Usina de Letras
Usina de Letras
242 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A Catarina - José Augusto & Maria Petronilho -- 01/10/2003 - 22:53 (MARIA PETRONILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poemas do Alentejo





Catarina



José-Augusto de Carvalho







O teu último grito

morreu na voz sobria do suão

Um frémito de dor

convulso

abriu as cicatrizes dos montados



O teu último olhar

a terra disputou ao céu fechado

As lágrimas caídas

nas raízes raquíticas

foram húmus e sangue a palpitar

o alento de outras vidas



A luz fez-se

na noite da distância

cegando os nossos olhos deslumbrados



*



Do livro "sortilégio", 1986



******



No chão seca, qual papoila, o sangue de Catarina



Maria Petronilho



De Catarina Eufémia,

A corajosa ceifeira

O grito, a justa revolta

O algoz incomodava



Colhia o pão que faltava

Na mesa que o merecia

Na mão que o semeava

E o debulhava na eira

Punhos limpos na masseira

Crosta de ouro na fornalha



Chamava-se Catarina

A que por todos pedia

Mais justiça e reclamava



Uma bala assassina

No chão onde trabalhava

Fez de seu sangue papoila

Ao passo que Catarina



Que era moça trigueira

Seu último olhar lançava

Ao chão seco e dolorido

Do Alentejo que amava!





Lisboa, 10/9/2003





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui