Minha família vai bem
E a sua como vai indo?
Quando estive em Icó
Tua mãe já tava vindo
Deu lembrança pra você
Pediu pra eu te dizer
Que dá zona tá saindo.
Diz que agora tá tinindo
Pois é dona dum bordel
Contrata as raparigas
Pra trepar com coronel
Ganhando muito dinheiro
Foi até pro estrangeiro
Cum macho em lua de mel.
Vou fazer igual bedel
E dizer quem é teu pai
Foi um ladrão de galinha
Que do presídio não sai
Um alcoólatra vagabundo
Sujeito ruim oriundo
Que na desgraça só cai.
Manezinho nunca trai
Jamais roubei um tostão
Pára de contar mentira
Seu cabra filho do cão
Senão te abro o bucho
E toda a tripa eu puxo
Deixando tudo no chão.
Eu sou macho de montão
És chibungo deslumbrado
Eu gosto duma prexeca
Tu engoles um cajado
É grande essa diferença
A mulher é minha crença
Enquanto tu és viado.
Eu já estou acostumado
Não voto em filho da puta
Mas na tua mãe eu voto
Sendo mãe de um biruta
De ti ela tem vergonha
Com outro filho ela sonha
Que seja homem na luta.
Grande mulher astuta
Mãe dum cabra safado
Que só gosta de levar
Grande jucá no costado
Tenha vergonha na cara
Seja homem, fruta rara
Prum dia ser respeitado.
Tu estás muito enganado
Não me comparas a tu
Que ainda bem criança
Começou a dá o cú
Se formava grande fila
A turma toda da vila
Deixava teu rabo azul.
Cala boca seu urubu
Fiz concurso e passei
Trabalho e Sou honesto
Nado dos outros tirei
Ganho com meu trabalho
Nesse fator nunca falho
Em roubar nunca pensei.
Manezinho de Icó faz a seguinte sugestão: mudar um pouco a prosa, senão vai começar a cansar o leitor.
