Enojada estou com a incrível máquina publicitária que se armou ao redor da morte do Ronald Reagan. Como a pronúncia do seu sobrenome se lê Rêi-gan (assim ele a pronunciava, era seu nome), até os hispanos embalados pela propaganda chegam a dizer:
Mira hermano, se murió el Rey-Gan... era rey de quién?
Era rei dos pistoleiros - diria eu. De gangues que deixaram um rastro de sangue. Ou vários rastros. De Trinidad ao Iraque, passando pelas maracutaias com o Irã e com a América Central. Derrubou o Muro de Berlim - a grande muralha que atormentava os negócios internacionais gerados nos USA.
Sua mulherzinha, de uma ignorância sem par, boneca que ninguém compraria nem pra espantar moscas, faz-se heroína de um herói de cinema. Está tudo tão bem programado que o próprio RR se admiraria de um script de tamanha perfeição para sua pobreza cinematográfica.
Quando se nasce com o ...u... pra lua, quando se nasce com sorte, com uma estrela na testa, não há como lutar contra. É engolir o que vem, é perguntar: Rei de quê? Rei de quem? - Infelizmente, deixou herdeiros.
O espetáculo vai até sexta-feira. Dali, deixarão o ator desaparecer atrás de um "The End". Será? Tomara fosse assim fácil.
-------------
Érica Eye