O natal,
Festa nas florestas, aldeias e serestas.
O natal,
mesas fartas, luzes berrantes e brinquedos futuristamentes, tridimencionalmentes brincantes...Alienantes.
O natal,
e a velha alegria, algria.
O natal,
e a antiga música do dia.
O natal,
enfim passou, nem por isso a fome do teu povo calou.
O natal passou sob chuva, a mesma que ontem molhou a calçada, praças, Joãos e Raimundos.;
O natal nasceu sob forte ventania, que levou o direito desse povo pra agonia, deixando no peito vazio aquela voz de tio, como esperança sem jeito, que só orando ajoelhado é que os pecados serão perdoados.
Atendido o desejo, com o pão na boca, esse povo, há de agradecer a Deus pelas migalhas recebidas.
O natal passou e mais uma vez começa o carnaval... Papai Noel de vermelho e as crianças olhando pro céu com a a barriga inchada de dores.
Ao passar o ano, o natal só daqui ao outro dezembro, quando os novos imigrantes dessa paixão sairão da urbanicidade outra vez pra levar condolências aos miséraveis, por todo o ano de dor. |