de Janeiro, acolitado por um bando de salafrários, foi exaltar as ações de amotinados, o que faz de Lula um promotor da desordem e do caos, não o comandante-em-chefe das FA que deveria ser. E você me vem falar em democracia...

Deve-se analisar a "Revolta da Chibata" com os critérios históricos que então eram válidos, não através de um revisionismo tolo, como defendido por você, uma "repaginação" marxista feita pelos sociólogos comunistóides da atualidade, que querem promover um reles arruaceiro a "almirante negro".

Quanto a me chamar de "fascista", esse termo não me atinge em absoluto, porque não existe nada mais fascista do que o governo Lula que você tanto apóia. Tanto isso é verdade que o Babalorixá de Banânia tem mais poder do que Mussolini, com suas falanges autoritárias que lhe dão sustentação política, e por isso ainda não sofreu impeachment, apesar de ser mil vezes mais corrupto que o governo de Collor: Foro de São Paulo, MST ("braço armado do PT"), UNE, CUT, PCdoB, OAB, ABI, CNBdoB, ONGs pilantrópicas, partidos aliados, cooptação da sociedade civil (universidades, empresários - especialmente banqueiros -, o meio cultural, etc.).

Fascista, portanto, é você, Chico Vermelho, junto com toda essa corja de petralhas apátridas que tomaram o poder no Brasil.

Vê se me esquece, fascicomunista sem-vergonha!

F. Maier


From: francisbar@oi.com.br
To: ttacitus@hotmail.com
Subject: João Cândido
Date: Mon, 24 Nov 2008 00:25:53 -0200

Félix Maier; li seu comentário a respeito da infeliz declaração de um ex-ministro da ditadura a respeito do herói João Cândido, que acabou com o castigo da chibata na Marinha. Você afirma que "Fez muito bem a Marinha em não mandar nenhum representante ao circo montado por Lula para homenagear um "almirante de araque", o marinheiro-arruaceiro João Cândido (F. Maier).

Joâo Cândido arruaceiro? Você já leu alguma coisa sobre a Revolta da Chibata? Deveria se informar melhor, para não ficar publicando asneiras...

João Cândido, com seu movimento, provou que a Marinha (tanto daquele tempo quanto a de hoje) pode muito bem ser operativa contando apenas com os seus graduados e praças (durante a revolta, o encouraçado Minas Gerais, sob o comando de Cândido, fez manobras geniais dentro e fora da baía da Guanabara, sob os olhares incrédulos da oficialidade boçal que a tudo assistia do antigo cais Pharoux).

Se a Marinha não mandou nenhum representante ao evento, é porque ela (e as demais forças) ainda não se aclimataram com os ventos da Democracia. Aliás, um oficial da Marinha, se ali comparecesse (principalmente fardado) seria
expulso a ponta-pés pelos milhares de brasileiros patriotas que ali foram para prestar essa mais do que justa (e muito tardia) homenagem ao grande herói nacional

Deixa de falar e escrever bobagens, rato fascista!


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