Usina de Letras
Usina de Letras
99 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62237 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50635)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140809)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6192)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->1922 - Tipo Inesquecível -- 24/04/2016 - 21:37 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando jovem, jovenzinho, eu lia as Seleções do Reader´s Digest, principalmente as mais antigas dos anos cinquenta e uma das seções preferidas era O Meu Tipo Inesquecível, quando o autor falava de alguém evidentemente não esquecível para ele e, às vezes, também para mim, pelo próprio tipo e pela forma colocada pelo autor. Sobre a Revista Seleções, tudo começou em Pleasantville, Nova York, em mil novecentos e dezoito, quando De Witt Wallace, recuperando-se dos ferimentos da Primeira Guerra Mundial, teve a ideia de lançar uma revista que reunisse artigos já publicados usando uma linguagem condensada, mas sem mexer no conteúdo e no sabor do texto. Como as grandes editoras da época não se interessaram, Wallace lançou por conta própria em fevereiro de vinte e dois o primeiro número da revista.
Pra falar a verdade faz tempo que não leio uma Seleções, mas lembro-me da seção e até de um comandante de navio descrito por alguém. Como me lembro dos meus próprios tipos inesquecíveis. Ano de terceiro colegial em Itapetininga, setenta e um teve a companhia do Pucci, um gigante de quase dois metros e nariz idem, com um sorriso perene maior ainda e mais maior na hora das provas, já esperando uma nota não tão boa. Só que as notas não eram não tão ruins e ele conseguiu levar o ano numa boa até o final.
Tivemos uma parceria ótima também nos pebolins e na praça, quando ficávamos conversando até altas horas, com as companhias do Vandico e do Matú. Acho que ele nunca foi a São Miguel e embora manifestasse vontade não foi naquele ano. Terminando o ano, não mais o vi, a não ser pelo Facebook esses dias. Tornou-se médico em Botucatu e mora lá, dirigindo uma clínica de segurança no trabalho, com o mesmo sorrisão de sempre.
Não tenho explicação porque nunca mais nos falamos e nem mandei um recado pelo Facebook, temendo uma invasão de privacidade. Coisas da vida e talvez que a nossa parceria deva ficar naquele setenta e um mesmo.
Esse ano de Escola Modesto Tavares, também teve a companhia de um emprego nos Irmãos Giriboni, Café Santo André de todos conhecido e de mim lembrado para sempre, pois me proporcionava um dinheirinho muito bem vindo, primeiro salário sempre lembrado, não é e por permitir algumas liberdades como um gelado no Gelado uma lanchonete próxima da Praça e do cinema. Cine Olana e Café Santo André, que me remetem a outro tipo, companheiro de trabalho durante o dia, onde ele empacotava fubá, em vários pesos. Passava o dia colocando o fubá nos saquinhos, pesando e selando numa maquininha quente, com uma paciência de Jó, no caso Job, esse o nome dele. À noite, lanterninha do cinema.
O Job tornou-se um dos meus tipos, não por isso, mas por estar apaixonado e querendo casar novamente com uma dona de seus sonhos. Sonhava e derrubava fubá. Derrubava fubá e balbuciava sonetos e poemas apaixonados, apaixonadíssimos. Todavia, não saía disso por não fazer chegar à amada o seu amor todo, quando o descobri não ser bom na escrita e um passo só me tornei seu ghost-writer. Sabem, aquele que escreve o que os outros sentem e depois somem. Transcrevi para o papel todos os poemas daquele homem apaixonado, do jeito mandão e bruto dele, mas amando que só. Deu tão certo que o casamento saiu e por uns dois meses assisti no Cine Olana todos os filmes que eu quis.
Desse ano também ficou mais duas situações inesquecíveis, já escritas e descritas por mim numa crónica passada, mas registro-as aqui, foram duas namoradas que nunca tive. Uma, Carole King com sua música It´s Too Late e outra, uma moça de rosto lindo, mais moça e mais cheinha.
Neste domingo, vinte e quatro de quatro de dezesseis, encerro ao som de Carole King, Stayed in bed all mornin`, Just to pass the time... And it´s too late, baby, Now it´s too late...
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui